To love the lonely

Macarrão

"É a coceira fantasma de novo?"

Você acenou com a cabeça para Donna, as mãos se contraindo querendo coçar sua perna que não estava mais lá, te deixando contra a parede. Ela deu um tapinha em seu cotoco com simpatia enquanto rebobinava a fita métrica, rabiscando outro número em seu bloco de notas.

“Espero que diminuam de intensidade com o tempo, mas não sou especialista”, ela murmura, indo pegar seu cotovelo. "Me defender de novo?"
Você fez exatamente isso, não precisando mais se endireitar gradualmente, agora que não era atormentado por dores de cabeça constantes. Você colocou a mão na mesinha de cabeceira para se equilibrar enquanto a observava se ajoelhar, desenrolando a fita métrica novamente.

“Tente ficar ereto se puder, querido”, ela diz, desenhando linhas entre os joelhos como se isso fosse forçá-los a se posicionar. Seu instinto inicial de fazer piada foi imediatamente extinto pelo termo carinhoso, que fez você fungar na tentativa de disfarçar a expiração trêmula que ele forçou de você. Deus, você se sentiu patético. Tudo o que você conseguiu murmurar foi um pedido de desculpas enquanto verificava seu pulso – estava um pouco mais rápido do que antes.
Eventualmente ela terminou o que quer que estivesse fazendo - você tentava não observar as pessoas quando elas trabalhavam porque você odiava que isso fosse feito com você - e você estendeu a mão para ajudá-la, o que ela aceitou apesar de não precisar realmente.

"Algum outro pedido para sua prótese além de 'parecer doente'?" ela brincou, franzindo os olhos de bom humor. Você riu sem entusiasmo para o chão, lutando contra a vontade de puxá-la para um abraço de urso, mas finalmente balançou a cabeça.

"Tome todas as liberdades artísticas que você precisa. Mas, obviamente, funcione antes da forma."

"Naturalmente", ela murmurou. Você descobriu que ela falava assim a maior parte do tempo hoje em dia, quase como se não quisesse ser totalmente ouvida; como uma leve canção de ninar. Ou talvez ela tenha ficado cansada de você pedir para ela repetir toda vez que sussurrava, porque é isso que normalmente trabalhar em um ambiente barulhento faria com a sua audição. De qualquer forma, ele continuou desenhando sua linha de visão até os lábios dela, no que você se convenceu de que era um esforço para ler os lábios também. Totalmente.

"Tem certeza de que não precisa de ajuda com o que devo fazer? Tenho certeza de que ainda posso ser útil em algum lugar", você choramingou. Você já havia abusado da sorte ao convencê-la a permitir que você pegasse seu laptop e vários outros dissipadores de tempo em sua cabana no início desta semana, mas ela insistiu em acompanhar você e suas muletas, embora parte de você realmente não o fizesse . quero que ela veja como você viveu. Se ela estava julgando você naquele momento, pelo menos não deixou isso evidente. Nesse ritmo, você precisaria de um carrinho de mão para levar tudo de volta para casa quando sua tarefa aqui terminasse, seja lá o que fosse.

"Você pode ser útil garantindo-me que não está rasgando os pontos que fiz para você deslizando pelo corrimão principal novamente", disse ela, lançando-lhe um olhar muito penetrante. O tom apenas fez seu lado travesso acordar e sua mão cerrada, segurando uma pistola de fita fantasma.

"Além disso, você tem uma visita mais tarde. Não quero que você se esgote antes."
Ela estava certa, por mais que você odiasse admitir. Talvez você devesse pedir que sua prótese fosse muito longa para que você tivesse 1,80 metro (pelo menos de um lado) e se sentisse menos lamentável nesse tipo de situação em que ela ficava acima de você.
Você apenas suspirou e se deixou cair na cama novamente, aquiescendo silenciosamente. Lady Beneviento fez menção de sair, mas voltou-se para você, desculpando-se.

"...Sinto muito. Só mais uma semana ou algo assim? Só não quero que você se machuque ainda mais."

Você acenou com a cabeça em compreensão. Mais uma vez, ela estava certa, mas você realmente queria sair de casa e isso nunca aconteceu.
Por um velho hábito, você mandou para ela um beijo de showman antes de ela partir, mais drama e talento do que sentimento real. Apesar disso, você quase, mas não totalmente, sentiu falta do leve rubor e do sorriso dela antes de desaparecer de volta na mansão.