Cap 63

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Aurora

Quando saímos de casa já está escuro. Ficamos tempo demais fazendo nada juntas, o que resultou em uma tarde perfeita, e agora não faço ideia para onde estamos indo, mas sei que o lugar que vamos em seguida não importa muito em comparação ao o que está acontecendo agora.

Entro no carro com um sorriso maior do que possa caber no meu rosto, extremamente animada para os acontecimentos que estão prestes a acontecer, sem nem mesmo saber quais são eles.

Tudo está acontecendo de maneira inesperada hoje. Absolutamente tudo.

Quando acordei esta manhã, meus planos para o dia de hoje eram ir para a escola, ignorar a Billie, ignorar meus sentimentos, voltar para casa, fazer meus trabalhos e colocar meus livros ou as minhas séries em dia. A mesma coisa que tenho feito por semanas. Mas com certeza não esperava parar na casa da Billie e acertar tudo que ignorei em semanas, em apenas alguns minutos. Não achei que as nossas palavras seriam tão poucas, mas tão explicativas e cheias de significado ao mesmo tempo. Não esperava que ela fizesse aquilo, não achava que ela gostava de mim.

Mas agora eu sou... o que? Sua namorada? Não sei, não conversamos sobre isso ainda, e talvez seja muito cedo para ter essa conversa. Além do mais, fazem apenas algumas horas que voltamos a nos falar. Não quero estragar o que acabou de ser consertado ou... construído.

— Onde vamos? — Pergunto, colocando o cinto de segurança.

Billie liga o carro e começa a dar ré na garagem, então olha para mim com um sorriso tímido e pressiona os lábios. (Estou imaginando o sorriso tímido dela)

— Eu não sei, não faço ideia. Não pensei muito sobre isso. Pra onde você quer ir?

Penso por alguns segundos, e enquanto isso, sinto minha barriga roncando de fome, o que já era de se esperar depois da tarde agitada que tivemos.

— Só sei de uma coisa, temos que ir para um lugar que tenha comida.

— Gostei da ideia.

Alguns minutos depois, Billie para na frente de um mercado e desliga o carro. Sei que disse que tínhamos que ir a um lugar com comida, mas não achei que ela iria me trazer para o mercado. Para ser sincera, pensei que iríamos para um restaurante e ter, eu não sei, talvez um encontro, nosso primeiro e verdadeiro encontro. Mas acho que Billie não é aquele tipo de mulher romântica.

— Pode esperar aqui, vou ser rápida — ela diz e sai do carro, sem me dar uma chance de o responder.

Talvez ela só queira comprar um pouco de comida e ir comer em casa, onde só tem nós duas, tornando uma coisa simples e reservada, o que não seria nada ruim.

Billie volta com enormes e aparentemente - pesadas sacolas penduradas em suas mãos. Ela as coloca na parte de trás do carro e logo volta para o banco do motorista. Sua cabeça descansa no banco e suas mãos encontram as minhas. Ela as segura forte e sorri para mim, sem mostrar os dentes. Acho que ela vai falar algumas coisa, talvez explicar para onde vamos agora, mas tudo que ela faz é me observar de lado.

— O que você está planejando, senhora? — Pergunto, passando meu polegar pela parte de trás da sua mão.

Ela dá de ombros.

— Não estou planejando nada, só tive uma ideia que talvez seja divertida.

— E isso envolve me levar para o meio do mato novamente? — Brinco.

— Talvez, mas não vou te dar a infelicidade de receber spoilers.

Só tem um lugar no meio do mato que eu sei que a Billie adora, e é aquela colina que ela me levou no outro dia. Tenho quase 100% de certeza que é pra lá que vamos, mas como disse antes, o lugar não importa muito.

Diga Meu Nome | G!P | Where stories live. Discover now