Lírios do Amor

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Ravi ficou ali, parado em choque, depois de ver aquela cena. Não sabia o que pensar; o amigo e a mulher estavam olhando para ele. Até que Ewan o puxou pelo braço e saiu do quarto, batendo a porta com força.

- Cara, o que foi isso? O que estava acontecendo? Eu não ouvi barulho nenhum, ainda bem - disse o amigo, um pouco confuso e aliviado.

- Não foi nada disso, Ravi. Para de pensar besteira. Ela é uma mulher que eu pagava para passar algumas noites comigo quando eu não estava bem - Ewan falou em tom baixo.

- O quê? Uma mulher que você pagava? Quer dizer, uma prostituta? - Ravi falou em tom alto.

- Fala baixo, menino. Mas sim, é tipo uma prostituta - o amigo disse em voz baixa.

Ravi ficou boquiaberto por um longo tempo. O amigo o levou para o quarto e disse a ele.

- Fica aí e não vai mais para o meu quarto. Preciso tirar ela de lá - Ewan disse um pouco nervoso e fechou a porta na cara do amigo.

Ele voltou para seu quarto, e a mulher estava do mesmo jeito.

- Sei que você ainda precisa de mim, Ewan. Você sempre soube que pode contar comigo, e meu serviço sempre estará disponível para o meu querido Príncipe - falou a mulher, sentando-se na cama.

- Olha, Katarina, eu nunca mais vou precisar de qualquer serviço seu ou algo do tipo. Só quero que você vá embora e me deixe em paz. