Capítulo 1

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Rasgando o zíper de sua mochila e quase fazendo com que todo o seu conteúdo caísse, Draco lançou um olhar irritado para o homem pairando aos pés de sua cama. Se você pudesse chamar aquilo de cama. A cama que a estalagem lhes havia dado mais parecia deitar em uma cama de pregos malditos, e nenhuma quantidade de transfiguração mudaria isso.

"Você está rondando." Ele murmurou, estendendo a mão para sua varinha. "Tem ficado perto da Molly Weasley ultimamente? Pensei que você estivesse atrás da filha dela..."

Os olhos de Potter se afiaram. "A Ginny e eu não estamos..."

"Juntos", Draco completou sarcasticamente, revirando os olhos. "Sim, estou bem ciente de suas escapadas sexuais. Você e a Weasley não estão mais namorando, mas não podem evitar de se pegar como loucos."

"Eu não colocaria dessa forma."

Draco fez uma pausa, sua mochila caindo na cama. "Mesmo?" Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha. "Você não colocaria dessa forma? Bem, eu colocaria, já que ela está sempre no nosso apartamento. Eu tive o desprazer de ver a sua bunda mais vezes do que gostaria."

Sua conversa anterior foi para o abismo, o que Draco queria, e Potter foi direto para a isca. "Você é o único que nunca bate na porta."

"Você precisa aprender a usar um feitiço de trancamento, ou, para ser franco, um feitiço de silêncio. Coloque uma meia na porta, tanto faz para mim." Lançando a mochila sobre o ombro, Draco enfiou sua varinha no coldre preso ao antebraço, sob a manga. "Eu volto."

Harry deu um passo para o lado na frente dele, balançando a cabeça. "Malfoy, não faça isso. Você recebeu o mesmo memorando que eu. Robards quer que a gente esteja naquela chave de portal em uma hora. Não há nada para encontrar aqui, nada além de..."

Empurrando-o com força com o ombro, Draco cuspiu: "Nada além de fantasmas?"

Seus traços se voltaram para a piedade, e Draco deu mais um passo. "Se ela estivesse em algum lugar, ela teria encontrado o caminho de volta para nós." Potter murmurou, passando os dedos pelo cabelo até que ele ficasse espetado em todas as direções. "A Hermione teria voltado para você. Já passamos por isso."

Parando na porta, traçando onde ela estava rachada, cabelos caíram nos olhos de Draco. "Me poupe do discurso. É apenas um monólogo com você, e eu já ouvi o suficiente." As tábuas do chão rangeram sob o peso combinado deles enquanto Draco descia as escadas precárias, e seu parceiro correu atrás dele dois degraus de cada vez. "Eu te encontro de volta no Ministério depois que eu terminar."

Ele havia chegado à recepção antes que a mão de Harry se fechasse em seu ombro e o puxasse para trás. Draco se afastou dele, uma aguda ofensa prestes a sair de sua língua. "Você pode ter parado de procurar, e eu entendo isso, mas eu não vou parar. Nem hoje, nem amanhã, e certamente não em nenhum dia que vier depois."

Harry mudou o peso, sua mão pendendo ao lado dele, embora ele esticasse para a varinha.

"Ela não iria querer isso para você."

Seu rosto se fixou em uma máscara, Draco não disse nada além disso. Era sempre a mesma coisa. Ele procurava por ela - e continuaria fazendo isso, não importando quantos anos passassem - e Potter tentava ajudá-lo a seguir em frente.

Seguir em frente.

Era o que ele deveria fazer, Draco entendia isso muito bem. Seu terapeuta designado durante sua liberdade condicional após a guerra, e agora como um Auror, deixou bem claro o quão prejudicial era segurar alguém que se foi.

E Granger se foi. Não havia erro quanto a isso. Ele havia visto com seus próprios olhos durante a Batalha Final, quando sua tia virou a varinha, e Hermione desapareceu em uma explosão de magia que os Inomináveis ainda não entendiam. Ninguém entendia, não importando quantos galeões ele prometesse pagar se alguém conseguisse explicar.

The Best Of MeWhere stories live. Discover now