O sonho de Kageyama

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"Louco é você olhar para alguém
e saber que mesmo que vocês
não fiquem juntos, que mesmo
que passe o tempo que for,
aquela pessoa vai ser pra
sempre a dona do seu amor."

Tudo que Hinata queria naquele momento, era...

— Eu vou matá-lo. — Murmurou o ruivo em meio às lágrimas.

— Ei, calma. — Pediu Nishinoya, se segurando muito para não fazer uma piada de que Hinata mataria Kageyama de tanto sentar nele. O menor não sabia de nada do que eles passaram, mas o instinto de palhaço dele queria gritar.

— Calma?! — Berrou o calouro. — Você quer que eu tenha CALMA?! — Ele se afastou de Nishinoya e Tanaka, furioso, tremendo de raiva. — Vocês não sabem tudo o que passei por causa dele durante dez anos!

— O quê? — Perguntou Nishinoya. — Como assim?

— Não estou te entendendo, Hinata. — Disse Tanaka, coçando a nuca. — Vocês se conhecem?

Hinata piscou algumas vezes. Não podia contar para desconhecidos o que viveu com Kageyama anos atrás. Eles pareciam ser confiáveis, mas as aparências podiam enganar. e ele não queria ser enganado outra vez.

— Não... — Murmurou. — Não posso falar sobre isso...

Tanaka e Nishinoya se entreolharam. Eles colocaram a mão nos ombros de Shoyo ao mesmo tempo.

— Tá tudo bem não nos contar. — Disse Nishinoya, sorrindo. — Só não fique assim.

— É, cara. — Reforçou Tanaka. — Vem, vamos pegar nosso lanche.

Os três andaram até o balcão e pediram sanduíches e sucos, a comida que a escola oferecia diariamente. Hinata gostou da comida, mas ele sentia que nada naquele momento seria realmente gostoso.

— Se sente melhor? — Perguntou Nishinoya.

— Não. — Respondeu o ruivo, simples.

Tanaka e Nishinoya se entreolharam. Eles queriam ajudar Shoyo, mas não sabiam como. O sinal tocou, indicando que o intervalo havia acabado e que eles deveriam voltar para sala.

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Hinata Shoyo:

As horas pareciam passar devagar e mais lentas. Minha cabeça pesava sobre o meu pescoço e eu cheguei a me perguntar se arrancar ela fora dali aliviaria a dor de cabeça que eu estava sentindo.

Kageyama idiota, pensei. Esse era o maior xingamento que eu havia achado para ele, até porque eu não iria conseguir chamar ele de algo mais ofensivo, já que eu não teria coragem, mesmo sabendo que ele não iria ouvir.

Tentei fazer de tudo para as horas passarem mais rápido e as aulas acabarem. Dormi, peguei meu celular e meus fones escondido para ouvir música, me tranquei no banheiro por vinte minutos e mesmo assim, parecia que quanto mais eu me esforçava, mais devagar o tempo passava.

E aquilo estava me sufocando.

Naquele momento, tudo que eu queria era chegar em casa, tomar um banho frio, me trancar no meu quarto, pegar meu notebook e ouvir Lana del Rey até amanhã de manhã e, talvez, de bônus, morrer desidratado de tanto chorar.

✧ ⎯  𝚂 𝙷 𝙰 𝙼 𝙴 𝙻 𝙴 𝚂 𝚂 ; kagehinaWhere stories live. Discover now