Capítulo 9

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PERSONAGEM NOVO

PERSONAGEM NOVO

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Eu a odeio.

Como é que pude me enganar em algum momento achando que debaixo daquele poço de arrogância existisse uma pessoa? "Você trabalha para mim e pronto". Sim, sua cretina, eu trabalho para você e não me esquecerei disso nem mesmo se você estiver dentro de uma piscina de vidro. Que merda de trabalho infeliz que fui arrumar.

Já se passaram duas semanas desde a ultima vez que vi Amélia, sei que já deveria ter esquecido essa maldita frase idiota, mas como aqui não tem muito o que fazer e as crianças estão se acostumando comigo cada vez mais, eu diria que meu único passatempo é ficar remoendo coisas que passaram.

Passei as últimas semanas focada nos meus estudos. Já que vim para Londres para isso, preciso me empenhar mais. Faço faculdade de administração, e já tinha algum tempo que eu não pegava em um livro. Eu cuidava das crianças na parte da tarde e assim que elas se deitavam eu entrava no meu quarto e ignorava totalmente o mundo do lado de fora.

Olho em direção a piscina, onde os filhos de Amélia estão finalizando a aula de natação. É quase difícil imaginar estes três anjos saindo de dentro de uma pessoa tão horrível quanto ela. Me sinto culpada quando olho para eles no momento que estou pensando as maiores atrocidades possíveis sobre sua mãe, só que não consigo evitar.

Angelina olha em minha direção e acena com um sorriso tão grande que faz seus olhos fecharem, aceno de volta para ela que logo volta a prestar atenção em sua aula.

Pego o copo com suco de laranja e bebo até a metade. O dia está quente e por mais que eu esteja sentada na sombra, posso sentir minhas coxas suando debaixo desse vestido e do tecido da cadeira.

— O que você me diz de ir em uma festa de verdade? — Mia cantarola a pergunta, como se estivesse deixando bem claro que recusar o convite não era uma opção.

Mia também andou sumida por um tempo, ou na verdade, quem estava sumida era eu. Nos viamos na parte da manhã, quando ela acordava cedo para tomar café e ir produzir seus vídeos para internet.

Quero perguntar como ela tem se sentido se sentindo, mesmo que depois da conversa com a Amélia eu tenha me afastado, considero Mia uma amiga — mesmo que talvez ela não sinta da mesma forma.

— Você se lembra que hoje é quarta, não é mesmo?

— E? De qualquer maneira, a festa só será amanhã.

— E eu trabalho no dia seguinte  — faço uma pausa. — Pra sua irmã, inclusive.

Tento não revirar os olhos quando falo "sua irmã", não quero demonstrar o meu desgosto ao falar de qualquer assunto que envolva Amélia.

— Isso é super fácil de resolver. Podemos providenciar uma babá para as crianças essa noite.

Até que não seria uma má ideia sair um pouco. Não faço outra coisa a não ser ficar trancada dentro daquele quarto e sinto como se minha vida social não existisse mais. Estou vivendo para essa família. É bem triste pensar dessa forma.

Madame Amélia | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora