Não é assim que acaba

[2° Tempo] Cap.5

Leitor, há coisas na vida que planejamos e esperamos mas quando se trata de assuntos do coração não planejamos ou entendemos apenas compreendemos 🌬🍃

Se ela não percebia minha voz trêmula, era perceptível minhas mãos completamente travadas, ela se aproximou puxando assunto, com isso, fazendo-me sentir mais calma, podendo organizar meus pensamentos que o nervosismo havia embaralhado, se dependesse de mim aquela conversa séria um longo silêncio de poucas palavras... Do lado daquela sorveteira havia uma garagem com dois cachorros, um deles era um Husky, já mencionei que animais tem um lugarzinho no meu coração? Bom, mencionei isso a ela.

-Vamos lá! -Disse ela indo atravessar a rua em direção a garagem, consenti seguindo seus passos.

Fico com receio de brincar com o Husky apesar dele ter se interessado em nós por um breve momento até voltar a observar o movimento da rua.

-Acho que ele gostou de você -Falo tentando chamá-lo para perto -Olha só ele tem heterocromia.

-Olha, tem mesmo acho lindo! É bem comum em Husky mas na maioria dos casos eles tem uma doença hereditária.

Penso nisso em alguns segundos e antes de continuar sou interrompida por Cintia me chamando para descer, o jogo já iria começar.

-Vamos descer? Me direciono a ela que assentiu com a cabeça e um pequeno sorriso em seu rosto.

O jeito que ela me olhava prendia a minha atenção, ainda estava um pouco nervosa mas queria muito conhecê-la,
porém eu não era a única que parecia estar nervosa aqui e ela deixava isso transparecer.

-Você torce para algum time, o que está achando do jogo? -Ela me pergunta enquanto caminhávamos.

-Torço sim, sou cruzeirense mas não entendo muito, para ser sincera não entendo nada.

-Saquei então você não gosta muito, eu acompanho algumas coisas, também sou cruzeirense melhor de Minas né.

-Não vou falar que não acompanho, tipo eu sei que o Fábio é goleiro do cruzei...

Não termino minha frase e escuto uma alta risada e indignação.
-O Fábio saiu do cruzeiro tem tempos hahaha -Menciona entre os risos.

-Ah, então é, é eu não acompanho nada. Mas gosto um pouco de esporte, Ballet se qualifica?

-Você faz Ballet? não imaginava, você usa aquela sapatilha e tudo?

-A melhor bailarina dessa cidade... Uso sim, minha sapatilha de ponta.

-Legal vou querer ver um dia, te deixo me ver jogar.

-Então você joga? não imaginava, para quem acompanhava algumas coisinhas, vou querer ver um dia.

-Está bem, vou procurar o pessoal, não sei se ficaram na sorveteria, a gente se vê por aí? -Ela para no caminho esticando o braço para a sorveteria.

-A gente se vê por ai -Me desperço para encontrar Cintia e voltarmos para nossos lugares.

(...)

Era notória que quando o jogo acabasse esse centro ia virar a maior festa e também era notório a minha empolgação por isso!

-GIROU? OLHA O GOOL! E QUE GOL! QUE GOLAÇO! É DO BRASIILL...

Essas foram as últimas palavras que escutei antes do centro ser tomado por buzinas por todo o canto, Richardson acaba de fazer o último gol do Brasil deixando o placar 2x0 no nosso primeiro jogo, isso era um grande motivo de comemorar e faríamos isso bem, dou um salto para cima de Cintia gritando é gol, todos nós gritavamos de euforia, a voz do Tiago Leifert narrando o final da partida se emaranhava na música que saia de uma caixa de som que estava entre alguns torcedores, e em poucos minutos era apenas o que escutava, sem demora já colocaram um roda de samba.
Todos comemorando, era esse o clima que eu estava tanto esperando.

Me assusto com uma buzina soando em meu ouvido e me viro para ver quem era mas eram apenas o nosso grupo se juntando na brincadeira, corro para Lavinia empolgada para lhe desabafar algo:

-Lavinia eu tô apaixonada, encontrei o amor da minha vida, ela linda sério apaixonada!

-hahaha conheceu ela aqui? Qual é o nome dela?

- .... -Fico em silêncio a encarando tentando me lembrar mas de fato eu não sabia.

-Você não sabe???

-Não, não que isso -puxo rapidamente meu celular lembrando das poucas mensagens que trocamos, rolando a tela da dm procurando o perfil. -AQUI!

-Marcela! O nome dela é... Marcela.

-Acho bom você ter descoberto o nome dela por que A Marcela está descendo a rua e eu acho que está vindo em nosso direção -Cintia nos interrompe, com uma leve inclinação com a cabeça faz nossos olhares seguirem o dela e ver que realmente ela estava vindo em nossa direção.
Esse caminho era mais longo, pude ver com detalhes ela vindo e eu novamente ficando nervosa, quero me virar e perguntar o que faço para as meninas mas seria em vão, esse nervosismo não iria passar, tento me distrair com os meninos mas isso também era em vão,
acenei para ela me aproximando, ela parecia um pouco nervosa e mais atenta ao que ia acontecendo, mas dava para ver empolgação em sua feição e eu empolgada por vê-la ali.

-Vamos apostar? para o próximo jogo? -Atentamente ela me olhava -Se o Brasil fizer gol no primeiro tempo, você me beija?

Pausa aqui meus amigos, pois quero dedicar essa para o meu maio aliado nessa copa o Álcool.

Depois disso era de se esperar eu ficar ansiosa mas o que me deixou mesmo foi sua resposta.

-por que não agora?

Nesse momento eu só sabia que queria muito, muito aquilo.
E assim aconteceu, nos beijamos.
Ali mesmo com todo barulho que derrepente se calou, envovi meu braço em sua cintura e minha mão em seu rosto, era um beijo suave mesmo nervosa, e com um selinho aqueles segundos áerea havia acabado.