Capítulo 1

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Dia 1

A garota era linda. Não. A garota era deslumbrante.

Seus olhos azuis foram embelezados com delineador preto e sombra em tons terrosos. Seus longos cílios realçados com rímel preto, as maçãs do rosto proeminentes delicadamente maquiadas com blush e os lábios carnudos e sedutores pintados com batom vermelho rubi.

Seu rosto de tirar o fôlego era emoldurado por cabelos ruivos flamejantes que se espalhavam sobre os travesseiros, perfeitamente posicionados, quase como um retrato.

Sua pele impecável era branca como alabastro, quase translúcida. O corpete de brocado vermelho que ela usava modelava seu torso, apertando sua cintura, achatando sua barriga e levantando seus amplos seios. Suas pernas longas e bem torneadas estavam cobertas por meias pretas vintage e seus pés calçados com salto alto vermelho cereja de dez centímetros. Um joelho estava levantado e sua cintura girava para o lado, de modo que um mínimo de modéstia prevalecia e suas partes íntimas ficavam escondidas da vista, exceto por uma nádega empinada vestida com calcinha translúcida.

Ela estava deitada em lençóis de cetim preto com os braços bem abertos, quase como um convite a se juntar a ela. Ela parecia estar dormindo, exceto pelo corte profundo em seu pescoço gracioso.

A garota obviamente havia sido colocada ali por seu assassino.

A sala foi subitamente iluminada por um flash quando um dos técnicos forenses tirou outra fotografia, desta vez de um ângulo diferente. Os outros investigadores vestidos com macacões de segurança vasculhavam a cena coletando evidências forenses. O médico legista já havia declarado a morte da menina e inspecionava cuidadosamente o corpo, sem alterar o local.

- O que você acha disso? - O detetive Troy Malone perguntou ao seu parceiro.

- Ela era jovem, bonita e está morta. Este lugar não é ruim. Se for dela, ela tem dinheiro, ou veio de família rica, ou se casou com alguém rico ou tem um namorado com dinheiro. - rosnou Jake Shepherd, sua voz rouca por causa dos milhares de cigarros.

- E esse jeito que ela está vestida? - Troy virou o rosto para a garota.

- Talvez o papai goste dela vestida de maneira ousada? Talvez ela seja uma prostituta? - Jake propôs, coçando o queixo mal barbeado.

- Uma mulher da vida? - Troy se perguntou.

- Ela foi morta aqui; a maior parte do sangue ficou encharcada na roupa de cama. O que você acha, doutor? - Troy voltou-se para Hugo 'Doc' Rodriguez, o médico legista.

- Com base na lividez e na temperatura corporal, eu diria que ela morreu nas últimas 24 horas. A incisão em sua garganta é a causa provável da morte e parece que foi feita com uma faca muito afiada ou possivelmente uma navalha. Não quero especular muito até levá-la ao necrotério e realizar a autópsia, mas parece que ela não tentou se defender - afirmou Doc Freeman com a voz imparcial de sempre que usava quando comparecia à cena de um crime.

- Posso chegar mais perto, Grace? - Doc perguntou à Grace Thompson, a principal investigadora forense.

- Além de um exame rudimentar para declarar homicídio culposo, Doc deixou o cadáver intocado para que os investigadores pudessem fazer o que quisessem.

- Claro. Temos a maior parte das evidências iniciais do corpo e da cama. Faremos um exame mais completo da cama quando você a tirar e eu ajudarei na autópsia - Grace assentiu.

Por baixo de seu macacão de segurança desajeitado, a pequena Grace Thompson tinha um corpo alucinante, seios incríveis e um rosto lindo. Ela veio da cidade de Nova York para Camden para assumir o cargo de chefe da unidade forense da polícia.

Doc se aproximou do corpo e levantou um dos braços da garota pelo pulso.

- O rigor mortis ainda está no estágio um e sua palidez sugere que ela está morta há menos de oito horas, o que restringe um pouco. Entende o que quero dizer sobre não haver ferimentos defensivos? - Doc indicou as mãos da mulher.

Seus dedos eram elegantes. Ela usava vários anéis de prata e tinha unhas compridas e pintadas do mesmo vermelho rubi do batom. Nenhuma das unhas estava quebrada e parecia não haver arranhões, cortes ou contusões em seus pulsos ou antebraços que representassem ferimentos defensivos e indicassem que ela havia lutado com seu agressor.

- Talvez ela conhecesse seu assassino? Talvez ela estivesse drogada ou dormindo quando foi atacada. Não vejo nenhum sinal de luta - Jake Shepherd levantou a calça em torno de sua barriga substancial, como costumava fazer quando achava que fazia uma observação significativa.

- Não gosto de tirar conclusões precipitadas, mas concordo com o seu parceiro; pelo menos com base nas minhas observações iniciais - acrescentou Grace Thompsson.

- Podemos virá-la? Ver se há algum corte ou hematoma em suas coxas? —Troy perguntou.

- Sexo, drogas ou dinheiro - suspirou Jaje Shepherd.

Troy e Jake diziam que sexo, drogas e dinheiro eram a santíssima trindade. Eram os motivos mais comuns para crimes violentos. Hematomas ou arranhões nas coxas da menina poderiam ser indicadores de estupro ou agressão sexual.

Grace balançou os ombros como se dissesse "claro, vá em frente" e puxou sua luva de látex. Todos no local usavam luvas de látex e protetores descartáveis ​​para sapatos. Apenas os investigadores forenses usavam macacões de segurança, mas eles tinham acesso ao corpopor mais de uma hora e Grace permitiu que os detetives e o médico legista entrassem na cena do crime, depois que os investigadores forense haviam conduzido seus procedimentos iniciais de coleta de evidências, principalmente a coleta de cabelos, fibras e fluidos do corpo.

A equipe de Grace estava agora procurando impressões digitais, tirando fotos e coletando qualquer vestígio de evidência na sala.

Doc Rodriguez endireitou suavemente a perna da menina e rolou a parte inferior do corpo para a posição deitada.

- Jesus Cristo! - Doc recuou da cama.

- Que porra é essa? - Jake Shepherd deu um passo para trás.

- Bem, é algo que você não vê todos os dias - disse Troy sarcasticamente.

A garota usava calcinha branca transparente, estando avolumada na frente por um pênis de bom tamanho.

- Aberração do caralho - Jake Shepherd sussurrou e Grace lançou-lhe um olhar zangado.

 - Tem mais -  disse um dos investigadores forenses.

O investigador que estava coletando e empacotando evidências entregou uma carteira de estudante para Grace Thompson com os dedos enluvados. Ela e Troy Malone examinaram atentamente o documento. O nome no cartão era Sebastien Devereaux.

Grace pegou o cartão e colocou-o próximo ao rosto da garota.

- Pode ser ele... ela... seja lá o que for - Troy se inclinou e olhou para o cartão e depois para o rosto da garota.

As características faciais eram semelhantes o suficiente para que Troy tivesse quase certeza de que sim, assim como Grace.

- O senador Remy Deveraux não tem um filho chamado Sebastien? - Jake Shepperd sugeriu, embora não conseguisse mais olhar para o corpo.

- Foda-se! Ninguém conta nada a ninguém sobre isso - Troy olhou para todos na sala.

- Estou ligando para o capitão, que tenho certeza que ligará para o delegado, que tenho certeza que ligará para o prefeito. Ninguém mais entra na cena do crime e quero dizer ninguém mesmo. Esta é uma cena de crime fechada - Troy saiu da sala tirando o celular do bolso interno da jaqueta.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2023 ⏰

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