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– É isso – suspirei ao terminar. – Foi tudo o que ela me contou.

– É, isso não me ajuda muito – disse Zayn.

Terminei meu chá e relaxei na cadeira.

– Olha... – ele apoiou os braços sobre a mesa. – Até onde sabemos, Louis era do tipo antissocial. Ele não gostava de sair, não tinha amigos... Mas então como, quando, e onde ele conheceu esse suposto namorado?

– Na internet, provavelmente? – sugeri.

– Você precisa tentar tirar essas informações da sua mãe ou do Mark. Eu vou até a delegacia montar nosso caso.

– Muito obrigado, Z.

– Me liga se descobrir algo importante – ele pediu. – Um nome, por exemplo, seria muito útil.

Balancei a cabeça em afirmação.

Nos despedimos rapidamente. Quando voltei pra casa, encontrei minha mãe e Mark na sala de jantar.

– Boa noite – falei antes de me juntar à eles na mesa.

– Aonde você estava? – minha mãe perguntou.

– Fui ver o Z – contei.

Mark olhou pra mim de repente.

– Como ele está?

–Bem.

O silêncio durou alguns minutos, mas logo o quebrei.

– Mark.

– Sim?

– Você acha que o Louis vai voltar pra casa um dia?

Ele hesitou.

– Acho que sim.

– Você não faz idéia de onde ele possa estar? Ou com quem?

Ele suspirou.

– Acredito que esteja com o rapaz que ele namorava.

– E vocês não sabem nada sobre esse cara?

Minha mãe permaneceu cabisbaixa à minha frente.

– Digo, se ele tinha um namorado, provavelmente era alguém próximo da família não? Já que o Lou odiava sair de casa.

– Louis nunca nos contou quem era.

– Nem aonde o conheceu?

– Foi na festa de aniversário da empresa – revelou meu padrasto. – Mas com tantos convidados, como eu saberia qual deles era o rapaz?

Parei.

– Que pena... – lamentei em falso.

Ele se levantou de repente.

– Com licença, estou com enxaqueca, vou me deitar.

Minha mãe me olhou com raiva, mas não disse nada, apenas foi atrás do marido.

Exausto, decidi tomar um banho antes de me deitar. Acordei na manhã seguinte com o toque insistente da campainha. Estava sozinho em casa, o que era bastante incomum para um sábado. Quando abri a porta, Zayn entrou como um furacão.

– Bom dia pra você também, Malik.

Ele percebeu que eu estava sem camisa e virou de costas depressa.

– Ah, desculpe, era urgente.

Disfarcei um sorriso.

– Fique à vontade. Vou colocar uma camiseta.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora