4-Novo amigo

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NATÁLIA NARRANDO

Assim que Bill saiu do quarto eu me permiti chorar de soluçar. Estava tentando ser forte com uma situação tão extrema. Meu próprio pai mentiu para mim e ainda me entregou como pagamento de drogas. Acho que um pai não faria isso com a sua filha.

Me assusto ao ver a porta se abrir e olho vendo o cara que me trouxe para esse lugar.

-Trouxe sua toalha e umas roupas minhas, vão ficar grandes mas acredito que fiquem confortáveis. Tem blusas, umas cuecas novas que você pode usar como short e alguns itens de higiene. Assim que der os meninos vão te levar pra comprar algumas coisas que você precisa.-Diz Tom colocando as coisas em cima da minha cama.

Ele finalmente me olha e vê meu estado, não sabia decifrar seu olhar. Ele tem um olhar frio mas que no fundo sente algo.

-Vou deixar você sozinha.-Diz o mesmo e se retira do quarto.

Pego a toalha e sabonete e vou tomar um banho. Retiro meu vestido e sinto a água quente escorrer por meu corpo relaxando meus músculos.

Volto para o quarto e coloco uma das blusas que Tom me deu e uma das cuecas. Vejo uma escova de cabelo no meio das roupas e penteio o mesmo.

-Posso entrar?-Ouço uma voz do outro lado da porta.

-Pode.

A porta se abre revelando Bill. O mesmo segura uma bandeja em suas mãos.

-Eu não sabia do que você gostava então fiz algo que acho que não tem erro.-Diz ele colocando a bandeja na cama.

Sanduíche de queijo e suco de laranja, eu amo.

-Obrigada, Bill. Eu amo.-Digo sorrindo gentilmente e ele retribui o sorriso.

O mesmo se senta ao meu lado na cama e eu pego o sanduíche e dou uma mordida.

-É assustador né?-Bill puxa assunto.

-Um pouco. Estava mais assustada antes. Pensei que vocês iriam me matar, estuprar ou algo do tipo.-Digo.

-Não! Tom não levanta a mão pra mulher nenhuma, só se for de gang rival. E nós seguimos as regras que ele dita, então se tocarmos em você e ele não deixar, somos homens mortos.-Bill fala e eu rio de leve.

-Mas sabe, pelo menos hoje eu não apanhei.-Acabo pensando alto e Bill me olha.

-Como assim?-Suspiro.-Ah, seu pai...ele te batia?

Fico envergonhada emas logo assinto.

-Sinto muito.-Diz Bill.

-Não imaginava que ele seria capaz de me entregar assim para uma gang como pagamento do vício dele em drogas. Poxa, ele é o meu pai. Os pais deviam amar os filhos não é?-Digo chateada tentando não chorar.

Não havia mais lágrimas em meu corpo, eu estava desidratada de tanto que chorei hoje.

-Te entendo. Eu e Tom fomos criados pelo nosso pai apenas para assumir a gang, nunca houve afeto. Já a nossa mãe sempre cuidou de nós como uma mãe mesmo. Nos deu carinho e amor.-Bill diz.

-Minha mãe se foi no início do ano.-Digo e abaixo a cabeça.-Ela faz falta.

Ficamos em silêncio durante um tempo até que eu corto o mesmo.

-Mas mudando de assunto, se você e o Tom são gêmeos, por que ele que manda?-Pergunto curiosa.

-Tom é dez minutos mais velho. Mas as vezes acho que ele só é mais velho por que eu tive que empurrar ele pra sair, se não estaria no útero até hoje.-Bill diz e rimos.

Bill parece ser bem legal e companheiro, ao contrário de Tom que é frio e parece que a qualquer momento irá te matar.

-Vou deixar você descansar. Se precisar de algo a minha porta é a da direita.-Diz Bill e eu assinto.

Ele sai do meu novo quarto e fecha a porta. Eles são burros? Não trancam a porta, eu poderia muito bem fugir, porém pelo caminho essa casa é no meio do nada, sei que vou me perder e algo de pior pode acontecer. Se bem que morrer agora não seria uma má ideia.

O MAFIOSO-Tom KaulitzWhere stories live. Discover now