BRIANNA HOLDEN.

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Bacalar, México.

Cinco anos atrás.

A mulher rodava, dançando ao som de Selena Quintanilla. "Si Una Vez" tocava no rádio que encontrava-se sobre o balcão da cozinha. Os quadris lançavam-se de um lado para o outro, envolvidos na melodia. Sobre a mesa, alguns malotes de dinheiro faziam-se presentes e documentos envolvidos por um envelope em tom pastel. Pistolas e alguns sacos de cocaína pura.
Na casa, um pouco afastada e coberta pela vegetação, pouco se era ouvido do lado de fora. Alguns vizinhos das redondezas, vez ou outra, fazia visitas oferecendo algumas mercadorias frescas. Tapetes bordados e cortinas. Bacalar era o lugar em que a paz reinava, diante de belas paisagens e uma boa comida.

Para ela, desde os primeiros segundos de vida, paz nunca fôra uma opção.

Seus olhos são ágeis em mirar na janela do cômodo, sentindo uma segunda presença no local. A mão direita puxa a pistola e antes que pudesse engatilha-la, sente o cano da arma encostar na parte de trás, em sua cabeça. O maxilar travado. Ergue as mãos para cima.

— Seus dias de glória acabaram, Ceifadora. — o homem diz, usando de um tom ácido e presunçoso.

— Y cuando yo virarme, los tuyos nunca viendram. (E quando eu me virar, os seus nunca virão.) — diz baixo, otimista.

— Fale no meu idioma, vadia! Eu sei que me entende.

— É óbvio que eu te entendo. Conheço você, agente Borick. Está tentando capturar-me há alguns anos.

— Eu não disse o meu nome.

— Mas eu sei que é você. Faz alguns dias desde que está no México. Aliás, aquela loira com quem saiu ontem, do bar, é bem bonita.

— Ela é. As pessoas costumam dizer que você ganha seus oponentes pela beleza, além da inteligência e articulação.

Rindo, ela abaixa as mãos.

— Acham que sou algum tipo de Cleopatra ou algo assim?

— Não sei, mas esse seu rostinho bonito voltará em retalhos se não render-se voluntariamente.

— Ou seus olhos azuis virará minha mais nova decoração, na estante da sala. — Borick acerta suas pernas por trás, com chutes, fazendo-a cair ajoelhada. Em silêncio, sua concentração volta-se aos minuciosos detalhes, estes gritavam por sua atenção. Grunhe. — O que você quer?

— O que?

— Nenhum sinal de reforços ou qualquer outra companhia civil. Faz mais de dez minutos que entrou e passando-se disso, tendo uma "presa" de alta periculosidade para capturar, sem nenhuma resposta, poderiam invadir para ajuda-lo. Nada fizeram. Você está sozinho.

— Qualquer passo em falso e eu mato você.

— Eles não me querem morta. — levanta-se, tranquila, virando de frente para o homem. O loiro encara os olhos castanhos, vivos e sedentos, notando a confiança dançar pelas íris. — Não valho nada para vocês se estiver morta. Me diga, por que está aqui?

— Senta. — aponta com a cabeça para a cadeira próxima.

Fazendo o que manda, Alejandra alcança o maço de cigarros sobre a mesa, retirando um da carteira e posicionando-o entre os lábios, acende. Traga fundo, soltando lentamente.

— É melhor não tomar muito do meu tempo, que não fôra oferecido, devo ressaltar. Não viverá para contar história, de qualquer forma.

— Sabe que estou com eles aqui. Um sinal e essa cidade é cercada. Você é presa e no menor dos casos, morta.

𝐵𝐿𝐴𝐶𝐾 𝐺𝐿𝑂𝑉𝐸. | 𝑅𝐻𝐸𝐴 𝑅𝐼𝑃𝐿𝐸𝑌.Where stories live. Discover now