PEDRO AUGUSTO, point of view
São Paulo, Brasila noite passada pareceu um sonho: um sonho maluco e intenso.
agradeci aos céus por não ter ingerido sequer uma gotinha de álcool, porque eu me lembro de tudo.
me lembro do engarrafamento que passei para ir à festa, me lembro de malu me empurrando para dentro de uma sala para eu falar com joão, me lembro de joão dizendo que estava apaixonado por mim, me lembro do nosso abraço depois de todo esse tempo, me lembro de estar indo embora quando começaram o body shot, me lembro de conhecer chicória, me lembro de joão ter me beijado. me lembro de absolutamente tudo.
o medo de ser apenas um sonho desaparece ao sentir um peso por cima de meu corpo. ao descer o olhar, eu imploro para ter alguma câmera apenas para registrar o que vi: joão deitado com a cabeça em meu peito e chicória ao lado dos meus pés.
poderia chorar com essa cena.
não era como se eu e joão nunca tivéssemos dormido juntos, óbvio que já aconteceu. mas nesse contexto? nunca mesmo.
começo a fazer um carinho entre seus cachos esperando ele acordar. eu não fazia ideia das horas e não seria capaz de me mover para descobrir, pois podia acordar joão e chicória.
— meu Deus, como eu amo esse garoto – disse por impulso bem baixinho.
quando sua respiração deixou de ser pesada, tive a confirmação de que ele havia acordado.
— bom dia... – murmurou em uma voz rouca e sonolenta.
— bom dia. – respondi sorrindo.
joão deixou um beijinho na minha bochecha e voltou a se deitar.
— vamos levantar, vai. eu 'tô com fome. – disse.
— não, eu quero ficar aqui – joão pediu, manhoso.
— então fica enquanto eu faço nosso café, pode ser? – falei.
— quero ficar aqui com você
— ai você quer demais! – falei e me levantei com cuidado, joão riu baixo e se espreguiçou.
fui para o banheiro, escovei meus dentes, lavei meu rosto e arrumei meu cabelo amassado. peguei meu celular e tinham dez mensagens: três de minha mãe, avisando que chegaria às sete e as outras sete eram apenas surtos de malu. respondi minha mãe e apenas tirei uma foto minha com joão e chicória dormindo no fundo.
desci para a sala e organizei a bagunça que deixamos ontem enquanto esperava o meu pedido chegar. enquanto esquentava o café, senti duas mãos em volta da minha cintura e uma trilha de beijinhos seguindo de minha bochecha até o meu pescoço.
— achei que iria dormir mais. – falei, me virando para joão
— difícil dormir sem você – ele diz, deixando um ultimo beijinho em minha bochecha.
— primeira vez que dormimos juntos assim, joão – respondo.
— não sabia que era tão dificil dormir sem você – ele corrige eu rio.
— para de ser besta.
— e a chicória não parava de miar – ele segue até a sua mochila e pega o suplemento de chicória, por ser uma gatinha filhote. ele esquenta um pouco de água e dissolve o leite. — ah, eu peguei uma escova de dentes que estava no seu armário – ele se senta com a gata em seu colo, e a cena de ele dando a mamadeira chalesco para chicória como se ela fosse uma criança, me encanta. — quais são os planos de hoje? –
— meus pais voltam no inicio da noite e eu não vou fazer almoço – respondo e escuto uma moto buzinar, avisando que meu pedido havia chegado. — então estava pensando em a gente sair 'pra comer alguma coisa e depois ir 'pra sei lá onde – abro a embalagem, tirando os pães e um bolo que pedi.
— você gosta de me convidar 'pra um date, não é? – ele diz e eu o olho de cima a baixo.
— e você gosta de ser convencido, né?
— só um pouquinho – ele sorri, pegando um pão de queijo.
(...)
depois de termos passado a manhã inteira sem fazer nada — apenas de chamego e uns carinhos na chicória —, dormimos um pouco e acordamos próximo de meio-dia. joão e eu decidimos sair para almoçar no shopping para pegar um cinema depois, então deixamos chicória com isa.
o caminho de ida for aconchegante. joão dirigiu por aproximadamente trinta minutos até chegarmos no shopping. escolhemos o restaurante, nos sentamos um na frente do outro e olhamos os cardápios até que o garçom vem anotar nossos pedidos.
— então, coração... – joão começa, claramente envergonhado. — eu só queria ter certeza que isso não vai ficar estranho 'pra gente...
— é meio confuso, né? – desabafo e joão ri, segurando a minha mão. — sabe, somos apenas amigos e– joão me corta.
— para de dizer que somos "apenas amigos", nós dois sabemos que isso não combina mais com a gente. – joão diz.
— então somos alguma coisa? sabe, além de "apenas amigos"?
— pedro, por mim a gente já namorava faz tempo! – ele diz e eu automaticamente escondo meu rosto nas mãos. — você fica tão bonitinho quando 'tá com vergonha –
— joão vitor!
— o que? – ele pergunta sorrindo.
idiota.
— ai, dá pra calar a boca? – peço e ele ri.
finalmente os pratos chegaram. comíamos devagar enquanto conversávamos sobre tudo. joão é o tipo de pessoa que, não importa o assunto, ele consegue transformar em algo super interessante. quando terminamos, pagamos a conta e seguimos em direção ao cinema. instantaneamente nossas mãos se entrelaçam no caminho, o que me fez sorrir.
joão escolheu um filme de terror que eu sequer lembro o nome, até porque é o típico filme que eu não suporto. a sala estava relativamente vazia, contendo apenas duas senhoras na primeira fileira.
nos sentamos e aquela voz robotica soou pela sala, dizendo que o filme já iria começar e essas coisas. o filme começou e paramos de conversar.
— coração – joão me chamou, então desviei minha atenção do filme e o olhei.
— sim?
— eu também amo você.
O12 | não tô sabendo lidar com esses dois!!
hoje é aniversário do jãozinho 💙😭
BINABASA MO ANG
[𝟎𝟏] 𝐂𝐇𝐈𝐋𝐃, au pejão
Fanfictiononde pedro se apaixona por seu melhor amigo de infância. 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 temporada. oct. 02th / dec. 15th © writeepejao, 2023