Capítulo 2

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240 dias depois •

O sol estava quase aparecendo no horizonte, porém ainda se via uma neblina acinzentada no céu e ouvia-se pássaros e aves comunicando-se na floresta vizinha. Era um lugar lindo e tranquilo, ainda mais para criar-se uma criança. Coraline olhava-se no enorme espelho do banheiro, analisava cada parte do seu corpo e imediatamente percebeu que estava descuidada, na rua poderia ser confundida com um sem teto. Sabia que na gestação o corpo mudaria e até torcia para ganhar uns quilos, só que ainda estava com seus quarenta kg e ainda por cima adquiriu uma anemia, não imaginara que sairia disso com a saúde instável.

Rapidamente entrou no cubículo do chuveiro e durante longas
horas a água caiu pelo seu corpo, fazia uma leve carícia na cicatriz da cesariana em sua barriga e sentia-se vazia e oca, gostava da sensação de está com sua filha lhe chutando e só restava no momento lembranças. Afinal agora poderia segura-la e sentir seu cheirinho e proteger-la quando estivesse com medo do escuro e também fazer um chocolate quente quando chegasse em casa com o coração partido.

Terminou seu banho e logo saiu do mesmo, passou seus cremes/perfume e fez uma maquiagem básica. Naquele mesmo dia começará seu trabalho oficial como perita criminal em um laboratório local e seus sentidos estavam a vapor e eufóricos. Finalmente estará a fazer algo que gostava, é mórbido a sensação de tentar compreender a morte, ela não poderia evitar e atualmente estará do lado de uma mesa fria com um ser que não estava mais entre nós. Era para isso que ficou longos anos cursando perícia, e pelo olhar de coraline ela estava completa, ansiosa e radiante!

- irá madrugar ?- stacy entrou no quarto da amiga e rapidamente rolou os olhos para o berço rosa claro, um pouco afastado do centro do quarto estava em um sono tranquilo a pequena abigail, sua face era delicada e angelical com bochechas rosadas e cabelos negros como carvão e que deixava-a com a aparência de um anjinho. Todas as vezes que coraline pegou a filha no colo sentiu receio, abby era um ser muito frágil e sensível tinha medo de qualquer momento machuca-lá. - Ela é tão linda! O tempo passou tão rápido...- stacy amava afilhada, toda oportunidade que tinha enchia- a de presentes- você ainda lembra-se dele ?

Coraline estremeceu o corpo e mordeu o lado interno da boca, aquela pergunta lhe pegou desprevenida, no fundo sabia que com tempo as pessoas questionara sobre seu passado e com uma criança tudo ficará mais difícil de lidar, não queria sentir-se culpada por não conseguir dar um pai digno para filha. E também um dia abby pediria respostas e o que diria ?

- sim ela é! - aproximou do berço e sorriu observando a filha dormindo indefesa, sentia tanto por ter colocado sua pequena naquela situação. - tenho medo de um dia ela me odiar, jamais conseguiria viver com o desprezo dela. - abby começou se mexer e segundos depois despertou abrindo os olhos e soltando um sorriso expressivo e amoroso.- oi meu amor.

Stuart pegou a bebê e aconchegou em seus braços beijando a testa da pequena, desejou que aquele momento fosse eterno. Mas logo ouviu uma batida na porta principal e soube que a senhorita darvas estava a espera.

- deixa comigo, eu atendo!- stacy saiu correndo do quarto quase tropeçando e levando os móveis, permitindo coraline soltar uma gargalhada sincera.

- então...- voltou a atenção para filha. - a mamãe irá trabalhar e a mocinha ficará com a amanda. - abigail ouvia atentamente puxando os cabelos curtos da mãe.- nada de travessuras...te amo muito!


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Coraline examinou a avenida enquanto dirigia tranquilamente, as pessoas do lado de fora caminhavam na passarela, crianças corriam atrás de cachorros e casais tomavam sorvete em barracas na esquina. De fato aquilo era uma visão incrível de admirar. O laboratório ficava cinquenta minutos de sua casa, então permaneceria um bom tempo dentro do automóvel, quando estava prestes a desligar o rádio o som aumentou com tudo passando uma música bem conhecida para si, stuart assustou-se com aquele contratempo e no impulso tentou desligar quase atropelando um rapaz que estava atravessando na faixa de pedestre.

Cada refrão da música lembrava dele.

Tudo lembrava jones, stuart conseguia sentir seus toques em sua cintura ou até mesmo o seu perfume forte de longe, queria ter forças para esquecer mas era algo inevitável e sobrenatural.
Mas o que acabava com tudo era os seus lábios colados com o dele, nunca tinha experimentado algo como aquilo e ficou tão perdida e viciada. No longo de sua vida teve muitos namorados, no entanto nenhum conseguiu atingir seus sentidos como jones fazia. Ele conseguiu avançar todos os limites e conquistar seu coração machucado, mas depois ele quebrou-o como se não fosse absolutamente nada.

Stuart sabia que precisava urgentemente esquecer tudo que era relacionado a ele, porque sentia que a qualquer momento iria a loucura. E desejava nunca mais retornar para os braços dele, james jones precisava urgentemente ficar no passado e coraline fará o impossível para isso permanecer enterrado.

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Quero agradecer todos vocês que estão me acompanhando aqui, espero que estejam gostando 💋 até o próximo capítulo

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Amor cruel Where stories live. Discover now