Capitulo 1: Gales

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O cenário em meu quarto na casa da tia Rose, no País de Gales, parecia tanto um resquício do passado quanto um prelúdio do futuro. O aconchego das paredes revestidas de papel floral me transmitia uma sensação de familiaridade, uma espécie de conforto nostálgico. Era como se o quarto guardasse segredos que só ele e eu compartilhássemos.

Enquanto dobrava cuidadosamente as roupas e as colocava na mala aberta em minha cama, meus pensamentos flutuavam entre as lembranças e a antecipação. As camisas que usei durante as longas caminhadas pela praia da pequena cidade de Barry, onde cresci, ainda traziam vestígios da brisa marinha, e eu sorria ao imaginar como seria a vida em Londres, uma cidade tão pulsante e vibrante em comparação com a tranquilidade destas terras galesas.

Observando as fotos emolduradas que ocupavam um lugar de destaque na estante de madeira, percebi como o tempo havia voado desde que tia Rose se tornara a guardiã de meus sonhos após a partida de meus pais. Seus olhos gentis e seu sorriso acolhedor me confortaram em incontáveis noites de incerteza.

Minha atenção voltou-se para o papel espalhado em minha escrivaninha, cheio de anotações sobre a faculdade, planos e ideias. Era como se eu estivesse prestes a começar um novo capítulo em minha própria história. As ruas movimentadas de Londres me aguardavam, cheias de oportunidades e desafios a serem enfrentados. Enquanto fechava a mala e a trancava com um suspiro profundo, senti uma mistura de gratidão e determinação pulsando em meu peito.

A manhã seguinte estava quase ali, esperando por mim com suas possibilidades infinitas. Eu sabia que minha jornada em Londres seria mais uma fase de transformação em minha vida, tão distinta e repleta de novidades quanto os versos de um poema que eu estava prestes a compor. 

— Lili, venha Jantar! — Ouço a voz da minha tia me chamando

A voz suave da minha tia Rose invadiu meu quarto, quebrando o transe dos meus pensamentos. Com um sorriso, coloquei o papel e a caneta na escrivaninha, virando-me em direção à porta. O quarto estava iluminado apenas pela luz suave do abajur, que criava um ambiente acolhedor e reconfortante.

Levantei-me da cadeira e fiz meu caminho em direção à porta, passando pelo espelho que refletia uma imagem de mim mesma, uma jovem de cabelos castanhos escuros, pele levemente rosada com algumas sardas e olhos verdes determinados. Alguns cachos escapavam do meu penteado desajeitada, o que só aumentava a sensação de urgência.

Desci as escadas em direção à sala de jantar, sentindo o aroma delicioso de uma refeição caseira pairando no ar. As paredes da casa estavam adornadas com fotos antigas e quadros que contavam a história da nossa família, um testemunho constante de nossas raízes.

Ao entrar na sala de jantar, deparei-me com a mesa elegantemente posta. Velas acesas criavam um ambiente acolhedor, e a tia Rose estava ocupada colocando os pratos na mesa. Seu sorriso radiante me acolheu, aquecendo meu coração. Roseanne Martin, minha tia, tem traços faciais finamente esculpidos, olhos expressivos e pele radiante. Seus seus cabelos eram escuros ondulados como a noite, pele rosada e gentis olhos cor de avelã. Sua elegância se estende ao estilo sofisticado e contemporâneo. Seu sorriso é caloroso, destacando sua simpatia. Sua aparência combina beleza clássica com graça moderna, criando uma imagem cativante e atemporal. Além de ser linda, ela é incrível, amorosa, gentil, conselheira, paciente, genial. Podemos dizer que ela é como uma segunda mãe para mim, eu me inspiro muito nela, Sinto muito amor por ela, foi ela que me acolheu quando eu mais precisava.

— Como foi seu dia, querida? —Minha tia perguntou com gentileza enquanto eu me sentava à mesa.

— Sabe como é, tia. O último dia de arrumações e preparativos antes de partir para Londres — respondi, com um misto de empolgação e nervosismo.

Metamorfases: O Retrato Lilian HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora