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~ Alice Narrando ~

Depois de pegar Alícia na creche vim direto pra minha casa nova, alguns móveis eu vendi e guardei o dinheiro pra emergência.

Não estou vivendo como vivia antes, mas o leite da minha filha não falta. Fralda ela não usa mais, graças a Deus ela pede pra ir e ela não faz xixi na cama, mas para previnir eu sempre coloco a capa protetora caso ela faça.

Eu dou graças pela filha que eu tenho, ela tem sido minha fortaleza por esses últimos dias.

— Mamãe? - Ela me chama assim que chegamos em casa. Dessa vez ela não dormiu no caminho, pois como o ônibus estava lotado, ficamos em pé.

Uma moça até perguntou se queria que eu entregasse a Alícia pra ela segurar porque ela estava sentada, porém eu não consigo confiar, então neguei e segurei a Alícia com um braço e com o outro braço eu segurei a mochila dela, minha bolsa e ainda me segurei pra não cair. Mas, como é perto, não passamos tanto tempo em pé.

— Oi meu amor. - Respondo e ela me fita com a mão na barriguinha. — Já sei. É o número dois? - Pergunto e ela assente.

Deixo a mochila e a bolsa na sala e vou com ela pro banheiro.

Já tiro toda a roupinha dela pra dar um banho nela logo e coloco ela no vaso.

Quando ela tá fazendo tal ato ela gosta de silêncio, então fico quietinha esperando ela fazer.

— Tabei! - Ela diz e pula do vaso.

Olho pro vaso e me assusto com o que vejo.

— Como tu consegue fazer um troço desses, mulher? - Pergunto e ela ri.

— Pala mamãe. - Ela diz rindo e vai pro box.

— Não dá pra imaginar isso saindo de tu não, você tinha que fazer só umas bolinhas de cabrito. - Falo e é aí que ela ri mais.

— Pala mamãe! Eu tico co vegoha. - Ela diz rindo mais ainda e coloca a mão nos olhos e eu dou descarga.

— Vamos tomar um banho, princesa? - Pergunto e ela assente feliz.

Dou um banho nela e brinco um pouco com ela no banho, o que faz molhar minha roupa inteira.

Saio do banheiro com ela, coloco a roupinha de dormir e levo ela pra sala.

Coloco cocomelons pra ela ver e dou os lápis de cor e a revistinha de colorir, enquanto vou ajeitar o jantar dela.

Porém, minha campainha toca, eu sei quem é, então só grito "ENTRAA".

Marina abre a porta e olha pra minha cara, ela tá com uma cara de morta.

Como a Marina morava em uma vila de kitnets, eu aluguei uma também. Como disse, aqui não pago luz e nem água. Graças a Deus.

— Que houve? Pegou chuva? Mas, nem choveu! - Ela diz apontando pra minha roupa.

Aponto pra coisa minúscula que está no chão entretida com seu desenho e seu lápis rosa.

O meu ceo. Where stories live. Discover now