Não quero ser Princesa

11

Como o mundo está mudando, como diz a diretora. Ela pediu para que todos os alunos andem pela cidade, pedindo para que olhássemos os "horizontes do mundo", voltando no máximo as 17:00 ou as 18:30 horas.

Quando fui junto com Dave, acabo encontrando os irmãos que me ensinaram a andar de patins (agora que me dei conta, não sei como eles se chamam), fico surpresa por eles conhecerem Dave, de quando eles eram crianças de 10 anos.

– Desculpa, mas, eu ainda não sei o nome de vocês.

– Maria e Mario.

– Então vocês já conhecem a Penne? De onde? – pergunta Dave super curioso.

– Ensinamos ela a andar de patins na pista! – diz a Maria – Mas não sabemos da onde ela surgiu, mesmo com o Mario perguntando, ela não explicou direito.

– Há, não? – eu pensava que avia contado.

– Não.

– Vim do mesmo lugar que Dave, de um internato.

– Dave, sua mãe ainda está na cidade! – de repente Mario muda de assunto.

Ao ouvir isso, Dave ficou de boca aberta. Ao mesmo tempo, ele parece estar feliz, tenso e até mesmo nervoso. Não consigo identificar, não sei... Me lembro de quando eu toquei nesse assunto...

– Agente pode passar lá! – diz Mario a Dave – Se quiser.

– Depois de andarmos um pouco de patins! – diz Dave se virando pra mim – Você já sabe né Penne?

– Sei sim. 

Calçamos os patins e começamos a andar de um lado para o outro, com, de vez em quando os irmãos fazendo algumas "manobras", até mesmo Dave fazia algumas que parecia fáceis, eu acabei tentando também, mas cai em todas as tentativas. Mas, continuava sendo tão divertido, é como se eu estivesse voando.

Depois de andarmos (o que não demorou muito por minhas quedas, mas eu estou bem) de patins, Mario nos levou para a casa onde a mãe de Dave mora. Os irmãos ainda usavam os patins (diferente de mim e Dave) mas acabo focando mais em Dave, que anda devagar. Acho que ele está é um pouco nervo, isso sim.  

– Dave... – começo o fazendo olhar para mim – Á quanto tempo, a sua mãe foi embora?

 – Vai fazer 4 anos.

– Já estamos chegando! – anunciou Mario para nós.

Dave parece feliz, mas, preocupado ao mesmo tempo. Ele havia completado 17 anos, antes de se juntar ao internato, então, meio que a mãe dele saiu de sua vida quando ele tinha uns 13 anos. Talvez ela nem se lembre de como ele é, ou, ele não se lembre dela.

Pelo visto já havíamos chegado, pois os irmãos (que estavam a nossa frente) pararam, e Mario foi até uma casa, e bateu na porta. E Maria, começou a empurrar Dave em direção da porta.

– Olá? – uma mulher loira de olhos verdes, passou pela porta, após abri-la – Mario, Maria, quanto tempo!? – repara ela nos irmãos.

– Sra. Mires, quanto tempo mesmo!

– Temos uma surpresa pra senhora!

– Sério... nossa... o que é?

Dave está meio triste – consigo ver em seu rosto –, acho que é por que, sua mãe não se lembra dele. Está muito quieto, mas do que fica quando brica com Mili. Está assim, como se, estivesse com medo de algo.

Maria vai até a sra. Mires e aponta para Dave, fazendo com que a sra. Mires vá até ele, com uma cara de dúvida e reconhecimento. Ela parece estranha-lo, como se não tivesse entendido o que Maria queria dizer; mas logo: