Capítulo 49: Fique a vontade

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Ok... Quem foi o filho da mãe que teve a brilhante idéia de domesticar os felinos?!

Alex parou no meio da sala segurando uma sacola com a mão esquerda, enquanto a mão direita estava presa dentro de uma outra sacola que ela usou como luva para apanhar a "obra de arte" que Flocos tinha deixado ao lado da caixa de areia.

Não deu nenhum pouco certo!

Você chama isso de animal domesticado? Eu comprei uma caixa de areia enorme pra ele e ainda assim encontro isso na minha sala!

Ela pensava furiosamente enquanto andava em passos determinados até a área externa da casa, onde o cesto de lixo ficava.

Depois de jogar ambas as sacolas lá dentro com uma força tão grande que a tampa da lata se fechou sozinha com o impacto, Alex voltou para a sala e lançou um olhar ameaçador para o gato:

Mais um. — Disse de forma ríspida, apontando o dedo para ele — Mais um e você irá morar em um orfanato.

Ignorando completamente a ameaça da dona, Flocos correu até o tapete felpudo no meio da sala e começou a se esticar preguiçosamente, massageando o "nada" como se não tivesse acabado de levar uma bronca.

Concluindo que o seu filho rebelde não iria ouví-la, Alexandra desistiu e resolveu se estressar com outra coisa; o resto da bagunça que se espalhava pela casa.

Ainda se recuperando do que acontecera na quinta-feira e da ressaca que tinha se extendido pela sexta, ela não teve tempo de organizar tudo como gostaria. Mesmo arrumando a casa como pôde no dia anterior, continuava uma zona.

Com a construção da biblioteca ainda em andamento e temporariamente em pausa, boa parte dos móveis da sala estavam afastados num canto e protegidos por lençóis brancos, enquanto uma parte da parede estava destruída e materiais jogados pelos arredores.

Alex sabia que mesmo arrumando ainda iria parecer bagunçado, mas ela não podia simplesmente deixar como estava. Não quando esperava uma visita à noite.

Visita. Visita. Scarlet.

Alexandra respirou fundo, alinhando os cabelos negros para trás e olhando para o nada.

Meu deus... O que eu fiz?

Por que eu a convidei? No que diabos eu estava pensando?

Ao se fazer essa pergunta a resposta que ela não queria veio de imediato á sua mente; Flashs nada decentes começaram a dançar na memória e por um momento Vegas não parecia mais tão distante assim.

Alex podia lembrar-se nitidamente daquele par de olhos castanhos cheios de urgência e desejo; Das unhas pressionadas contra a pele de sua coxa e uma cabeleira loira se movimentando entre as suas pernas.

E de repente era como estar lá de novo; A bebida, as luzes, as brigas, o sexo... O sexo. O dia estava parcialmente nublado lá fora, mas para Alex era como se fizesse quarenta graus dentro de casa. A nuca suava e o rosto estava quente enquanto ela se pegava presa num ciclo vicioso.

Queria de todas as formas não desejar, não fantasiar, mas a sensação era tão boa que quando começava ficava difícil arrumar forças o suficiente para parar.

Livros! Você a chamou aqui pelos livros, inferno!

Agitou a cabeça e suspirou, prendendo o cabelo num rabo de cavalo e fingindo que nada tinha acontecido. Antes que ficasse presa mais uma vez no ciclo ela foi até a dispensa e pegou o espanador, focando no furacão que tinha passado na sua sala, mas antes que pudesse perceber estava fantasiando novamente.

De Repente Casadas | Sáfico Where stories live. Discover now