Por Outros Olhos.

Capítulo 1.

BORUTO.

Acordei bem cedo para arrumar minhas coisas, nem quis comer nada, estava nervoso demais, hoje era o dia que eu e Sasuke Sensei sairíamos por um tempo da Vila, específicamente em missão, buscando a cura para o Karma, o meu e de Kawaki.
Era difícil pensar que eu teria que ficar longe daqui, longe da minha família, não sabia quanto tempo, porém, era necessário. Nos últimos tempos meu poder vem se descontrolado, fiquei preocupado depois da última luta, o que eu menos queria era ser um perigo e colocar em riscos pessoas importantes para mim, mesmo que isso significasse me distanciar de todos, era o melhor a se fazer, e o meu mestre, Sasuke, concordou e se ofereceu para ajudar.
Eu terminava de colocar mais algumas camisetas em minha mochila. Estava levando apenas o essencial, sem muita bagagem para não fazer peso desnecessário.
Pude ouvir três toques na porta.

— Pode entrar. — disse brevemente.

Minha mãe abriu a porta, olhando-me penosa.

— Você já terminou de fazer a mochila?

— Já sim mãe. — disse terminando de fechar o zíper. — Peguei tudo que preciso, não se preocupe.

Ela assentiu. Percebi seu olhar triste, o que mexeu algo dentro de mim. Já era difícil ter que partir, mas lidar com a despedida, era bem pior.

— Mãe... — me encarou quando a chamei. — Não vou demorar para voltar, te prometo. — me aproximei dela, tocando seu ombro. Pude ver lágrimas acumuladas em seus olhos e isso me entristeceu, uma pontada doloroso de ter que deixar minha família.

Ela me esmagou num abraço apertado, que retribui com gosto.

— Por favor, tome cuidado, não seja imprudente e obedeça ao Sasuke. — ela diz ainda me abraçando, com a voz levemente embargada. — Volte com vida e inteiro para sua família, Por favor, Boruto. — ela chorava, passei a mão em suas costas, tentando conforta-lá da melhor maneira possível.

— Eu irei Mãe, prometo.

Nos separamos do abraço e ela limpava as lágrimas, sorrindo. Sua expressão me dava um sentimento palpável de esperança, e isso era tudo o que eu precisava para apaziguar o medo crescente dentro de mim nesse momento. Medo do incerto, medo de falhar, medo de não voltar a ver todos.

Peguei minha mochila e descemos, Já estava quase na hora.
A Hima estava sentada no sofá, assim que me viu, correu, me abraçando forte quase nos fazendo cair chão.

— Irmão, não demore para voltar e não se machuque. Se cuide e cuide também do pai da Sarada, se não ela matará você.

Ri um pouco. Sarada me mataria mesmo se eu não cuidasse também do velho dela. Ela não teve como aproveitar muito a companhia do pai, e ele já se comprometeu a mais uma vez sacrificar seu tempo com a própria família. O tio Sasuke podia ser um ranzinza rabugento, mas nada era mais importante para ele do que proteger as pessoas que ama, mesmo que significasse se sacrificar em troca. Esse era o seu jeito ninja, sua filosofia de vida, e agora, a minha também.
Eu vou conseguir ser mais forte com minha família.

Desfiz nosso abraço.

A Hima é tão pequena, quero gravar sua feição como essa garotinha iluminada que ela é. Não sei quanto tempo vou demorar para voltar, quero lembrar da minha irmãzinha assim, pequenina, doce, e totalmente assustadora quando não ganha o que quer.
Afaguei seus cabelos, e ela sorriu para mim.

— Pode deixar, Hima.

— Bom, vamos indo, seu pai disse que nos encontraria no portão junto a Sasuke e todos que vão se despedir de você. — Minha mãe diz sorrindo.

— Vamos.

Coloquei a mochila nas costas.
Saímos todos de casa indo em direção ao portão Norte, onde encontraria os outros. Estou me preparando mentalmente com tudo que está por vir, não posso dizer que estou cem por cento pronto, mas, darei meu tudo pelas pessoas que eu amo. Isso eu prometo.