⌁ 𝟬𝟯𝟮

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↳ Santa Teresinha do Itaipu, Paraná– tríplice fronteira

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Santa Teresinha do Itaipu, Paraná
tríplice fronteira

             Ontem o dia foi cheio e muito cansativo, chegamos cedo em Santa Terezinha, a preparação do palco havia começado, alguns poucos artistas já haviam chegado e quanto mais movimentado ficava aquele lugar, era um misto de sensações tomando conta de mim.

Fiquei até três da manhã fazendo os últimos ajustes para o grande dia e bom, ele chegou. Hoje é o dia da gravação do primeiro DVD, se me perguntarem oque sinto, certamente não saberei responder, é muita coisa ao mesmo tempo, estou nervosa, ansiosa, feliz, realizada e com frio.

As temperaturas por aqui estão baixíssimas, meus figurinos são todos compostos por shorts e não tenho nenhuma escolha a não ser enfrentar o frio.

E foi isso que fiz, mesmo tremendo o queixo, eu ia lá, cantava, as vezes repetia e recebia milhões de aplausos, gritos e elogios, não só do público, mas das pessoas especiais que estavam ali por mim, vibrando e torcendo num momento tão especial como esse.

Me disseram que a cidade estava há mais de quatro horas parada, são setenta mil pessoas que vieram me assistir, pessoas essas que vieram de longe, enfrentaram horas de estrada e que estão aguentando todo esse frio, só 'pra me ver.

— vem, Ana. — Bruna me chama com um cobertor na mão, dou uma corridinha até ela, me embrulhando imediatamente, sentindo meus queixos tremerem de frio.

Acabei de gravar Chicletinho, e a todo intervalo eu corro 'pra cá, a Bruna fica me esperando com um lençol quentinho.

A próxima música que irei gravar é Fronteira, meu feat com o Gu, lembro-me perfeitamente do dia em que liguei 'pra ele.

Estávamos há mais de uma semana longe, ele tinha alguns compromissos em São Paulo e eu estava atolada até o pescoço de tanto trabalho, envolvendo publicidade, reuniões com o pessoal da Agroplay e os ajustes do DVD.

Estava vendo algumas músicas, decidindo os feats e acabei encontrando a música perfeita 'pra cantar com o Gu, Fronteira era a ideal, se encaixava na nossa história e eu senti que devia gravar essa com ele.

— oi, gatinho. — murmuro assim que o vejo, beijo sua bochecha, quase que o canto de sua boca, olhando em volta, me certificando de que ninguém prestava atenção em nós.

Devo confessar que era impossível não estarem prestando atenção em nós, eu era o centro ali, toda hora timha alguém me procurando, me olhando, hoje seria impossível arrunar um tempinho sozinha com o Gu.

— suas mãos estão geladas. — diz segurando minhas mãos, beijando-as.

— está nove graus aqui, não 'tô me aguentando de frio. — pisco algumas vezes, vendo nossas mãos entrelaçadas, era estranho, havia tanta gente aqui.

𝗵𝗼𝘁𝗲𝗹, 𝒎𝒊𝒐𝒕𝒆𝒍𝒂Where stories live. Discover now