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-Você está bonita pequena!- disse ao arrastar meus ombros e eu sorri.

-Sempre!- brinquei.

-Pois é!- concordou e eu tive que me conter para não explodir.

Seu cheiro estava nele e em mim, já que eu vestia um dos moletom que tinha pego emprestado e não pretendia devolver e nem lavar.

Matt vestia uma calça de moletom da Nike, e uma camisa amarelo, com seu nome escrito nas costas e Lakers na frente.

-Não vai ficar com frio!?- se referiu ao facto de meus shorts serem curtos e eu dei de ombros, entrado no Mustang que ele destravou.

-Um dia me ensina a dirigir?- perguntei animada quando ele deu partida e o loiro me olhou.

-Você tem 15 anos!- disse como se eu não soubesse.

-E daí? Com 15 você já sabia dirigir!- recordei e ele suspirou.

-Eu sou...

-Homem?- arqueei minhas sobrancelhas em sua direção e ri sem humor.

-Diferente, Jessy, eu sou diferente!- me olhou por instantes mas logo voltou a se concentrar na estrada.

Ri baixo e neguei com a cabeça, ele não queria parecer machista.

-Então, me ensina ou não, se falar que não, tem que saber que eu procurarei outra pessoa para me ensinar!- falei seriamente.

-Eu ensino baixinha!- suspirou e eu sorri.- Quando tiver 25 anos!- disse e eu revirei meus olhos.

Ficamos em silêncio por um tempo, só desfrutando da companhia um do outro, eu mais que ele, claramente.

- Eu não te acho imatura!- disse de repente e me olhou, depois que eu o olhei.

Acha sim.

-Acha sim!- continuei olhando para ele, mesmo que sentisse meus olhos a arderem.

-Tá eu acho Jessy!- admitiu.- Mas eu não espero que não seja, você tem 15 anos, linda, todo mundo é imaturo aos 15 anos!- suspirou.

-Se isso te faz não gostar de mim, eu não quero ser!- uma lágrima solitária rolou por meu rosto e eu me apressei em limpa-la.

Eu era apaixonada pelo Matt desde os 10 anos e sua indiferença a mim, doía muito.

-Como assim não gostar de você porra!- sua mão tocou meu joelho.- Eu te amo caralho, você é minha irmãzinha!- bagunçou meus cabelos com a mão e eu ri forçadamente.

Quando finalmente chegamos ao estádio, eu comecei a me arrepender daquilo.

Primeiro porque estava disforica depois que o loiro me chamou de irmãzinha e segundo porque tinha muito barulho e gente que com certeza tinha potencial para ser psicopata.

Vi um homem adulto, sem camisa, com "lakers" escrito na pança e eu só conseguia pensar 'coitados dos filhos dele'.

Em suma, o jogo não era ruim, eu acho, não entendia coisa alguma, mas Matt parecia gostar e isso me deixava feliz.

Os Lakers estavam a ganhar, eu acho, como disse, não entendia nada do que estava acontecendo mas pelo menos aprendi o nome de um dos jogadores, para posteriores inventualidades.

Russell. Foi o único nome que consegui memorizar.

-Eu já volto!- avisei pata o loiro. Eu precisava ir ao banheiro.

-Não se perde!- disse sério e eu assenti ao me levantar.

Eu mal sabia onde ficava o banheiro mas precisava mesmo ir.

Não devia ter tomado toda aquela Coca-Cola.

-Precisa de ajuda?- a voz de um garoto soou em meio ao barulho que vinha das bancadas e eu assenti para o loiro a minha frente.

Eu já o tinha visto antes, mas não lembrava onde.

-Oi Jessy!- Ele sorriu para mim, mas não consegui retribuir, entre o xixi e tentar me recordar de onde eu o conhecia, não sobrou muita brecha para um sorrido.

-Oi tudo bem? Eu acho que te conheço mas no momento estou muito aflita, poderia me indicar o caminho para o banheiro por favor?!- pedi rápido e o loiro riu um pouco antes de me ajudar.

Obsessed Where stories live. Discover now