𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂

⌁ 𝟬𝟬𝟰

↳ Londrina, Paraná

           Não existe nada melhor do que chegar em casa depois de uma semana agitada de shows, comer comida de mãe, brincar com a minha irmã, por mais que trabalhar com o que eu amo seja incrível, estar em casa supera qualquer outra coisa.

Envolvo Antonella em meus braços, beijando sua cabeça e me abaixando para olhar ela durante alguns segundos.

— tem presente 'pra mim? — pergunta com aquela carinha de sapeca, que me fez rir na mesma hora, toco seu nariz, beijando sua bochecha antes de levantar. — grudenta.

— chata. — mostro língua pra ela, segurando sua mão enquanto caminhamos em direção ao nosso carro. — e respondendo sua pergunta, tem sim.

— o que é? — pergunta curiosa, me olhando com aqueles olhinhos brilhantes. - conta pra mim, tata.

— agora eu sou sua tata, né? Antes eu era grudenta. — dou risada dela, parando na frente da porta. — já é a idade, 'vêio? 'Cê 'tá lento, hein.

— não começa não, Ana Flávia. — diz sério, fazendo-me rir alto.

Entramos todos no carro, aproveitei 'pra dar uma olhada no feed e postar uma trechos dos shows de hoje. Aproveitei também 'pra olhar meu Whatsapp, tinha uma mensagem do Gu e quando percebi já estava sorrindo. Sorrindo?

Desvio minha atenção do celular, tirando esse sorriso do rosto agora, não sou nem louca de cogitar me apaixonar de novo e por mais que seja meio cedo pra dizer isso, nunca se sabe, até porque o Gustavo é de fato apaixonante.

         Desligo meu celular, suspirando, eu sabia do que ele 'tava falando em relação ao "colaborar". Eu queria e muito ficar com ele na noite do jogo, mas o nervosismo tomou conta de mim e eu acabei extrapolando na bebida.

Aquela noite foi um desastre total, ainda fiquei me martelando na manhã seguinte não só pela ressaca mas também por ter perdido a oportunidade perfeita de beijar o Gustavo.

Você é uma tonta, Ana Flávia!

Saio dos meus desvaneios ao escutar a voz da minha mãe.

— viajou, foi? — reviro meus olhos com um sorrisinho no rosto, saindo do carro. — com quem falava nesse telefone, hein? 'Cê tava com um sorrisão.

— quem viajou foi você, mãe, não era nada. — pego minhas malas no bagageiro, caminhando 'pra dentro de casa.

— aham sei, o nada por acaso se chama Gustavo Mioto? — mordo meus lábios com força, estancando no mesmo lugar. — não adianta negar, seu pai me contou do show.

— mãe, não teve nada demais no show. — deixo minhas malas em um canto, deixando meu celular em cima da mesa.

— todo mundo sentiu um clima filhota, e quarta vocês saíram, né?

— chega disso dona Michele, 'tô tão cansada, vou dormir. — finjo bocejar, pegando minhas malas, meu celular e indo direto pro meu quarto, escutando sua risada.

Agora meus pais vão ficar enchendo meu saco em relação ao Gustavo.

Ah, mas ficou tão na cara assim que eu falava com ele?

Sei que preciso focar totalmente na minha carreira, mas estamos falando do Gustavo Mioto, despertei um certo interesse por ele e não posso deixá-lo ir embora assim, não pretendo me afastar e muito menos acabar com a amizade que estamos construindo, quero ver no que isso vai dar e se eu ver que pode pegar um rumo mais sério, eu me afasto.

Tudo certo.

Decidi tomar um banho e lavar meu cabelo de madrugada mesmo, 'tá todo suado e eu vou ficar agoniada de dormir assim.

Demorei cerca de duas horas pra ter meu cabelo lavado e seco, agora, pronta 'pra dormir, me aconchego entre os lençóis quentinhos, suspiro feliz, não há nada melhor do que isso, ter o conforto da minha cama.

Que dia!

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ignorem os horários e me perdoem pelos erros!