4 - Nos conhecendo

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@Gui

Eu juro que encontrar com a garota que eu ajudei mais cedo não estava nos meus planos e eu nem sei explicar a tamanha coincidência nisso tudo.

Saí do meu apartamento depois de tomar um banho e fui para um dos hotéis resolver um problema com uma estadia de um cliente.

Parece que o hóspede fez uma reserva no mesmo dia de um casal e o quarto acabou não estando vago para ela, o que me fez dar duas diárias como pedido de desculpas.

Não que seja algo que vá prejudicar a conta bancária dos nossos negócios, até porque cada hotel tem a sua conta, então, apesar de serem "filiais", nenhum lucro ou prejuízo interrompe o outro. Mas, por sorte, era no nosso hotel com a diária mais barata e acabamos conseguindo não perder esse cliente, que já se hospedava pela quarta vez conosco.

Terminei de resolver o que eu precisava e não estava com cabeça nenhuma para cozinhar, apesar de eu ser um cozinheiro e tanto.

E ir para a casa da minha mãe, depois de 2 noites que ela passou no hospital acompanhando o meu pai, estava fora de cogitação.

Ele está consciente e graças a Deus, fora de perigo. Então ela pôde se dar um descanso também. O que me permitiu tirar uma noite para eu jantar na minha adorável companhia.

Para a minha surpresa, o Olive Garden estava simplesmente lotado e, nós temos uma parceria muito forte com esse restaurante, já que os chefes deles que servem nos menus dos nossos hotéis.

Justamente por esse motivo, o gerente não permitiu que eu fosse embora sem comer, mesmo depois de eu dizer que poderia passar em outro lugar pra jantar.

Foi aí que ele me disse que havia conseguido um lugar na mesa de uma senhorita que estava desacompanhada e não se importava de me ceder o espaço. Então o garçom me acompanhou até lá e...tcharam, eu estava novamente com a garota que ajudei de manhã no aeroporto.

Sei que, quando menos imaginei, já haviam se passado algumas horas e a nossa conversa, que estava pra lá de boa, teria que ter um fim.

Não sou do tipo de homem que fica sempre em busca de uma mulher pra terminar a noite, até porque eu tenho mais coisas com que me preocupar.

Mas também sou homem né, porra. E nem o homem mais ocupado do mundo seria incapaz de perceber a beleza surreal que ela tinha.

A Carol era o tipo de garota que atraía olhares de todos, homens e mulheres. Ela tinha uma risada gostosa de ouvir, um corpo escultural, uma maturidade admirável e um papo muito leve. Tudo com ela era muito tranquilo. Por isso, quando tive a oportunidade de passar mais tempo ao seu lado, eu não deixei passar.

Abri a porta do carro para que ela entrasse, depois de oferecer carona até o hotel que ela estava hospedada.

- Pode virar a próxima direita - ela disse, me guiando enquanto mexia no celular

- E a sua família já conheceu Nova Iorque? - eu perguntei, buscando conhecer melhor a mulher

- Ah o meu pai veio algumas vezes a trabalho, mas minha mãe e meu irmão nunca vieram - ela disse, transferindo a sua atenção do celular para a nossa conversa

- Você tem um irmão? - perguntei curioso - Ele é mais velho ou mais novo que você?

- Pode virar na esquerda e, depois, esquerda de novo - ela falou, mas logo voltou a minha pergunta - Ele é mais velho, já se formou e tudo. E não é porque ele é meu irmão não, mas ele é um médico admirável

- Uau, isso é incrível. Seus pais devem morrer de orgulho - eu falei

- Vish, nem tanto. Meu pai sonhava em passar a empresa pro Arthur - ela disse - Acho que ele foi o único pai que ficou um pouco decepcionado quando o filho passou em terceiro lugar para medicina

- Então você que é o maior orgulho do seu pai - eu dei risada e ela me acompanhou, concordando com a cabeça

- Pois é, e eu nunca pensei que poderia competir com o meu irmão - ela riu novamente

- Pais são assim mesmo, nada nunca tá bom pra eles - eu falei

- Mas o seu pai deve amar te ver cuidando da empresa dele - ela falou e meu sorriso murchou - próxima direita e cruza na rotatória

- É...por mais que essa coroa tenha sido passada de um jeito não muito legal - eu falei e ela estranhou
- Por que? - ela perguntou, tendo cuidado até no tom de voz que saía de sua boca

- Meu pai tem problema cardíaco, e eu só assumi realmente a empresa quando ele ficou internado

- Eu sinto muito, Guilherme - ela disse e eu neguei

- Não precisa, graças a Deus hoje a minha mãe pôde voltar pra casa porque ele saiu do sedativo e está bem melhor - eu disse e ela suspirou aliviada

- Que bom. Fico bem feliz com uma notícia dessas - ela falou - É ali na frente, aquele grande e cheio de luzes

Sorri, vendo que a Carol esta a hospedada em um dos hotéis da rede do meu pai

- Está entregue - eu disse, estacionando na frente do lugar, vendo o Toby, manobrista do hotel, vir na direção do carro

Eu saí, abrindo a porta pra Carol e abrindo em seguida a porta de trás.

- Muito obrigada, de verdade mesmo - ela falou, pegando as sacolas que estavam no banco de trás

- Senhor Jones, o senhor por aqui? - o Toby perguntou e a Carol me olhou, com os olhos semicerrados

- Tudo bem, Toby? - cumprimentei ele - Depois me conta o que acha do hotel

- Não acredito - ela negou sorrindo

- Não me culpe, como eu ia adivinhar que você estava hospedada justamente em um dos nossos hotéis? - eu perguntei

- Já sei para quem eu posso reclamar se acontece alguma coisa - ela brincou e ue neguei

- Estou à disposição, madame - eu falei e ela veio se despedir

- Obrigada de novo, Guilherme - ela disse, me deixando um beijo na bochecha

- Fica bem, nos vemos por aí - eu falei e ela concordou, sorrindo e entrando no hotel.

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