Capítulo 01

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Será que recebo 1 piczinho hoje?! HEHE

Boa leitura!

· Julie Marins

Cheguei a New York há duas semanas, sempre sonhei em morar aqui. Não conclui a faculdade de Administração que eu fazia no Brasil faltam menos de 6 meses para concluir, mas sempre quis cursar literatura, sou apaixonada por livros e já escrevi alguns romances, esses estão guardados a sete chave.

Meus pais, se é que posso chama-los assim. Pai e mãe são aquelas que criam, dar amor, carinho, aqueles que ficam ao seu lado te mimando por causa de um resfriado ou porque você se machucou.

Meus pais não são assim, minha mãe me matriculou no balé quando eu tinha 5 anos, detestei eu não sou muito boa com a minha coordenação motora, resultado? Torci o pé e fiquei duas semanas sem poder andar. Quem cuidou de mim? Amélia, minha baba. Minha mãe ficou tão irada que por pouco não me bateu e resmungava dizendo:

_ Garota imprestável, já não basta quase acabar com o meu corpo. Ainda é ingrata nem me agradar consegue.

Eu chorava de dor e medo.

_ Desculpa mamãe, eu tentei eu juro. - Soluçava me encolhendo na cama.

_ você está de castigo, sem seus queridos desenhos e sem seus cadernos. - Riu com desdém_ O que uma garota de 5 anos tanto escreve. - Olhou para Amélia. _ cuide dela, e a deixe bem longe de mim.

Saiu batendo a porta com força.

_ Tá doendo, Mé, está doendo muito. - Eu soluçava sem parar.

Ela me abraçou com carinho, tentando me confortar.

_ Calma querida, o remédio já vai fazer efeito. - Sorriu se afastando.

_ É aqui. - Coloquei a mão do lado esquerdo do peito. _ É aqui!

Meu pai mal olhava para mim, muito menos me dirigia qualquer palavra. Se ele se irritava, descontava na minha mãe e ela descontava em mim. Os empregados da casa fingiam que não viam, porque ela ameaçou a todos. Resultado: Ninguém se demitia, ou me ajudava na frente dela pois temia o que a dona Regina poderia fazer a eles e suas famílias. A família Marins era uma das mais ricas do Rio de Janeiro, tendo hospitais, prédios entre outros que eu nem mesmo sei.

A escola era o meu único refúgio, ao lado de Laura. Nossos pais não eram lá grandes amigos, mas se aturavam, diferente da minha mãe, a mãe de Lau gostava da gente. Já o sr Sergio era igual o meu pai.

Laura e eu vivíamos juntos, ela sempre me defendia, me apoiava e chorávamos juntos. Nossos pais faziam as nossas vidas um inferno, passávamos o ano inteiro desejando chegar as férias para que pudéssemos ir para casa da vó Lúcia. Onde podíamos sorrir, dormir tarde e receber o que para a gente era o melhor, carinho.

Com 12 anos eu comecei a pegar corpo, até demais. Minha mãe quase me deixava sem comer, me chamava de gorda. Teve uma vez que eu fui parar no hospital, porque tinha desenvolvido uma grave anemia e mais um pouco as coisas poderiam piorar. Dona Regina, ficou furiosa a ponto de me dá uma surra.

Quando eu tinha 17 anos, vó Lucia, mãe do sr Sergio me entregou uma carta da Lau.

Nela dizia:

Julie eu não pude te ligar, em nem ir a sua casa! Vc sabe como as coisas são difíceis para nós, né?! É claro que sabe... Dahh

Tá parei... Amiga me perdoe não poder me despedir de você, mas eu fugi para a casa da vó Lúcia, ela irá me ajudar. Não posso te dizer para onde eu vou se não eles irão me impedir.

É tão difícil ir sem você, eu queria tanto que tivéssemos nascido em lugar diferente, queria ser a sua irmã de verdade. Queria que a nossa mãe lesse história para nós quando éramos pequenas e que papai depois de um dia cansativo tivesse forçar para pelo menos nos dá um beijo de boa noite. Queria que eles cuidassem de nós quando ficássemos doentes e dissessem que nos amavam. Vc já ouviu isso deles?! Nunca né?! Pensei que com o passar do tempo eles mudariam ou apenas notassem que nos existíamos, mas não.

Minha Gordinha! Onde histórias criam vida. Descubra agora