This is your fault

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Meu coração bate com tanta força contra minhas costelas que respirar automaticamente se torna impossível, então tenho que enviar comandos certos para o meu cérebro.

Inspira. Expira.

Transpira. Não pira.

Bate, bate, bate.

Não para de bater.

Brennan está vindo na minha direção, seu andar é confiante e seus olhos estão grudados nos meus.

Eu tenho que quebrar o contato visual. Tenho que caminhar para longe dessa merda.

Porém meu cérebro está ocupado demais fazendo meu coração e pulmões funcionarem simultaneamente.

Agora Brennan está há alguns passos de mim, entretanto, ele não desacelera. Seus olhos estão úmidos. Deus, como é azul. O mar se torna apenas uma referência ao azul perto da tonalidade dos olhos de Brennan.

Azuis e vermelhos.

Ele já está chorando antes de eu chegar?

Merda.

Merda.

Merda.

Seus braços estão ao meu redor e sua boca grudou na minha.

Não surta.

Meu Deus, isso tem gosto de casa.

Sua língua batendo ávida contra a minha, seus braços pressionando meu corpo contra o seu.

Meu cérebro se recusa a respirar, ou fazer meu coração bater. Isso é tão divinamente perfeito, que meu cérebro quer se concentrar apenas nisso.

Nesse momento.

Todos os segundos dos últimos dias, toda a dor, todo o ódio e acima de tudo todo rancor estão presos em algum lugar do meu passado recente. Eu posso sentir todos esses sentimentos conflitantes baterem dentro do meu peito e explodirem na minha cabeça, todavia, todo o amor que eu deixei escondido no fundo do meu ser estoura para fora de mim quando meus dedos se perdem em meio ao cabelo de Brennan ou quando seus braços esmagam minha costela. Eu sinto ele em todos os lugares.

A única coisa que minha cabeça grita nesse exato momento é: eu te amo. EU TE AMO.

EU. TE. AMO. PORRA!

Brennan afasta o rosto do meu por um segundo e me olha nos olhos.

Eu não sei o que fazer.

Eu só quero me perder nesse mar de sentimentos bons depois de uma tempestade gigantesca de sentimentos ruins e ficar nadando neles até o mundo acabar.

- Nós temos que conversar. - A voz dele. Sua voz grossa e autoritária, mas também educada. Sinto os pelos dos meus braços arrepiarem. Eu não quero conversar. Eu não sei o que dizer agora. Continuo encarando-o. Incapaz de concordar ou discordar com seu pedido.

Inspira. Expira.

Transpira. Não pira.

- Claire, você me ouviu? Nós precisamos conversar. - Ele sussurra, olhando primeiro em meus olhos, depois para o meus lábios e por fim, para o meu pescoço. Quando seu olhar desce mais um pouco, eu sinto o Sol queimar minha pele.

- Ouvi. - Falo por fim, tentando escapar desse mar louco.

Eventualmente, nós saímos da praia. Andamos até seu carro e quando dou por mim novamente, ele está ligando o ar condicionado e virando-se para me encarar. Brennan me encara, encara, encara e não fala nada. Sua testa está franzida e suas mãos estão tensas em suas pernas.

Bem PróximoWhere stories live. Discover now