Capítulo 4

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Depois de um tempo de conversa, acabamos adormecendo. No meio da madrugada acordei com ele me abraçando repentinamente, seu semblante estava tão em paz que deixei que fizesse.

Ele merecia um pouco de tranquilidade para a sua mente.

No dia seguinte quando acordei Satoru já não estava mais aqui, não sei porque senti uma pontada de decepção com isso. Coisa que desapareceu quando ele entrou com comida pela porta, como se estivesse cronometrado meu estômago roncou.

-Bom dia, morceguinha! - O homem tinha um sorriso radiante de quem dormiu muito bem, me senti satisfeita com isso e me sentei.

-Achei que não iria te ver por mais um tempo depois de dormir comigo. - Disse em tom brincalhão e ele fechou a cara.

-Claro que não, não sou um monstro. Trouxe café da manhã pra nós dois, além disso sei que anda com vontade de tomar sangue então me preparei!

-E como você chegou à essa conclusão? - Falei enquanto pegava algumas uvas verdes para comer.

-Você está ficando mais pálida do que já é, simples assim. Tenho bons olhos para as pessoas...

Soltei um riso, ele não estava enganado. Provavelmente daqui alguns dias eu iria precisar tomar novamente.

-Achei que iria estar ocupado com suas amantes, porque se deu o trabalho?

-Ah... Eu perdi o interesse nelas, são tãão chatas e iguais.

Soltei um riso, confirmando com a cabeça.

Depois que tomamos café me levantei, porém, ele me puxou para o seu colo e deitou minha cabeça em seu ombro.

-Pode morder, me preparei mentalmente.

-Tem certeza disso? No pescoço a sensação é diferente do pulso... - Avisei.

-Só morde logo, que coisa. É só morder... Por que ela não morde?

Me aproximei de sua pele alva, roçando a ponta de meu nariz na curvatura de seu pescoço. Levei minha destra até sua nuca e segurei, suas mãos repousaram em minha cintura e então mordi.

Novamente aquela sensação deliciosa adentrou minha boca, o aperto em meu quadril aumentou e ele ofegou.

-Isso é tão diferente... Mas é bom... - Sua voz me arrepiou, havia esquecido que quando os vampiros mordem alguém diretamente, nosso corpo produzem substâncias afrodisíacas que inibem a dor e deixa "a presa" relaxada.

Antes que meu lado sedento tomasse conta, tirei minha boca de seu pescoço e lambi meus lábios o olhando nos olhos. Aqueles olhos azuis tão vibrantes estavam me viciando, aquele sangue estava me viciando.

Porra Satoru, você está acabando com o meu psicológico.

-Por que eu me sinto assim quando você me morde? - Ele passou a mão no pescoço e o ferimento não estava mais ali.

-Bem... - Expliquei o que acontecia quando os vampiros mordiam os outros e ele fez uma cara de "EUREKA".

-Faz sentido, faz sentido. E os outros dois?

-Que dois? - Fiz uma cara confusa, não estava entendendo onde ele queria chegar.

-Os outros dois genes que você tem, me explica eles vai.

Ele parecia um adolescente que acabou de descobrir o mundo, era muito fofo.

-Ahn... Bem... - Comecei a contar sobre as características de cada raça do meu mundo, de todas as sete. Contei sobre a guerra, e as batalhas pelas quais eu já passei.

Dejɑ vu - (Sɑtoru X Leitorɑ) Onde histórias criam vida. Descubra agora