Capítulo 4

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dezoito anos antes •

Em uma cidade tranquila de nevada reno uma família rígida e rica residiam, todos os dias o garotinho acordava com os gritos aflito da mãe e o motivo sempre era o mesmo. O patriarca a agredia constantemente e as vezes pelo simples fato de está respirando o mesmo ar que ele, muitas vezes o garotinho presenciou a mãe desacordada e cheia de hematomas. Enxergava-a como uma pessoa frágil e sensível, tentava a todo dispêndio sentir admiração pela mãe mas não poderia evitar o desprezo e o nojo que suportava toda vez que olhava para a sua face.

Queria que o pai matasse-a logo, pegou-se muitas vezes imaginando o corpo dos dois em chamas e sentia um grande prazer naquilo. Passou um longo período observando e fazendo planos para ceifar a vida dos pais, notava que o patriarca era dono de muitas empresas e tinha uma conta gorda então se por acaso estivesse órfão, jamais passaria fome ou necessidade. Com aquela conta bancária, ele poderia ficar o resto de sua vida curtindo e gastando e mesmo assim não faltaria.

Porém não demorou a descobrir que o pai operava em contrabandos e tráficos de entorpecentes e pessoas, soube que o patriarca exercia duas profissões. De dia era empresário e a noite um sádico. Por um momento desejou ser como o pai mas esse devaneio passou rapidamente quando viu que nunca seguiria as ordens de alguém. Só existia um chefe e os dias do seu querido pai estavam contados.

Planejou os mínimos detalhes, fingiu dormir então pegou um isqueiro e soltou todos galões de gasolina pela casa, derramou até na cama dos pais aproveitou que tinham sono pesado e deixou tudo em chamas. Do lado de fora observava o mundo dos seus pais desmoronando e gargalhava de felicidade, Comemorou por os empregados não estarem se não iriam estragar os seus planos malignos.

Depois que completou seus treze anos, começou a frequentar cassinos e casas noturnas. Se relacionava com prostitutas e mulheres casadas, o garotinho amava as moças mais velhas e maduras. Elas levavam-o ao paraíso.

Quando chegou nos seus quinze anos já comandava cinco cassinos e tráficos de drogas, era obcecado pelo poder e enlouquecia quando não almejava o que cobiçava. Não demorou muito e ele voltou a matar, retornou com pequenos trabalhos mas quando notou já tinha matado mais de cinquenta pessoas. Amava ver o desespero no rosto de suas vítimas, principalmente quando eram conhecidas. Sempre procurava semelhança com seus pais, o tempo inteiro vasculhava pessoas com a mesma características. Se pudesse mataria seus pais mais vezes.

Não tinha necessidade para tal ato, mas se aperfeiçoou- se na chacina viu uma saída que jamais encontrou antes. Todas mulheres que se relacionavam com ele morriam, jones não conseguia se controlar ele precisava inconscientemente saciar sua fome pela tragédia. Admirava o líquido vermelho caindo pelo seu corpo, as vezes até pensava em fazer uma piscina própria para isso.

Mas tudo mudou quando cruzou seus caminhos com uma moça de cabelos curtos e nariz empinado, desejou cortar ela em pedaços, queria ver ela sangrar e implorar pela vida. Teve noites que analisava ela dormindo,com uma faca nas mãos tentou até atirar em sua nuca quando os dois estavam tomando banho juntos. Porém todos seus planos foram em vão, existia uma força maior e nem se tentasse de qualquer maneira conseguiria machuca-lá. Ele sentia-se frustrado, afinal aquela mulher não era especial ela não tinha nada único, porém seu sorriso sarcástico e sua honestidade matavam o por dentro. Aquela moça fazia- o se sentir levemente importante. Seus lábios sussurrando "amo você" Obrigavam o retribuir cada carícia e carinho, as vezes explodia de raiva mas não conseguia enfiar uma faca nela.

Agora a analisava de longe, todos os dias ficava sentado em uma praça do lado da casa dela, a todo momento observava se algum engraçadinho se aproximaria de sua mulher. Teve que acabar com três homens, sabia que eles iriam passar dos limites e não poderia em hipótese alguma permitir tal ato.

