Capítulo 18

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Aos poucos, com muito esforço, pois meu desejo é continuar a beijando por um longo tempo, eu afasto minha boca da sua. Júlia abre os olhos devagar, ela está abatida, mas mesmo assim o desejo se destaca em seus olhos castanhos.

— Você me beijou — sussurra agarrando minha blusa.

Levanto uma das minhas mãos e aliso o seu rosto. A chuva fria não impede que meu corpo arda em chamas.

— Sim, eu beijei. Não consegui me conter — confesso e admiro seu rosto, eu sorrio. — Vamos sair daqui, pois a chuva está apertando. — Deposito um leve beijo em seus lábios. — E não sinta medo de mim, Júlia. Deixe eu cuidar de você.

Júlia sorri sutilmente, uma lágrima solitária escapa de seus olhos e ela acena devagar.

— Ok. — Quase não ouço sua voz, mas entendo que está me dando uma chance.

Antes que ela venha a se arrepender, passo meu braço por seus ombros e vamos juntos até o meu carro, que se encontra um pouco distante. Quando chegamos no carro abro a porta para ela e assim que se acomoda, sigo para trás do volante.

Dentro do carro eu a observo, Júlia olha para frente e sinto o como está triste com toda essa situação do filho da puta do seu primo. Eu seguro a sua mão, que está fria e ela olha para mim.

— Vai ficar tudo bem Júlia — afirmo apertando sua mão. — Nós vamos nos encontrar com uma pessoa e vamos esclarecer algumas coisas para você, só peço que continue acreditando em mim.

— Tudo bem.

Eu aceno, pego o meu celular e ligo para a pessoa de minha confiança.

Matarazzo? — Ingrid atende como se aguardasse por minha ligação.

— Vá agora para o bar do Simão, precisamos conversar, é um assunto de extrema urgência — ordeno, já ligando o carro.

Chegarei lá em vinte minutos — responde sem perguntar nada e desliga.

O profissionalismo de Ingrid não tem limites, por isso nos damos tão bem como parceiros.

Eu olho para Júlia, ela está com a cabeça no encosto do banco e seus olhos estão fechados. Eu ligo o aquecedor e saio do meio fio. Deixo que ela relaxe um pouco e para isso ligo uma música tranquila.

No interior do carro a temperatura é amena, mas me preocupo com ela que ainda tem os cabelos úmidos por causa da chuva, olho para o banco de trás, para ver se tem alguma toalha ou roupa minha perdida e não encontro nada.

Por sorte eu usava minha jaqueta e pude deixar com ela, ou o estrago seria maior.

O trafego está muito intenso, e com a chuva parece piorar, até pego alguns atalhos, mas mesmo assim demoro quase uma hora para chegar ao lugar marcado com Ingrid. Quando paro no estacionamento reconheço o carro da minha investigadora. E assim que desligo o carro, eu olho para Júlia. Ela está com os olhos abertos e olha curiosa para o lado de fora.

— Que lugar é esse?

— É o bar de um amigo, é bastante agradável — asseguro e olho para ela que está com uma aparência melhor.

Júlia me olha, curiosa.

— Por que estamos aqui?

Eu suspiro e solto o meu cinto, em seguida me viro de frente para ela e seguro seu queixo com uma das minhas mãos, com a outra mão eu coloco uma mecha dos seus cabelos para detrás da orelha.

— Júlia, nós precisamos esclarecer algumas coisas, por isso estamos aqui. Venha comigo e você já vai entender.

Ela me analisa por alguns segundos e sorri.

Delegado SilasWhere stories live. Discover now