Capítulo 2

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Estava longe do comum que a viagem fosse tão cansativa, silenciosamente Dan se encolheu no sofá, os dedos tateando o tecido da calça enquanto vislumbrava aquela nova sensação estranha

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Estava longe do comum que a viagem fosse tão cansativa, silenciosamente Dan se encolheu no sofá, os dedos tateando o tecido da calça enquanto vislumbrava aquela nova sensação estranha. Sonhou com a cobertura, com aquele vácuo de silêncio que sempre o engoliu como uma fera indomável, encarando aquela sala, repetiu a si mesmo de que não eram as mesmas paredes. Por alguma razão, encarava a porta como se sentisse "lá" mais uma vez, quando ficava na sala com o vazio no olhar, esperando Jaekyung chegar em seu habitual silêncio que, na maior parte das vezes, trazia algo ruim. Era o segundo dia em Seoul e já se encolhia no sofá, pensando ser rodeado de velhos fantasmas do passado, e não deveria ser tão difícil. Em teoria, acreditava que confrontar medos seriam a decisão mais madura, e reprimiu o quanto se envergonhava pela noite anterior.

O que havia mudado? O apartamento era completamente diferente, então por qual motivo o lutador sempre aparecia em seus pensamentos? Foram três anos intermináveis para que não estapeasse Kyungmin toda vez que tentava um toque, mesmo o mais cuidadoso. Os dedos deslizaram entre as mechas levemente bagunçadas, cansado por não ter dormido direito. "Saia da minha cabeça" pensava "Por favor, eu preciso esquecer de você". A frustração atingiu seu ápice na primeira noite onde tudo ia tão bem, os toques por cima das roupas, a respiração pesada de Kyungmin. Bastou fechar os olhos para que a mente o traísse covardemente, criando a sensação estranha de Joo Jaekyung do lado da cama, olhando Dan naquela posição e com aquele sorriso malicioso de quem diria "Quando vai contar para ele que isso não te excita?". Então, aquele resmungo saiu e culpava-se tão arduamente por Kyungmin ter tanto cuidado a perguntar se deveria parar. Ainda era cedo, Dan entendia que tudo dentro de si gritava que aquilo o assustava, tudo o que sabia sobre como ser tocado era Jaekyung, como diria algo assim? Que o carinho, cuidado e a paciência lhe eram estranhas?

Não conseguiu dormir, permaneceu encarando o teto, e o coração, domado pela culpa.

Lembrava das vezes em que apagava depois do sexo e quando acordava, o lutador estava ali, o olhando fixamente. Era estranho sentir que Jaekyung estaria em qualquer lugar, sentia-se observado. Desde que soube que foi exposto para Heesung, ocasionalmente usava mais camadas de roupas mesmo no calor, e mesmo assim sentia-se a mercê de qualquer olhar. Suspirou, os lábios se curvando em um sorriso, recebendo em mãos a xícara de chá quente, era uma pena que Kyungmin tivesse de sair cedo. Assoprou um pouco a bebida, sentindo o aroma que acalmava a alma. Mas tivera certa decepção ao ver o mais velho colocar na mesa de centro a prancheta com os itens a serem marcados, era confuso e um pouco desconfortável. "Kyungmin. Kyungmin cuida de você" repetiu mentalmente.

— Não se esqueça de preencher, marque as emoções que sentiu durante o dia. Analisaremos isso quando eu voltar. — Mesmo que o tom fosse doce, era uma visão complicada decidir se eram namorados ou terapeuta e paciente. Dan manteve o sorriso, assentindo positivamente. Kyungmin era bonito, as roupas formais para o trabalho marcando os músculos, os cabelos de lado com alguns fios caindo na testa, e o sorriso aberto, que poderia cativar qualquer pessoa. — E seria bom se tivermos aquela conversa.

The darkness between You and MeOnde histórias criam vida. Descubra agora