PRÓLOGO

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Sophie Cooper

Dois anos atrás...

"Quem é o nosso pai?"

Eu e a minha irmã paramos de fazer essa pergunta há muito tempo para nossa mãe já que ela nunca respondia, decidimos que no dia dos pais sempre faríamos uma surpresa para ela, e amanhã vamos fazer mais uma, viemos de Boston apenas para isso.

Passar um momento especial com mamãe é tudo para nós.

– Como será que ele é? – Lara ainda tem um fio de esperança, ela acha que um dia mamãe vai contar para nós o que de fato aconteceu com o nosso genitor.

– Bom, já que você se parece mais com a mamãe eu acho que tenho alguns traços dele. – dou de ombros.

– Você também não tem o temperamento da mamãe. – isso é verdade.

Sou a típica irmã que se estressa fácil e que não aceita qualquer dito e feito. Já a minha irmã é mais calminha, se não gosta de algo tenta resolver na base do diálogo.

E além disso somos gêmeas bivitelinas, ou seja, não somos idênticas.

Olhei para janela do avião, já estamos sobrevoando Nova York. Meu peito se encheu de um sentimento chamado saudade. Estava morrendo de saudade da minha cidade natal, estou com saudades do abraço de mamãe, de passear nas ruas movimentadas até os pontos turísticos, que maravilha.

– Espera, você se resolveu com o Frank antes de sair de Boston? – minha irmã pergunta me fazendo lembrar da briguinha com meu namorado.

– Frank? – minha prima Camilla que estava dormindo do lado de Lara desperta atordoada – deixa aquele troço, Sophie, ele só dá trabalho.

Nossa briga aconteceu por total culpa dele.

Aquele idiota foi até a sala onde eu estava tendo a minha aula de economia e detalhe: ele estava bêbado, não fazia parte da minha instituição de ensino e entrou sem permissão fazendo o maior escândalo.

Tudo isso por... Homofobia.

Lembro com clareza que ele ameaçou o meu colega Daniel. O Danny é gay, um dos meus melhores amigos da vida, ao saber da sexualidade de Daniel, Frank nunca foi o cara mais amigável com ele, sempre o tratava com desdém e isso me machuca demais, eu não entendo o modo de pensar dele.

– Eu já te disse que não quero você perto desse invertido. – ele olhou com raiva para Danny e para mim após escancarar a porta e o pessoal o encararam confusos.

– Frank? – sussurro baixinho e Danny se encolhe ao meu lado.

– Senhor, posso saber porque está atrapalhando a minha aula? – o professor pergunta com calma ainda de frente para o quadro.

– Eu proíbo que a Sophie se aproxime desse gay maldito, eu já deixei claro que não o suporto. Se continuar assim você terá de escolher, Sophie. – essa foi a cena mais vergonhosa da minha vida, meus colegas começaram a cochichar na sala e isso me deixou mais desconfortável do que deveria.

Danny então, pobrezinho, ele não sabe onde se enfiar, e eu digo o mesmo de mim.

Levanto da cadeira e vou até ele que ainda estava na porta fervendo de raiva.

– O que aconteceu com você? – pergunto tentando o empurrar para fora.

– Você perdeu o juízo? Não se anda com gays por aí, querida. – eu só conseguia ficar mais constrangida.

– Você pode deixar de ser babaca uma vez na sua vida? O que ele fez para você, afinal? – eu não queria ativar o meu lado de fúria, mas se ele continuar importunando Daniel eu não vou me conter.

A Mentira Perfeita - Livro 1 Da Série: Amores PerfeitosWhere stories live. Discover now