capítulo 36

19 4 0
                                    

**Não esqueçam de deixar estrelinhas e comentários sobre as partes que mais gostaram, isso incentiva essa humilde escritora amadora 😁**

Minho para o carro no sinal vermelho enquanto a chuva cai forte do lado de fora.
De repente ele avista Nana na calçada da rua lateral, tentando se abrigar da chuva debaixo da cobertura de uma loja, então assim que o sinal abre ele faz a curva para encontrá -la.

- Tá fazendo o que na rua nessa chuva nanica? Olha que a enxurrada passa e te carrega hein! - diz, baixando o vidro do carro e Nana olha para ele indignada. - Anda, entra aí.

- Por que até pra fazer uma gentileza você tem que ser tão desagradável?! - ela pergunta ao entrar no carro.

- Ah, já te disse, é o meu jeitinho. - responde debochado. Nana revira os olhos e balança a cabeça em sinal de negação.

- Tá indo pra onde?

- Pra casa.

- Te levo.

- Obrigada.

- Não por isso.

- E você, pra onde tava indo?

- Consegui fugir pra almoçar dessa vez.

- Hum... qual é o lance com o seu trabalho afinal?

- Ah, um grupo que a empresa quer debutar a qualquer custo esse mês.

- E qual o problema?

- O problema é que eles não estão preparados, e aí, sobra pra mim né?
Se eles não estiverem afiados na estréia, quem se ferra sou eu.

- Que barra....

- E você, tá fazendo o que na rua nesse dilúvio?

- Precisava comprar material. - ela mostra as sacolas. - Mas a chuva me pegou de surpresa.

- E tinha que ser hoje? Tá caindo o mundo!

- Encomenda né? - Nana dá de ombros.

- É... pelo visto até artista independente tem problemas com trabalho né?

...

- Hyunjin? - a gerente chama.

- Sim!

- Você se atrasou pra voltar do almoço.

- Me desculpe, fui surpreendido pela chuva. Não vai acontecer novamente.

- Espero que não. - ela diz intimidadora e se retira.

- É... alguém tá se sentindo importante depois que virou o brinquedinho favorito do milionário.

- Tem alguma coisa que você queira me dizer Sohui? - Hyunjin pergunta ao revirar os olhos em direção à moça.

- Ah não, só tava, pensando alto.

- Pensando? E você tem esse hábito? - debocha cruzando os braços.

- Tão espirituoso né? Foi assim que você conquistou o milionário?

- Eu acho que minha vida pessoal não é da sua conta né?!

- Só espero que você não se acostume com a mordomia, porque ela não vai durar.

- Ah e você tem bola de cristal agora,  pra adivinhar o futuro das pessoas?!

- Hyunjin, encara a realidade.
Essa gente rica não se envolve seriamente com gente como nós.
Você é só uma distração.
Ele só tá se divertindo com você, logo enjoa e te troca por outro pobre coitado.

- Olha Sohui, em primeiro lugar, você é a única pobre coitada aqui.
Em segundo lugar, e eu já disse que a minha vida pessoal não te interessa.
E em terceiro, não use a expressão "gente como nós" pra se referir a mim, não me compare a você. - Hyunjin rebate e sai do local deixando a moça sem reação.

...

- Prontinho, entregue sã e salva. - Minho brinca ao passar pela porta com as sacolas.

- E encharcada! - Nana completa e ambos riem. - Pera, vou pegar uma toalha.
Não tinha necessidade de você subir, acabou se molhando também. - ela fala já no corredor em direção ao banheiro.

- Depois de você dizer que o elevador tava quebrado?! Não ía te deixar subir as escadas carregando peso sozinha. - ele responde ao deixar as sacolas no chão do ateliê. - Ah, Snow! - Minho acaricia o gatinho que roça em suas pernas ignorando o tecido molhado de sua calça.

- É, tá em manutenção faz uns dias já.
Toma. - ela estende a mão com uma toalha para ele.

- Eu também tava com saudade desse carinha.

- É estranho, mas eu acho que ele também sentiu saudade de você.
Sempre que a gente se fala ao telefone ele fica por perto.
Parece que sabe com quem eu tô falando.

- Bicho sente as coisas. Ele sabe que presta e quem não presta.

- Então eu acho que o Snow veio com defeito, porque ele simpatiza demais com você! - Nana brinca.

- Nanica abusada! - Minho bagunça os cabelos molhados da jovem enquanto ambos riem.
Ela ajeita as mechas de cabelo atrás das orelhas e por um instante eles se encaram enquanto Minho sorri de lado.
O cabelo molhado caindo sobre os olhos do rapaz remete Nana as memórias do dia em que assistiu seu ensaio na academia e ela sente seu rosto esquentar.
Com a toalha sobre seus ombros e os lábios entreabertos, Minho fitava os olhos da moça, enquanto acariciava suavemente seu rosto.
Nana por sua vez, admirava o castanho dos olhos do rapaz, translúcido pela claridade que vinha da janela do ateliê.
Em um lapso de lucidez ela tenta interromper a atmosfera que se instalou no lugar.

- Tá, ficando tarde né? Seu horário de... - Nana é interrompida por Minho que suspira e sela seus lábios nos dela, desarmando-a por completo.
Se inicia então um beijo tímido e contido como a chuva que caia lá fora cujas gotículas pintavam suavemente a janela.
A medida que se aproximavam o calor de seus corpos contrastava com o frio pelas roupas molhadas.
Os dedos de Nana entrelaçados no cabelo do rapaz e as mãos de Minho tocando o rosto e a cintura da moça.
Os lábios de Nana tinham o exato gosto de cereja que Minho imaginava, e o leve cheiro de tinta do ateliê deixava o ambiente mágico, como se o beijo dos dois fosse uma cena retratada em uma pintura que remetesse a um casal apaixonado em uma tarde sob o pôr do sol.
O contato entre eles não dura mais que um minuto mas é intenso o suficiente para tirar Nana do eixo.
Ao se afastarem ambos estão ofegantes e parecem confusos com o que se passou.

- O... meu horário... eu, tenho que ir. - Minho balbuciou e depois que Nana suavemente assentiu ele retirou-se do apartamento deixando a moça para trás atônita.

...

Minho entra no carro ainda zonzo, batendo a porta e apertando os olhos enquanto segura o volante.

- Idiota! Idiota! - ele repete para si mesmo enquanto bate com a testa na direção do carro e, após alguns instantes se martirizando, ele parece voltar a si e ri soprado ao lembrar-se do que acabara de ter a audácia de fazer.
O rapaz dá a partida, voltando para o serviço.

...

O cara certo | Bang Chan - MinhoWhere stories live. Discover now