Soul Promises - Lumity

X - Thanksgiving Day

Thanksgiving Day

Dia 2 de novembro às 23:34
11 anos atrás.

Amity procurava por seu brinquedo nos jardins do fundo, mais especificamente seu gatinho de pelúcia Tommy. Faltava cerca de meia hora para comemorarem o Dia de Ação de Graças, sua família sempre se reunia em uma ceia com bastante comida e bebida, essa última não gostava nem um pouco devido ao temperamento explosivo de sua mãe quando bebia. Dizia a si mesma que era porque seus pais trabalhavam muito e era normal se estressarem com suas bagunças.

Era algo completamente normal para uma garotinha de sete anos, mas não para uma mulher adulta.

Naquele dia em específico seu pai encomendou um dos vestidos mais lindos do momento, ela agradeceu o abraçando e dando pulinhos por toda a sala, sua mãe no entanto o questionou do presente e eles brigaram horas antes. Algo relacionado as notas de Amity e regras a serem seguidas, uma completa bobagem para ela.

Onde você tá. ─ Gritou adentrando mais e mais para dentro das flores e barro. Seu vestido imediatamente prendeu em um dos espinhos das rossas e ela grunhiu irritada, o puxando sem dó.

Maldita hora em que foi brincar de arremesso com seu amigo imaginário!

Do alto de um arbusto Amity viu o olho pendurado de seu baixinho e sorriu feliz em tê-lo encontrado, ela aconchegou seu amiguinho nos braços e em seguida o levou em direção aos olhos, no entanto um borrão de azul e roxo se aproximou rapidamente tomando conta da sua visão.

AMITY! ─ Odalia gritou exasperada ao  por os olhos opacos no vestido da filha, na hora a pequena não entendeu o motivo de tanto transtorno, mas assim que sentiu uma ardência na orelha entendeu que a situação não estava nada boa.

OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM SEU VESTIDO! ─ A Mulher a arrastou para fora dos jardins segurando sua orelha sem dó.

Me desculpa mãe! ─ A pequena gritou tentando se explicar, mas Odalia a olhou de uma forma que ela nunca havia visto antes, e isso a fez tremer já esperando pelo pior.

Apesar de jovem Amity era muito esperta para sua idade, fato que sempre interessava seus professores e educadores. Enquanto encarava os olhos da mãe sem vida ela soube naquele momento que não adiantaria tentar conversar ou algo assim, porque sua mãe estava bêbada.

Amity. ─ A mulher disse já com uma voz arrastada. ─ Vá pro seu quarto agora e não diga mas uma maldita palavra. ─ Ela andou todo o jardim, passou pela cozinha onde todos esperavam ansiosamente, e subiu as escadas ignorando os gritos de dor de Amity enquanto apertava a orelha da menina.

Mamãe tá machucando! ─ Choramingou sem enteder o por quê daquilo tudo, ela não fizera nada de mais! Era só um pedaço de pano sujo, podia simplesmente lava-lo.

CALA A BOCA!  ─

Ela mal teve teve tempo de raciocinar quando sentiu uma ardência fumegante na bochecha e viu os olhos furiosos de Odalia por cima da mão próxima ao seu rosto. Imediatamente a pequena calou a boca ao cair sobre o piso luxuoso, não por querer, mas por estar desacreditada que sua mãe, o amor da sua vida, sua heroína, a detestava.

Sua própria mãe a odiava...

A última coisa que Amity se lembrará daquela noite depois disso foi o som das rachaduras da porta rangendo devido ao impacto quando sua mãe a trancou no quarto. Ela passará as próximas oito horas chorando com seu lindo vestido escorado a porta, e pensando a cada estrondo de um foguete lançado as estrelas e o mundo lá fora, ajoelhada, olhando pelas imensas janelas da mansão, o que tinha feito de errado?