𝑪𝒉𝒂𝒑𝒊𝒕𝒓𝒆 𝒒𝒖𝒂𝒕𝒓𝒆

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Na manhã seguinte sou guiada até um ateliê, um lindo ateliê, cheio de vestidos que se disfarçam em tons diferentes de peles, me distraio com um vestido marrom escuro com pequenas florzinhas feitas de alguma pedra brilhante.

— É um dos meus preferidos. – ouço a voz da Madame Leblanc e me viro para olhá-la melhor – Essa coleção é muito bonita, modéstia parte claro. – se vangloria, observo seu brinco que tem flores iguais ao vestido de que falamos e o seu terno é da mesma cor que ele também – Mas não é sobre esse vestido que vamos falar. – ela volta a dizer depois de piscar algumas vezes, Sabrina lhe entrega um Tablet com uma capa bege e ela pede para que eu me sente na poltrona ao lado do vestido marrom, assim faço e em seguida ela se senta na poltrona em frente.

— Eu queria dizer que é ótimo estar aqui, e adoraria trabalhar com você... – ela não me deixa terminar.

— E é ótimo que tenha aceitado a minha proposta. – ela abre um largo sorriso – Você está pronta para começar nosso projeto?

— Claro! – finjo um sorriso depois de hesitar por uns segundos.

— Ouvi dizer que você fica ótima na paleta outono escuro. – ela lê algo na tela luminosa, desvia um olhar de julgamento a mim, eu arrumo as meia-mangas do meu vestido vinho e pigarreio na esperança de ela parar de me olhar dessa forma – Eu concordo, e as cores quentes também combinam com você. – ela finalmente volta a ler o Tablet – Você gosta de saias volumosas?

— Não uso com frequência, eu não sei se me encaixo dentro delas. – respondo e ela sorri de canto.

— Você é uma mulher misteriosa. – ela escreve ou desenha algo no Tablet, ainda sem me olhar ela pergunta: – Você acha qual saia combina com você, as longas ou as curtas?

— Longas. – respondo e tento espiar o que ela faz no Tablet – Com fendas. – completo e desvio o olhar para a janela grande do meu lado.

Sinto que ela me olha por mais tempo dessa vez, como se me observasse, um pássaro pousa na janela toma água num pote dentro de uma gaiola dourada, que fica pendurada de frente para a janela, depois o pássaro voa para longe.

— Posso lhe fazer uma pergunta? – pede.

— Claro.

— Você usa uma aliança, está em um relacionamento?

Olho para a aliança e depois a olho, me arrumando no sofá para vê-la com mais clareza.

— Sim. – respondo.

— Com quem?

— Erick Martin. Ele é modelo também. – hesito.

Ela olha para a Sabrina, que pega o celular e começa a digitar.

— Um modelo, namorando uma modelo, comum. Seria um perfeito clichê caso fosse um estilista. – ela "observa", Sabrina mostra o celular para ela que o olha com atenção enquanto a Sabrina passa a tela para a próxima – Ele não é um modelo bom o suficiente. – ela conclui e volta a olhar o tablet.

Sabrina desliga o celular, o coloca no bolso e volta a sua posição de antes, com as duas mãos para atrás e as pernas coladas em simetria, LeBlanc me olha em alguns momentos e continua a mexer no tablet.

Me sinto em um interrogatório policial, sinceramente pode até não ser um, mas o clima tenso é igual aqueles que vemos na televisão. Observo a delicadeza da estilista enquanto rola a tela do tablet, seus dedos longos e as unhas perfeitamente pintadas com as framcesinhas delicadas nas pontas arredondas, as mesmas que mudam de cor a cada imagem que ela passa pela tela.

Desvio o olhar para a paisagem linda que essa sala tem do outro lado do vidro gélido, uma Paris diferente da que vejo no centro onde trabalho com a Madame Moreau, essa Paris é mais para uma cidade grande e cheia de ricos, a minha Paris é só a cidade da moda. Porque elas soam tão diferentes uma da outra?

— Moreau não tem o costume de me entregar seus modelos em uma bandeja, ainda mais para mim. – Leblanc finalmente diz algo – Sabrina, preciso das medidas dela, espero até as 16 horas no meu ateliê. – ordena, se levanta e com elegância deixa a sala iluminada.

Daphne olha para o relógio em seu celular, sorri sem graça e pede para que eu espere, em alguns minutos ela volta com mais três pessoas, uma mulher mais velha puxa de seu pescoço uma fita métrica a mesma que usa para me medir.

— Você é alta. – a grisalha comenta enquanto apoia a ponta da fita no meu tornozelo.

— Alguns centímetro a mais que Leblanc, anota aí 1,78. – um homem de cabelo azulado pede para Sabrina depois de medir minha altura com a ajuda de uma garota mais nova.

Sabrina anota as numerações que eles pedem o mais rápido passível e como num pase de mágica todos saem e Sabrina me guia até uma sala onde subo em uma plataforma e descubro que Leblanc quer fazer um manequim de mim, o quão estranho isso pode ser? A plataforma gira e me detecta como se eu fosse uma fugitiva de um filme de ação norte-americano.

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⏰ Terakhir diperbarui: Jan 26 ⏰

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Querida Madame Leblanc | ⚢Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang