Capítulo 24

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   Zoro parecia seriamente preocupado, já eu sentia um embrulho no estômago. Meu coração disparava a cada palavra do meu pai tentando se explicar.

— E-eu não estou entendo. Papai?

— Nossos pais fizeram um acordo antes mesmo de nascermos. — Kaito interrompeu, parecia ser isso que Aurora queria me contar mais cedo. — Nós devemos nos casar sob a luz da última lua da primavera.

— Casar? — Olhei para o meu pai, ele coçou a barba e riu.

— Querida, o senhor Uzuha prometeu segurança ao nosso povo. Garantirá nossa liberdade, e vamos receber o título dos Uzuha.

— Não. — Luffy disse quebrando a tensão no cômodo, Itaro o encarou confuso.

— Luffy?

— A Minnie não é uma moeda de troca, ela é nossa companheira. Faz parte do meu bando. — Ele afirmou, me levantei chamando a atenção de todos em volta.

— Eu to cansada. — Disse, Nami torceu os lábios e franziu as sobrancelhas preocupada.

— Claro querida, os quartos de vocês. — Ele dizia quando deixei a mesa. Aurora limpou os lábios e saiu atrás de mim.

— Irmã! Minnie espera! — Ela correu e puxou meu braço, quando me virou, meus olhos estavam marejados. — Minnie...

— E-eu não sei o que fazer. — Ela segurou minhas mãos, comecei a soluçar. — Eu prometi a mim mesma que faria o certo, e afinal é tudo culpa minha vocês estarem aqui nessa situação.

— Minnie não é sua culpa, foi um acordo feito muito antes de você nascer. Não era pra acontecer, mas você voltou pra nós e assim que o senhor Uzuha descobriu ele... bem, ele voltou a cobrar. — Ela dizia tentando me reconfortar, cerrei os punhos pensativa. — Seja lá qual for a decisão que tomar, tem o meu apoio.

Não vi mais ninguém depois daquela conversa, queria pensar comigo mesma o certo a se fazer. As frases que meu pai dissera naquele jantar continuavam rodeando minha cabeça, como se fosse minha obrigação seguir mais uma ordem. Não era mais sobre mim, ou Luffy, ou o One Piece. Era sobre o meu povo, a segurança da minha espécie diante dos humanos e de todas as atrocidades que fizeram conosco até agora.

Naquela noite dormi praticamente de olhos abertos, o meu cérebro era incapaz de descansar. Logo pela manhã, peguei minha espada e saí pela floresta. A ilha era grande e queria um tempo para refletir, então caminhei pela trilha até um rio não tão distante da fortaleza.  Comecei pular pedra sobre pedra, parei em uma bem no centro do riacho, puxei minha espada e a analisei enquanto pensava.

— Ele disse... — Sussurrei, ouvi um galho quebrar logo atrás de mim, virei-me apontando minha espada.

— Eu vim em paz. — Ele levantou as mãos, guardei a espada e voltei pulando pedra sobre pedra. — Aqui é um bom lugar pra refletir, vinha aqui com minha mãe quando era mais novo. Ela lavava nossas roupas nessa água. Dizia que era milagrosa.

Virei-me de volta para o rio, ele se aproximou e ficou do meu lado com a mão apoiada na espada em seu cinto.

— Aquele Monkey D. Luffy é um selvagem, se ficar mais uns dias vai acabar com nosso estoque de carne. — Ele brincou, cerrei os punhos. 

— Olha eu estou pensando. Vim aqui pra pensar sozinha, não quero que ninguém me pressione. — Repreendi, ele me encarou surpreso e um pouco chateado.

— Não se sinta pressionada. O meu pai não merece nada do seu povo.

— O que quer dizer? — Me virei para ele, Kaito não respondeu, ao invés disso ele puxou sua espada.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyWhere stories live. Discover now