Lírios do Amor

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O menino vinha em sua direção, e Ailsa ainda estava muito nervosa, porém continuava ajudando a senhora idosa a escolher algumas flores. Até que ela sente alguém cutucando suas costas, olha para trás e vê o menino.

Os dois ficaram em choque. Ele não sabia que ela trabalhava na floricultura, e ela não tinha certeza absoluta se era realmente ele.

- Então quer dizer que, além de cantora, você também é florista? - indagou o menino.

- Sim, na verdade, eu sou a dona da floricultura - respondeu a menina com as bochechas avermelhadas.

- Então é de você mesmo que eu preciso! - afirmou o menino. - Estou tentando encontrar alguma flor para minha mãe. Será que pode me ajudar?

Ailsa concordou, terminou de ajudar a senhorinha e logo foi ajudar o menino.

- Antes de tudo, qual é o seu nome? - perguntou a menina.

- Meu nome é Ewan - disse ele. - E qual é seu nome, cantora e florista?

- É Ailsa - a menina disse enquanto dava um leve sorriso.

Ewan concordou com a cabeça, mas no fundo, ele não sabia como pronunciar o nome daquela menina.

- Então, sabe qual flor sua mãe gosta? - perguntou Ailsa

- Pra ser sincero, eu não sei, mas queria algo que simbolizasse paz ou alguma coisa ligada a isso. - disse o menino

- Tem uma flor que é a minha favorita, o nome dela é lírio. Os romanos, que eram grandes amantes de perfumes, também consideravam a flor do lírio tão nobre quanto a rosa. Atraídos pela sua doce fragrância, eles a associavam à pureza, inocência e purificação espiritual. - falou a menina toda entusiasmada.

- Então será essa que eu irei levar - o menino abre um sorrio de canto - porém tem como você fazer um buque de lírios

A menina concorda com a cabeça, porém fica até assustada, não era fácil se vender uma flor de primeira para algum cliente. Ela então faz um buque cheio de belos lírios e entregue para Ewan.

- Espero que podemos nos ver mais vezes florista - fala o menino pegando o buque de sua mão.

- Com certeza iremos nos encontrar em algum lugar - diz Ailsa.

O menino vai em direção a porta da floricultura, dá um tchau para Ailsa e saí da floricultura.

Ewan vai andando perto das casas, ele odiava ver as pessoas vivendo naquelas condições, ele queria poder mudar alguma coisa para ajudar elas, mas não tinha permissão de fazer nada.

Ele adentra um beco onde havia um homem e uma carruagem.

- Já estava na hora, né Ewan? Todo dia tenho que te encobrir com suas escapadas esquecidas do palácio, e eu morro de medo de ficar nessa camada - diz o homem.

- Eu entendi, Ravi. Na próxima vez, não precisa vir comigo - o jovem responde enquanto ele e seu amigo entram na carruagem.

-Essas roupas são horrorosas. Você não pode ficar vindo todas as noites aqui nesse bar, com trajes de gente comum só para ver aquela menina cantar. Ela é apenas uma garota qualquer, e além disso, sua mãe já está querendo encontrar uma noiva para você - Ravi diz seriamente.

- Mas você nunca a viu cantar. Sua voz é mais agradável do que a de qualquer pessoa cantando no palácio. Sua pele é radiante, e aquele sorriso é incrível, o mais incrível que eu já vi em toda a Escócia - fala Ewan olhando para as flores.

Ravi faz uma expressão de nojo e belisca o amigo.

- Pare de ficar todo apaixonadinho. É impossível vocês dois ficarem juntos, vocês são de classes diferentes. E esqueceu do que eu falei, sua mãe quer arranjar uma NOIVA para você - o menino diz, irritado com o amigo.

- Minha mãe pode fazer o que for para eu me casar com alguém só por dinheiro ou poder, mas eu irei me casar com alguém por amor e não por isso - responde Ewan.

Os dois passaram a viagem inteira conversando, até que Ravi acabou pegando no sono e começou a dormir, emitindo roncos na carruagem que balançava sem parar. Enquanto isso, Ewan olhava para um vidro e só conseguia pensar em como seria seu futuro. Seus pais colocavam muita pressão sobre ele, e seu pai chegava até a agredi-lo por conta disso. Sua mãe estava ficando doente, confinada à cama, e seu irmão não gostava muito dele, pois desejava ser o rei em vez de seu irmão. A família era uma verdadeira bagunça, parecia que todos o desprezavam, exceto sua mãe.

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A carruagem parou em uma rotatória ao lado do castelo, onde uma fonte esplêndida, repleta de flores amarelas e rosas, ocupava o centro. Um guarda prontamente abriu a porta da carruagem, surpreendendo Ravi, que acordou assustado. Os dois saíram e foram diretamente ao castelo.

O local era deslumbrante, paredes com tons de vermelho e amarelo no interior, com carpetes vermelhos estendendo-se por todos os cantos. Além disso, o castelo era imenso, destacando-se por uma magnífica escadaria no centro. Ravi e Ewan subiram as escadas em silêncio para evitar acordar qualquer pessoa na residência. Ravi despediu-se do amigo e dirigiu-se ao quarto do Duque, que era o seu quarto, enquanto Ewan foi para seu quarto tomar um banho.

Ao sair do banheiro, deparou-se com uma mulher em seu quarto, deitada em sua cama, vestida em cetim. Ele ficou desesperado, pois quando chegou ao quarto, não havia ninguém, e ele estava apenas com uma toalha na parte inferior.

- Que surpresa te ver novamente, Príncipe Ewan da Escócia - disse a mulher, estendida em sua cama.

- Não fico feliz com sua presença, Katarina. Já disse que não quero mais vê-la aqui - respondeu o rapaz, visivelmente nervoso.

- Mesmo que você diga isso, eu sempre voltarei para você - retrucou a mulher.

Foi então que Ravi lembrou-se de uma informação crucial que havia ouvido na camada mais baixa. Ele entrou rapidamente no quarto do amigo e deparou-se com a cena, começando a imaginar algo completamente diferente em sua mente.