Capítulo 5

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   As vezes quando me perdia em meus pensamentos no mar, era difícil sorrir. Lembrando das palavras de Kuro, e da cicatriz em meu rosto... tentando imaginar que se aqueles não eram realmente meus pais, então de onde eu era?

— Tudo bem? — Nami surgiu atrás de mim, dei espaço para ela se aproximar.

— Estava olhando as ondas batendo no casco do navio.

— Eu sei, eu só estranhei porque você não costuma ficar muito tempo quieta. — Ela disse, sentei-me na berada do navio.

— Nami. Nós somos amigas?

— Eu acho que sim. — Ela riu, estiquei os lábios e desci.

— Eu perdi meus pais quando era mais nova, e não conseguia mais confiar em ninguém depois disso. Então eu entrava para um bando, roubava, escapava. — Comecei a contar, Nami engoliu em seco e então cruzou os braços prestando atenção. — Sempre achei que todos os piratas eram ruins, assassinos malvados e impiedosos. Mas então conheci Luffy, você e o Zoro, e o Usopp.

— Tenho certeza de que todos pensamos a mesma coisa do chapéu de palha. — Ela apontou com a cabeça, Luffy estava animado com seu navio novo, seus olhos brilhavam a cada detalhe que analisava.

— Na verdade nem sempre foi assim... eu gostava dos piratas quando era criança. Queria ser como eles, viajar o mundo, descobrir novos horizontes. O meu pai me ensinou que eles não eram tão ruins quanto parecia. — Estava contando enquanto Nami prestava atenção a cada palavra. — Eu adorava esperar por a cada mês para ouvir suas histórias de piratas. Mas então, dois deles vieram até a nossa casa, deixaram sua marca e levaram minha mãe. Eu fiquei órfã naquele dia.

— Eu sinto muito. — Ela disse fragilizada pela história, me virei.

— Kuro me disse que meu pai me resgatou de um navio de escravos, disse que abandonou a tripulação por mim... — Continuei, Nami ficou boquiaberta em surpresa. — Merry me falou sobre os Mink, disse que nós éramos maltratados e vendidos. Se o meu pai me resgatou, e-então, pode ser que a minha verdadeira família possa estar viva. Mas isso também pode significar que... que minha família nunca foi minha. E-e agora eu não sei se devo ir atrás da minha mãe ou dos outros como eu.

— Eu não posso decidir isso por você, então, quando decidir estaremos aqui. — Ela abriu os braços, concordei. — E o Luffy vai concordar em te ajudar a chegar em qualquer lugar, ele deixou claro que faria isso por nós.

— Obrigada Nami. — A abracei, a garota ficou sem reação e apenas me retribuiu com dois tapinhas nas costas.

— Tudo bem.

Assim que desfiz o abraço me senti mais animada, na maior parte do tempo me sentia sozinha e sentia falta dos meus pais. Mas desde que entrei para o bando de Luffy não me sinto mais assim, levando isso em conta, a ideia de não ter mais uma família me assustava um pouco menos.

Corri até o outro lado do navio seguindo as ondas se movendo rapidamente, senti a brisa em meus cabelos, apontei para o mar e uma faísca passou pelo meu braço até tocar a água e desaparecer.

— Isso é muito legal. — Luffy disse logo atrás de mim, me virei, ele estava tão próximo que nem reparou e deu um pulo para trás. — Consegue usar em mim?

— O que? — Fui direta, ele estendeu a mão com um sorriso alegre em seu rosto. Aproximei minha mão conduzindo pouca eletricidade, mas era visível pequenos raios estalando entre meus dedos.

Estava com receio de tocá-lo então Luffy segurou minha mão, fechei os olhos esperando gritos de dor mas nada aconteceu, quando abri ele estava encarando-a esperando algo acontecer. Senti algo pular atrás de mim, solucei.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora