Capítulo 5

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O dia começou com uma tempestade assim acordando coraline, já passava das 7h30 porém não preocupou-a pelo simples fato de entrar naquele dia às 10h. Agradeceu de tal forma, se não teria que correr na chuva para trabalhar e naquele dia compareceria em uma reunião importantíssima com o investigador e hipótese alguma permitiria algum contratempo. Precisava colocar as cartas na mesa e falar uma verdade dura para o senhor walker, não deixaria o caso da moça ser arquivado e esquecido. Colocou-se tão no papel de empática que de repente levou aquilo para o pessoal, de fato o caso daquela jovem virou algo importante e gostaria de achar o culpado e fazer-lo pagar caro. Mas também tinha assuntos para resolver na sua zona de conforto, no dia anterior descobrirá que um amigo mandou um abraço porém não lembrava-se o nome. Nunca tinha ouvido tal, mas o que lhe chocou violentamente fora a babá sem cuidado algum deixar um desconhecido se aproximar de sua bebê. Não se impressionava com gentilezas, sabia que tudo custaria caro e geralmente assassinos e loucos eram encantadores, poderiam enganar qualquer um, porém estava vacinada jamais cairá nisso outra vez.

Quando se aproximou da sala de estar ouviu um gritinho, identificou rapidamente ser de sua filha. De soslaio viu uma cabeleira loura com rabo de cavalo e prostrada no chão fingindo ser uma morta viva. Coraline se encantou com a cena, a satisfação lhe dominou e logo sentiu-se com o coração aquecido. Amava a forma como a stacy tratava sua pequena, sempre soube que ela era uma verdadeira amiga. Queria de alguma maneira retribuir tudo que estava recebendo da willians, já se hospedava um ano e pouco na residência da loirinha e até agora não tinha quitado sua dívida. No fundo do seu ser, sentia que gratidão era muito pouco almejava dar algo para amiga.

Stacy willians sempre teve um coração enorme, ela desencadeou de uma família nobre,foi criada nos arredores de Los Angeles. E pelo fato de ser filha única tinha tudo que almejava. Porém gostava de ajudar e acolher as pessoas, tinha uma ONG de acolhimento no centro de chicago e nos finais de semana viajava para ver como estavam as coisas por lá. Futuramente organizará uma no missouri e estava ansiosamente feliz por isso.

Notando sua presença, as duas criaturinhas olharam na sua direção e arregalaram os olhos, numa atitude de ter sido pegas no flagra cometendo uma inflação paralisaram seus movimentos.

- podem continuar! - disse pegando um brinquedo no caminho e colocando em uma cestinha do lado da mesa.- Não quero atrapalhar esse grande amor.

Sorriu com carinho.

- a abby gosta de judiar.. AHHH.- coraline levantou o olhar e soltou um sorriso sarcástico.

- ela te mordeu né?

- sim...- Stacy petrificada e indignada respondeu, nunca presenciou tal atitude e afilhada ultimamente demonstrava sinais de ser uma espoleta. Entendia que era uma bebê e precisava de cuidados o tempo inteiro, mas aquela mordida tinha doído muito. E o pior que ela nem tinha dentinhos direito.

- Espero está errada, mas ela herdou esse bendito costume do pai.

- como assim ?

- quando ele recebia um não ou se sentia desprezado ele chegava bem pertinho do meu ombro, maioria das vezes era no braço e mordia. Noventa e nove por cento saia sangue e ficava roxo. - stacy olhou- a assustada e cabisbaixa, não imaginava que a amiga estava em um relacionamento abusivo e que ainda por cima aceitava e idealizava o cara perfeito e direito. - olha aqui!

Coraline levantou a blusa de manga longa e esticou o braço, perto do pulso tinha uma cicatriz média e arroxeada. O local parecia estéril e sem vida como se ela já estivesse morta.

- sinto muito! Sério estou chocada e não sei nem distinguir, eu achava que você tinha uma vida perfeita. - Stacy pegou a neném no colo e se aproximou com cautela e receio.- sei que seus pais faleceram, mas todas as vezes que nos falávamos você me dizia está bem. Me sinto culpada, não deveria ter deixado você em nevada sozinha.

- foi minha decisão, eu desejei permanecer lá. Então por favor não se culpe! - abraçou a amiga com lágrimas nos olhos, abby observava em silêncio. - ele é culpado por tudo!

Alguns quarteirões dali um grupo de homens armados faziam reuniões e bebiam whisky gelado. O chefe deles brincava com uma 38 nas mãos e admirava as mulheres se esfregando e dançando em sua frente, gostava de ver moças com cabelos curtos e magras. Assim conseguia lembrar da sua amada, pegou um charuto e colocou em seus lábios observando uma moça no canto da sala injetando um líquido vermelho em uma seringa. Notou o olhar vazio e sem esperança daquela mulher, rapidamente lembrou de sua mãe e a forma como ela permaneceu destruída por um longo tempo. Tentava entender como uma pessoa chegava naquele nível de retificação mas também queria saber porque sua mente era estragada e mesmo assim não obtivera uma decente resposta. Afinal as coisas eram assim, de alguma forma eles nasceram para isso e nada mudaria. Já estava acostumado com a certeza de morrer e queimar no inferno. Hipótese alguma era uma pessoa boa, mas gostava da ideia de ter uma pessoa boa e gentil ao seu lado. Quando possuía a coraline sentia o próprio paraíso em sua pele, jamais tinha experimentado tal gosto e por isso ficou tão fascinado e obcecado. Por um momento pensou em largar tudo e se tornar uma pessoa melhor para ela, porém tinha uma paixão pelo crime ele era o rei para aquelas pessoas, de certa forma ele conseguia controlar tudo ao seu redor. Sabia que se fosse normal, nunca teria a felicidade e ambição. Enxergava as pessoas como recursos, notava apenas seres com interesses comuns. Não achava sentimento em lugar nenhum, só vislumbrava pessoas como seus pais.

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Olá pessoal, mais um capítulo disponível. Espero que vocês estejam gostando 💋💋💋 beijos e até

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