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Os dias de glória haviam acabado, com ele um ano inteiro se iniciava, com certeza eu estava restaurada para começar minha nova vida, depois da virada do ano incrível que eu havia tido, passei uma semana inteira com minha mãe, aproveitando sua presença. Eu estava em meu quarto me preparando para dormir quando ela bateu em minha porta, apesar do fim de semana frustrado sem ver Dom, eu estava feliz pela intimidade que minha mãe e eu criamos.

- Preparando suas coisas para amanhã?

- Sim mãe, nem acredito, um novo trabalho.

- Estou orgulhosa de você, do rumo que tem tomado sua vida, é gratificante para mim que você esteja dessa forma, se há um ano e meio atrás me dissessem que você seria assim, eu não acreditaria.

- É claro mãe, você tinha motivos e eu lhes dava eles.

- Ai filha, eu tenho tanto medo dessa nossa nova fase, parece que a qualquer momento posso perder tudo o que temos, sabe? O Cris é fantástico, não existe um homem como ele, queria que você entendesse o que estou dizendo, as vezes acho que encho o seu saco de tantas qualidades que recito daquele homem.

Eu ri.

- Acredite mãe, fico feliz em ver você sendo feliz, não quero que nada te prejudique, estou tentando ser melhor para que você tenha um pouco de paz, para que você aproveite sua vida, você já sofreu demais, não só por minha culpa, meu pai tem sua parte de culpa também.

- É, seu pai, enfim, não acho que devemos falar dele, ele é um mundo paralelo da minha vida hoje.

Eu sorri e abracei minha mãe. Eu sabia que agora ela era uma mulher estabilizada, tanto na vida financeira, quanto na vida amorosa, hoje os dias eram flores, mas meu pai fugiu com a amante e nos deixou na pior, lembro de que eu e minha mãe passamos fome porque ela não conseguia um emprego, era engraçado como ela agora era uma das juízas mais renomadas do país.

- Mas olha, não vamos falar das coisas ruins, eu preciso agradecer você, porque apesar de tudo, se não tivesse aprontado tanto eu não teria conhecido Cris.

Eu sorri.

- Destino!

Disse ainda sorrindo.

- Bem mãe, se não se importa, amanhã é o meu novo dia de trabalho e eu quero muito não me atrasar.

- Claro filha, eu vou dormir também porque amanhã preciso sair com o Cris cedo, nós iremos fazer uma degustação para o buffet do casamento.

Minha mãe me deu um beijo.

- Boa noite filha.

- Boa noite mãe.

Minha mãe saiu do meu quarto e fechou a porta, eu, cai na cama em busca do sono.

Acordei no dia seguinte cedo, quando meu telefone despertou eu abri os olhos, me levantei da cama ainda com a alma nela, mas para resgatar eu corri para o banheiro, liguei o chuveiro e medi a temperatura da água com a mão, ao sentir que estava na temperatura ideal para mim eu entrei, a água caiu sob meu corpo e eu fiquei alguns minutos sentindo ela cair sob mim, fechei meus olhos e tudo o que via era a figura de Dom em minha frente, conclui de que estava apaixonada, eu só conseguia pensar nele e sabia que seria um pouco difícil me concentrar no trabalho por causa da sua presença, mas eu tentaria ao máximo. Eu lavei meus cabelos, meu corpo e ao terminar escovei os dentes, me olhei através do espelho e em meus olhos havia algumas olheiras que eu não consegui sanar depois de ficar com Dom, passei uma maquiagem para disfarçá-las e depois vesti uma roupa um pouco mais social para o trabalho. Minha mãe bateu na porta e anunciou que era ela com um bom dia, eu voltei para meu quarto e olhei para ela.

- E aí? O que achou?

- Achei que está ótimo para o trabalho filha, muito profissional o seu visual.

- Ótimo, é o que eu buscava.

- Eu preparei uma mesa de café para nós.

Meu telefone apitou e eu fui ver quem era.

“Bom dia meu pequeno anjo, estou aqui fora, esperando você terminar de se arrumar, você está linda.”

Eu olhei para minha janela e avistei o carro de Dom.

- Se importa se tivermos companhia?

- Companhia?

- Dom veio me buscar, está ali fora, havíamos combinado de irmos juntos para empresa, ele quer me dar um treinamento básico, já que semana passada eu tive um treinamento mais afundo ele achou melhor me acompanhar para passar algumas informações melhores sobre sua visão para meu trabalho, afinal, eu vou trabalhar pra ele.

- Que ótimo, então vou preparar mais uma xícara, convide ele para entrar.

Mandei uma mensagem para Dom informando que ele entraria para o café, vi quando ele desceu do seu carro e foi até a porta, eu desci correndo para recepcionar ele.

- Bom dia chefe.

- Bom dia Alice, obrigado pelo convite do café.

- Imagina, entre por gentileza.

- Claro.

Dom passou por mim, com seu perfume exalando, ele foi até a mesa e se sentou.

- Bom dia Dom.

- Bom dia tia Célia, como vai?

- Bem, animada com o primeiro dia da Alice.

- Eu também.

Nós nos sentamos todos a mesa e depois de nós Cris chegou se juntando a mesa também, foi um café de manhã em família e mesmo um pouco apressada, eu adorei dividir aquele momento com minha mãe.

- Bem mãe, Dom e eu vamos nessa, não quero tirar proveito porque sou da família, por isso precisamos ir.

- Alice tem razão tia Célia, obrigado pelo café, estava maravilhoso.

- Ah querido, eu fico feliz que tenha tido oportunidade de nos encontrar aqui, já que sempre nos vemos na casa de Cris, fique á vontade para me visitar mais vezes, já que logo nos mudaremos, não é Alice?

- Claro, será sempre um prazer em lhe receber.

Dom sorriu para minha mãe, sem mostrar seus dentes.

- Vou nessa tio Cris, se precisarem de algo é só me ligarem, tenham um bom dia.

Dom e eu nos despedimos, andamos para fora de casa e quando entramos no carro coloquei minha aliança.

- Você não estava usando-a? Porque?!

Peguei a mão de Dom e coloquei nossos dedos lado a lado.

- Você queria que minha mãe notasse a semelhança?

- Tem razão, fiquei chateado quando a vi sem.

- É o único local que não usarei por enquanto, não se preocupe.

Dom sorriu.

- Bom dia Rudolf, como você está?

- Bom dia senhorita Alice, estou muito bem hoje e você?

- Estou bem, obrigado por perguntar.

- Rudolf, para a empresa por gentileza.

Disse Dom.

- Sim senhor, senhor Buradak.

Eu aproveitei esse pequeno tempo e dei uns amassos em meu namorado, era difícil segurar o desejo quando estávamos perto e eu tinha que aproveitar aquele momento, já que em instantes nos trataríamos como patrão e funcionária, para minha sorte o caminho era um pouco longo, então deu para matar a saudades que estava de Dom.

COMO SÓ VOCÊ SABEOnde histórias criam vida. Descubra agora