Capítulo 13

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Havia uma camada de gelo revestindo a janela acima da pia, e as portas duplas da cozinha de Hermione que levavam para fora também estavam geladas. Dezembro havia se aproximado deles rapidamente, e ainda não tinha afundado completamente no estômago de Draco que ele tinha Hermione e Scorpius em sua vida há meses. Tê-los por perto significava que todos os terríveis anos que o levaram até agora não importavam mais. Se ele tivesse que fazer tudo de novo, ele o faria sem dúvida se isso significasse que ele acabaria aqui com eles novamente.

Hermione cantarolava enquanto o canto de seus lábios se curvava para cima. Ela permanecia em frente ao fogão, com os cabelos amarrados num coque e mechas curtas enquadrando seu rosto. Totalmente focada em não queimar o chocolate quente - como na noite anterior, quando ele decidiu beijá-la contra o balcão com Scorpius lá em cima -, ela não notou que ele estava olhando. Ou notou.

Draco não ficaria surpreso. Ele nunca conseguiu superar seu hábito de encarar e não conseguia silenciar a voz constante em sua cabeça repetindo "ela está viva, ela está viva".

"O que você fez hoje, Scorpius?"

Seu filho - caramba, até mesmo pensar nas palavras sempre lhe enviava uma onda de emoção - estava sentado à mesa de jantar, um sorriso brilhante estampado no rosto enquanto abria um livro. Típico. "Ajudei a Miss Clara a embrulhar presentes. Você sabia que existem crianças que não ganham presentes?"

Hermione lançou um olhar longo para ele. "Eu sabia. Nem toda criança tem a sorte que você tem, Scorpius. Quando você nasceu, os moradores compraram presentes para o seu primeiro Natal."

Olhos arregalados, Scorpius virou-se completamente em sua cadeira para encará-los. "Eles fizeram?!"

Ela assentiu. "Havia tantos que na manhã de Natal eu mal conseguia ver o chão. As pessoas se unem durante os feriados, meu amor. Não é apenas sobre receber coisas; também é sobre dá-las."

O rosto de Scorpius ficou em branco enquanto ele absorvia essa informação, olhando de Draco para sua mãe e de volta para Draco novamente. "Nós poderíamos dar presentes a eles?"

Seu rosto se iluminou com um sorriso. "Claro. Eu sempre faço, mas deixarei você me ajudar este ano."

Batucando os dedos na parte de trás da cadeira, Scorpius perguntou: "Você acha que eles gostariam dos meus brinquedos antigos? Eu não posso brincar com todos eles."

Os olhos de Hermione começaram a lacrimejar quando um som suave se prendeu em sua garganta. Merlin, ele herdou tudo de bom de sua mãe. "Isso é muito gentil da sua parte." Os dedos de Draco se entrelaçaram com os de Hermione ao seu lado e fora de vista.

"Sim," concordou Hermione. "Vamos separá-los neste fim de semana, mas você não precisa dar nada que não queira." Ela voltou sua atenção para o fogão mais uma vez.

Scorpius percorreu a primeira página do livro, as páginas se enrugando à medida que passava para a próxima, mas havia algo... curioso no movimento.

Ficando de pé, Draco observou o menino alcançar sua xícara na mesa, mas seus dedos não a tocaram. Ele não podia estar fazendo - Ele não sabia se Scorpius já havia tido surtos de magia acidental. Era possível, supunha, e se tivesse, Granger não se lembraria. A maldição teria certamente criado uma lacuna em sua memória quando ela testemunhou magia de qualquer tipo.

Granger disse algo atrás dele, mas ele não ouviu. Havia uma inflexão de provocação em sua voz, como quase sempre havia, mas ele só podia continuar olhando à frente, maravilhado.

A xícara se elevou — felizmente ainda estava vazia — e rolou no ar. Uma mãozinha se apressou a persegui-la. Scorpius moveu os dedos, e a xícara seguiu o movimento. Incrédulo diante do que estava vendo, Draco observou um sorriso divertido surgir no rosto de seu filho.

The Best Of MeWhere stories live. Discover now