Capítulo 6

126 26 4
                                    



Coraline entrou na delegacia respirando profundamente, estava cansada de agir com indiferença e também estava exausta desses colegas incompetentes e desonestos. Passou anos sonhando em fazer algo extraordinário, queria pertencer alguma coisa mas estará pelos seus próximos meses sentada em uma cadeira fria numa sala estéril aguentando uma jovem mimada, além de não precisar almejar absolutamente nada ainda custaria um longo tempo de stuart com seus dramas desnecessário.

Chegou batendo na porta da sala, ouviu lá do interior uma voz permitindo sua entrada e reconheceu imediatamente de quem pertencia. Colocou a cabeça primeiro pelo buraco da porta e depois soltou o corpo inteiro, viu o senhor walker sentado com óculos de grau e uma jovem ao seu lado analisando uns papéis e mastigando chiclete com a boca aberta. Coraline estremeceu e pensou eu mereço isso mesmo!

- bom dia investigador walker.

A mais nova " estagiária" rolou os olhos pela coraline e sorriu, não um sorriso falso ou sarcástico como stuart estava acostumada mas um sorriso gentil e simpático. Aquilo fez a consciência pesar, coraline à julgou sem ao menos conhecê-la queria retirar todas as palavras mal conduzidas, porém tinha uma vantagem nisso. Sequer pronunciou algo, então poderia recomeçar mentalmente assim não cometeria nenhum erro e também não soltaria uma porcaria.

- olá, sou Caroline Walker, fiquei sabendo que vamos trabalhar juntas...- a jovem Walker cuspiu as palavras entusiasmada, levantou a mão e fez um gesto de cumprimento na direção da sua nova colega. - somos quase gêmeas de nomes.

- será um prazer trabalhar com a senhorita! - retribuiu o gesto, pegou o pote de bala da mesa do walker mais velho e arrancou a embalagem colocando na boca, sentiu o gosto da hortelã refrescar sua garganta e relaxou. - Caroline, você poderia nos dar uns minutos a sós?

- claro !

Esperou a jovem se retirar, quando ouviu a porta fechar rapidamente endureceu o corpo e sentou na cadeira a frente. Analisou a expressão do investigador e não achou absolutamente nada. Sentiu-se frustrada e raivosa, sabia que estava perdendo tempo mas queria tentar mais uma vez. Ainda tinha esperança e seus recursos.

- não vou começar lamentando, mas preciso da sua ajuda.- disse franca e calma.- e agora sabendo que você tem uma filha da idade daquela moça, peço que tenha empatia e pense na sua menina. Aposto que se fosse ela no lugar, você estaria movendo céus e terra para encontrar o culpado. - começou a soltar as palavras rapidamente e sem pausas, o investigador ouvia atentamente coraline e analisava o prontuário da jovem falecida. - não quero forçar a barra, mas por favor considere o caso. Sei que não estou em um nível acima, mas se quiser posso fazer o teste e virar investigadora.

Coraline terminou seu discurso implorando, e novamente queria ter o poder de controlar tudo ao seu redor. Era humilhante ter que mostrar suas fragilidades, mas não queria perder aquela oportunidade e pela primeira vez teve a atenção que desejava.

- olha, só vou falar uma vez ! - Thomas Walker tirou seus óculos brega e olhou no fundo dos olhos de coraline, viu muita esperança no rosto dela e admirou. Estava tanto tempo naquela profissão, que já tinha se acostumado com pessoas indiferentes e frias. Quando notava um pingo de sentimento ficava tocado e surpreso. - vou passar esse caso para o novo delegado, ele chegará daqui umas horas. Quando isso acontecer, quero você nessa sala ok, aí teremos uma reunião e te colocarei como a segunda dele. Só me promete que não irá arrumar problema? E também não deixará minha filha de lado? Ela precisa de ajuda também!

Coraline sorriu gloriosa e comemorou por dentro.

- sim, eu prometo!

__________________________________

Amor cruel Onde histórias criam vida. Descubra agora