•Capítulo 2

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Anteriormente

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Anteriormente...

- Eu vim para casar. Para você - ele disse.

- C-casar... para mim?

- Eu sabia! - Tia TaeYeon disse. - É ele.

- Sou eu - o estranho concordou.

- É quem? - Jimin soltou.

Jimin não pretendia ser rude, mas nunca tinha visto aquele homem em toda sua vida. Ele estava certo disso. Ele não era uma figura que pudesse ser esquecida. Aquele homem causava uma impressão e tanto. Mais do que uma impressão, Jimin se sentia esmagado por ele.

- Você não me conhece, mo chridhe?

Ele meneou a cabeça. Jimin tinha se cansado daquele jogo.

- Diga-me seu nome.

Ele ergueu o canto da boca em um pequeno sorriso maroto.

- Capitão Jeon Jungkook

Nããããão! O mundo virou um redemoinho violento de cores: verde, vermelho e aquele azul perigoso.

- Você disse... - Jimin fraquejou. - Com certeza não disse Cap...

Isso foi o máximo que ele conseguiu. Sua língua desistiu. E então os joelhos cederam. Ele não desmaiou, nem desabou. Jimin apenas caiu sentado. O traseiro dele bateu no divã e o ar foi expulso de seus pulmões.

- Oh!

O escocês o encarou, parecendo estar se divertindo.

- Você está bem?

- Não - ele respondeu com sinceridade.

- Estou vendo coisas. Isso não pode estar acontecendo.

Aquilo não podia estar acontecendo. Não de verdade. O Capitão Jeon Jungkook não podia estar vivo. Mas ele também não podia estar morto. Ele não existia. Fazia quase uma década que todo mundo primeiro acreditou que Park esperava por ele, e depois que sofria o luto por ele... aquele homem que não era nada além de ficção.

Jimin tinha passado inúmeras tardes lhe escrevendo cartas - missivas que foram, na verdade, apenas páginas de bobagens ou desenhos de lagartas e lesmas. Ele se recusou a frequentar festas e bailes citando sua devoção ao herói das Terras Altas de seus sonhos - mas na verdade tinha preferido ficar em casa com um livro.

Seu padrinho, o Conde Choi, tinha lhe deixado o Castelo de Lannair em seu testamento, para que ele pudesse ficar mais perto da terra de seu amado. Foi muita consideração do querido padrinho.

E quando a fraude começou a pesar em sua consciência, Jimin deu ao seu oficial escocês uma morte honrada, corajosa e completamente ficcional. Ele vestiu preto por um ano inteiro, depois cinza. Todos acreditaram que Jimin estava inconsolável, mas preto e cinza combinavam com ele. Escondiam os borrões de tinta e carvão que seu trabalho produzia.

Graças ao Capitão JeonJungkook, Jimin tinha lar, renda e um trabalho de que gostava - sem nenhuma pressão para progredir dentro da sociedade londrina. Ele nunca teve a intenção de enganar sua família durante tantos anos, mas ninguém tinha sido prejudicado. Tudo parecia ter funcionado muito bem. Até aquele momento... Quando algo deu terrivelmente errado.

Jimin levantou a cabeça muito devagar, obrigando-se a olhar para o homem das Terras Altas que tinha se sentado ao seu lado. O coração dele martelava dentro do peito. Mas se o Capitão Jeon Jungkook não existia, quem era aquele homem? E o que ele queria com ele?

- Você não é real. - Ele fechou um pouco os olhos e se beliscou, esperando acordar daquele pesadelo tenebroso.- Você. Não. É. Real.

Tia TaeYeon levou a mão ao pescoço. Com a outra ela se abanou com vigor.

- Só pode ser um milagre. E pensar que nos disseram que você tinha...

- Morrido? - O oficial não tirou os olhos dos de Jimin. Um toque de ironia aguçou a voz dele. - Não estou morto. Toque-me e veja você mesma.

Tocar? Ah, não. Tocar aquele homem estava fora de cogitação. Não haveria nenhum toque. Mas antes que Jimin percebesse o que estava acontecendo, ele pegou a mão dele, que estava sem luva, e a levou até seu casaco desabotoado, encostando-a em seu peito. Eles estavam se tocando. Intimamente.

Um arrepio estúpido e instintivo a percorreu. Ele nunca tinha dado a mão para nenhum homem. Nunca sentiu a pele de um homem encostada na sua. A curiosidade falou mais alto que suas objeções. A mão dele era grande e forte. Áspera por causa dos calos, marcada com cicatrizes e queimaduras de pólvora. Aquelas marcas revelavam que a vida dele tinha sido de batalhas e lutas, assim como os dedos pálidos e manchados de tinta contavam que a vida de Jimin era rabiscar... Uma vida sem nenhuma aventura.

Ele pressionou toda palma dele contra o tecido puído da camisa. A solidez por baixo da peça de roupa era impressionante. E quente. Real.

- Não sou nenhum fantasma, mo chridhe. Só um homem. De carne e osso.

Mo chridhe. Ele ficava usando essas palavras... Jimin não era fluente em gaélico, mas ao longo dos anos ele aprendeu algumas palavras aqui e ali. Ele sabia que mo chridhe significava "meu coração".

As palavras eram uma expressão de amor, mas não havia afeto em sua voz. Apenas raiva contida. Ele dizia aquilo como um homem que extraiu seu próprio coração havia muito tempo e o deixou enterrado em solo frio e escuro.

Ainda segurando a mão dele, ele afastou a lapela do casaco. O gesto revelou o canto de um papel amarelado no bolso interno. Ele reconheceu a caligrafia no envelope. Era sua.

- Recebi suas cartas, mo chridhe. Até a última.

Que Deus a ajudasse. Ele sabia. Ele sabia da mentira. Ele sabia de tudo. E estava ali para fazê-lo pagar.

- Tia TaeYeon - ele sussurrou -, acho que vou precisar daquele elixir, afinal.

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Oq será que Jungkook quer do Park em ??
Bjs estrelinhas ✨️

Noivo do Capitão Where stories live. Discover now