ONZE

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CAPÍTULO ONZE -
TENNIS COURT





Curly tinha que aceitar que, chegando em seu último ano em Hogwarts com dezessete anos e mais namoradas acidentais do que era capaz de recordar, ele nunca tinha tido que flertar com ninguém. Tinha conversado com meninas e suas palavras tinham sido quase que sempre entendidas como ele as querendo, mas realmente tentar flertar com alguém propositalmente envolvia um nível de interesse admitido que ele nunca teve.

Agora havia Neville.

Ele não sabia o que estava fazendo de errado, mas definitivamente estava fazendo algo. Neville definitivamente não tinha percebido que Curly estava tentando flertar com ele.

Talvez tivesse acabado com as próprias chances muito antes de sequer começar, assim que chegou em Hogwarts sendo tão extrovertido e amigável com todos. O que fazia com meninas que as fazia se apaixonarem era o mesmo que fazia com a maioria dos colegas não sonserinos. Ou seja, ele os fazia sorrir e conversava com eles como se aquela fosse a conversa mais interessante que já tivesse tido. Havia muito pouco que podia fazer além disso a não ser talvez por começar a beijar Neville do nada — e Curly tinha sido beijado do nada vezes o suficiente para saber que era um porre.

Romance...

Curly não sabia muito sobre romance, sinceramente.

Considerando como Atsushi Sr. era, sério e sempre furioso e tão cruel com a sua mulher quanto com a sua criança, Sr. McLaggen agradecendo a esposa por fazer o almoço com um beijo na bochecha e Sra. McLaggen falando sobre o marido com um sorriso apaixonado era o máximo do que ele tinha presenciado enquanto crescia. Quando se tratava de experiência vivida, só tinha as coisas as ex-namoradas berraram na cara dele que queriam que ele fizesse; que ele tinha tentado depois, mas nem sempre tinha cabeça ou dinheiro para fazer. A maioria das tentativas de encontros dele acabaram em desapontamento e brigas.

Certamente não tinha sido abraçado muito quando criança. Ou sequer sido abraçado um pouquinho. Até com amor, tinha Córmaco e a mãe, as únicas pessoas que achava que um dia tinha amado e que tinham o amado, e que não eram tão bons exemplos assim. Esses últimos tempos a relação dele com os dois estava tão pesada e cheia de amarguras não faladas, ele não queria nem as colocar perto dos sentimentos que tinha por Neville.

Romance, amor, namoros; Curly não tinha boas experiências com nada disso. Heather tinha uma vez o dito que a única coisa que ele fazia direito como namorado era a chupar e ele sabia que esse "grande talento" dele era algo que tinha sido muito bem espalhado entre as meninas grifinórias. Curly preferia isso a foder elas, então tinha sim grande conhecimento por causa de todas as garotas com quem ficou, e pelo jeito era bom o suficiente para Heather continuar com ele por tantos meses, mesmo depois de começar a odiar a personalidade dele.

Só tinha a sensação de que essa não seria a melhor tática para conquistar Neville.

E ele queria o conquistar. Estava certo de que queria, mesmo que tentar pensar no que ia acontecer depois o fazia hesitar: Curly meio que odiava sexo e, sinceramente, nem gostava tanto assim de beijos. Ficar com todas aquelas garotas sempre só tinha feito ele se sentir ruim ou vazio.

Não achava que ia se sentir ruim ou vazio se beijasse Neville.

Curly, grifinório e corajoso e imprudente, queria muito descobrir se iria — e pra isso, voltava logo para o problema de não ter a mínima ideia de como flertar com Neville e o fazer gostar de Curly o suficiente para querer o beijar. Parecia que tudo era tão mais fácil quando acontecia por acidente, sem ele querer ou se importar com o resultado.

lovesickness,  NEVILLE LONGBOTTOM ✔️Where stories live. Discover now