Weirdy

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POV CLAIRE

Uma Clarissa autoritaria me passava mais instruções sobre o dia-a-dia no escritório da T&T. Minha cabeça já estava fervilhando de informações e o papel que ela apontava não entrava na minha cabeça de jeito nenhum. Olhei disfarçadamente para o relógio do computador e eram cinco horas da tarde. Suspirei aliviada, só restavam meia hora.

Não que eu não estivesse gostando; muito pelo contrário. Eu estava adorando poder fazer parte de tudo aquilo e tinha realmente gostado de Clarissa, ela era transparente como a água, um tanto rude sem necessidade uma vez ou outra, mas felizmente nada que tenha me assustado. Me remexi desconfortável na cadeira quando ela finalmente se retirou e foi para seu lugar. Olhei minha pequena mesa com admiração. Era apenas uma pequena mesa, com um computador de última tecnologia, um headset e porta lápis, mas era minha mesa.

- Bom, acredito que eu tenha te passado uma boa parte do conteúdo. Presumo que você saiba fazer planilhas; as usamos o tempo todo. Gráficos e mais gráficos - ela abanou as duas mãos e suspirou profundamente.

Era óbvio que eu não sabia fazer mais do que um esboço muito mal feito de planilha.

Eu nunca precisei disso, precisei?

Uma agitação começou a se formar na boca do meu estômago e tive que coçar o couro cabeludo - disfarçadamente - duas vezes. Tenho a impressão que esse tipo de gesto deixa Clarissa irritadiça.

Já até imagino ela com uma régua me batendo e gritando "não coçe a cabeça, arrume essa postura, mãos no teclado, atenda o telefone! Leve café para o Sr. Taggert! Pegue a pasta com os planos de ação na terceira gaveta! Agora levante e faça tudo ao mesmo tempo!"

Assenti quando ela pediu uma confirmação sobre os planos de ação.

Quando deu cinco e meia, Clarissa bateu a porta da sala de Brennan e disse que já estava indo. Brennan pediu para falar comigo e suspirei aliviada por finalmente estar sozinha com ele desde o almoço.

- Então? - Ele sorriu ao ver minha expressão cansada. - Você vai se acostumar.

- Com certeza vou. - Assenti, orgulhosa de mim mesma por ter aprendido mais do que um cérebro humano era capaz de gravar. - Você vai agora? Eu posso pegar um táxi.

- Vou agora, só estou reservando uma passagem para Nova York. Tenho negócios a resolver lá semana que vem. - Concordei com a cabeça.

Clarissa disse que Brennan viaja muito a trabalho, não discordei dela. Algumas vezes ele se ausentava por uns dias, dizendo ir viajar a negócios e Joseph ia junto.

Pensar em Joseph fez um arrepio agourento percorrer todo meu corpo.

Argh!

- Está tudo bem?

- Sim. Só estou um pouco cansada.

- Eu imagino. Vou levar você para casa e voltar a Laguna.

- Ok.

Quando ele se levantou da cadeira, levantei junto. Depois de apagar as luzes de sua sala, saimos juntos.

Dentro do carro, me encostei no banco e fiquei sentindo aquela sensação gostosa que ultimamente tinha pairado sobre mim diante de Brennan. Naquele momento, eu estava tão cansada que não tinha forças para reprimir meus pensamentos e fechei os olhos, mordendo o lábio e sorrindo de pura satisfação. Parecia que o ar tinha parado. As coisas a nossa volta não seriam tolas de estragar a primeira vez que deixei toda essa sensação tomar conta do meu corpo. Brennan arqueou uma sobrancelha pra mim e continuou dirigindo.

Bem PróximoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora