Sallie Mathews
Meu sorriso largo vai de orelha a orelha ao tocar em uma arma novamente, sentindo a textura lisa sob minha mão, fazendo menção de apertar o gatilho com o indicador. Após tanto tempo se ver ou tocar uma, que satisfatório.
— Esse lugar será perfeito. — Murmura Effie Zavala, que mantinha seus olhos fixos aos computadores com diversos dispositivos que não me interesso em saber o nome.
— Não aperta isso, está louca. — Meu olhar para na Santines, com o olho arregalado e a voz insuportável de quem tentava ser mais certinha que a Gowin.
Se fosse tão correta quanto tenta dizer e demonstra em suas ações não estaria neste fim de mundo para menor delinquentes que não tem mais jeito na vida.
— Correta Santines, se meu dedo deslizasse acidentalmente assim... — Aponto no canto superior direito da sala, em nenhum ponto fixo, sentindo a adrenalina percorrer meu corpo assim que a bala atinge o alvo final em um estrondo confortável e conhecido por mim.
O olhar reprovador da Zavala parou em mim, sem mexer mais nos computadores, com sua boca se movendo silenciosamente.
— Hija da puta. — diz Zavala. Seguro o riso com a adrenalina ainda percorrendo meu corpo.
Pronta para o sermão que viria da Santines, mas algo chamou sua atenção antes mesmo de abrir a boca, desligando o interruptor de luz rapidamente que havia ao seu lado.
Nossos olhares foram para janela inteira que refletia a luz da lua cheia lá fora, com um pontinho de luz sendo guiado para o depósito que estávamos com a voz rouca e grossa do guarda ecoando pelas paredes que contemplavam o ambiente.
— Tem alguém aí? — diz, sua voz emanando medo.
Engulo em seco sem mover os músculos com a mão direita erguida da Effie, em um gesto com o dedo indicador tampando seus lábios, para que fizéssemos o mesmo.
— Merda, merda. — murmura Santines, encaro seu rosto franzindo a sobrancelha, para que ela permaneça em silêncio.
— Tem alguém aí, se tiver saia agora! Que não direi pra ninguém, não me façam de bobo menores insolentes. — só cairia nessa quem fosse amador, no momento em que pisássemos para fora ele seria o primeiro a nos encrencar não só eu como as outras duas perceberam, ficando caladas.
A lanterna de sua mão se movia de um lado ao outro pela janela, pegando pontos próximos a gente. A adrenalina de ser pega a qualquer momento me fazia sentir viva, pela primeira vez.
A sombra do guarda sob a luz vinha em direção a porta, balançando a cabeça para que Effie jogue a latinha que se encontrava ao lado da mesa em que estava, para levá-lo para longe, mas Santines é mais rápida, abrindo com cuidado o rodapé de madeira assim que um rato sai correndo chamando a atenção do guarda pra si.
— Não era nada, cada um aos seus respectivos postos. — fala ao walk talk, deduzo, fazendo nos três respirarmos aliviadas.
(...)
Seguro a bandeja com as duas mãos, seguindo para o canto mais afastado do refeitório, onde já se encontravam as meninas.
— Fomos ao galpão ontem. — fala a Zavala, com a voz baixa. — Tem de computadores a equipamentos de ciências, daria até pra fazer uma bomba se quiséssemos. — fala animada.
— Ratos, tem ratos. — Murmura Santines com a careta de nojo estampada em seu rosto. — E se não fosse a Sallie tínhamos visto mais coisas! Já que atirou chamando atenção do guarda.
Por algum milagre, ou azar Gowin estava presente na mesa, com a Banks calada. Gowin não afetando nenhuma minoria e a Banks e ela trocando farpas aleatoriamente, o mais puro silêncio.
— Ratos são o de menos, lá é uma mina de ouro, o final do nosso arco íris. — Não contenho o sorriso em meu rosto, me sentando ao lado de Zavala. — Mas Sallie atrapalhou um pouco nossos planos, poderíamos ser pegas. — reviro os olhos.
— O que faz pensar que vocês poderiam ir sem mim? — Diz Gowin, batendo seu salto ao chão, com os braços cruzados em uma birra sem fim. — Eu contei do lugar, portanto ele é meu e vocês não pediram permissão para ir! Ratas imundas.
Pela irritação maior do que normalmente, a noite dela foi longa com Amber ao seu lado.
— Na verdade, sendo assim é nosso. — Noah abre a boca pela primeira vez. — Somos um time, não?
— Linda e sua mania de achar que é importante a esse ponto, ter sido abandonada pelo papai já não foi suficiente? — Callie ri, batucando os dedos na mesa. — Agora é de todas nós e se de por satisfeita de termos aceito você.
— O que tinha de tão importante lá. — A voz baixa de Madelyn chamou nossa atenção. — Precisamos de um nome.
Nos entre olhamos, concordando com a cabeça.
— Até que você é inteligente Madelyn! — falo debochada, levando a maçã a boca. — Tinha de tudo como disse a Effie e você é insuportável certinha Santines.
— Boa noite Cinderela. — Murmura Beatrice.
— Já existe. — Falo sem humor. — Morte súbita! — proponho, vendo todas negarem. — Nem foi tão legal, falei brincando.
— Lágrimas Gowin de felicidade. — Linda propõe.
— NUNCA! — Falamos em uníssono.
— Sonrisa. — Diz Effie. — Sorriso em português, já que faz sorrir em uma onda de alegria.
— Podemos anotar esse. — Diz Noah, anotando na própria mão.
— BelaFenix. — Propõe Callie, fazendo concordarmos enquanto noah novamente anotava em sua mão.
A batida de pé no chão de amber chamou nossa atenção que abriu a boca pela primeira vez ao dia.
— Sueño de las flores. — fala baixo, intercalando o olhar em todas nós. — Sonho das flores. — Fala curta, mordendo o lábio inferior.
— Estou de acordo. — Murmura Callie.
— Nós também. — Noah e Beatrice seguem, sorrindo uma para outra.
— Sueño de las flores. — Zavala murmura, vendo como que ficava o nome em sua boca — Por mim ok.
— Até que é bom, estou de acordo. — Diz Madelyn, voltando a comer sua gelatina verde.
— Tá, ta! — fala Gowin. — Concordo com esse nome. — olha para nós com desdém, passando suas mãos sob o vestido em que estava.
Os olhares de todas elas pararam em mim, me fazendo encara-las com deboche.
— Ok, ok! Vocês venceram, Sueño de las flores. — ergo as mãos em rendição, vendo o sorriso ladino de Amber.
O restante do café da manhã foi regado de brigas, já que todas nós tínhamos jeito parecidos.. e por ironia do destino, mais uma vez, estávamos juntas em outro trabalho.
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Tentação Obscura: Um Pacto nas Sombras
ActionEm um cenário onde as barreiras sociais são nítidas, dez jovens garotas de diferentes estratos sociais se veem unidas por um projeto científico escolar. Enquanto exploram experimentos inovadores, elas inadvertidamente descobrem uma fórmula para uma...