Também verificava a pequena abigail, notava seu rosto angelical e pelejava alguma resposta para entender como um ser puro e ingênuo poderia ser sua filha. Vivia vendo ela saindo com uma moça magra e de cabelos ruivos, desejava ardentemente que aquela rapariga sequestrasse a filha, assim não precisaria dividir sua futura esposa com ela.

Odiava a ideia de ser pai, nunca sonhou com tal e as vezes pensava que a coraline tinha feito isso para castiga-lo. Desde o início sabia que deveria ter acabado com ela, mas com piedade e obsessão deixou-a escapar e ainda por cima se multiplicar. Tentava a todo custo tirar essa ideia da cabeça, porém só enxergava a filha como rival e só precisava a tirar dos seus caminhos. Mas tinha noção que jamais stuart concordaria com a hipótese, então faria do seu jeito e de modo rápido. Precisava ser astuto e sábio.

Se aproximou de um refletor de luz e viu uns metros há frente a mesma moça com sua filha. Ela caminhava tranquilamente pela calçada e mostrava as vitrines para a pequena. Jones fingiu analisar as lojas também e esperou uma oportunidade surgir, fora quando o brinquedo da abby caiu no chão de concreto que ele rapidamente se meteu ali e começou a puxar a assunto

- moça... - gritou chamando atenção da darvas, rapidamente amanda se virou e procurou a pessoa que estava lhe buscando. - o brinquedinho da sua filha caiu no chão.

Jones se abaixou com sua falsa modéstia e pegou o bichinho de pelúcia minúsculo colocando dentro do carrinho de bebê. Amanda agradeceu pretendendo logo em seguida se retirar. No entanto jones estava com sua mente perversa trabalhando e não poderia perder tempo.

- sua filha é linda! - chegou mais perto e tentou passar as mãos no rosto da pequena abigail, mas amanda ficou encucada com esse gesto e se afastou. - desculpa, não queria assusta-la!

- não assustou ! Só não te conheço, por isso não tenho ordens para deixar a bebê se aproximar de você.

- Ah sim, entendo...

Por dentro jones estava fervendo de raiva, queria esmagar a cabeça daquela mulher e depois iria colocar seus restos em uma lixeira qualquer.
De repente ouviu o som da risada da bebê em sua frente, então rolou os olhos nela e ficou fascinado com tamanha semelhança a si mesmo. Não poderia negar que aquela garotinha era sua filha, principalmente pelo sorrisinho torto e aqueles olhos negros como a noite. Abby analisou o homem e logo começou a balançar os bracinhos em sua direção. Amanda ficou sem graça, não queria negar nada para pequena abby mas também não poderia deixá-la ir com um desconhecido.

- fica tranquila, não vou fazer nada com ela.

Ainda assim amanda articulou nervosismo, estava insegura e não queria abrir mão daquilo. Sem contar que a amiga poderia ficar bem chateada com tal atitude.

- só um pouquinho!

Jones então pegou sua filha no colo, sentiu-se vitorioso por dentro. Percebeu que tinha vencido aquela batalha. Brincou um pouco com a menina, a neném ficava o tempo todo encarando ele, uma vez ou outra passava as mãozinhas no rosto dele. O cheiro dela era igual da mãe, uma essência leve de baunilha. Jones adorava esse cheiro, poderia dizer que era o seu favorito depois que conheceu stuart. Ficou uns dez minutos com a garotinha no colo, depois entregou para a babá e proferiu:

- Não sou um desconhecido, sou um grande amigo da mãe dessa mocinha. - sorriu e passou a mão uma última vez na cabeça de abby. - diga coraline que james jones mandou lembranças !

Cansou de usar aquele nome falso e sem personalidade, se mostraria verdadeiro e único, no começo stuart iria se sentir confusa mas com o tempo tudo se encaixaria perfeitamente. E sabendo os pontos fracos da coraline usaria tudo contra ela e pretendia acabar com tudo que ela amava e começaria com a pequena abigail.

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Obrigada por me acompanharem, espero que estejam gostando. Forte abraço e até o próximo capítulo 💋

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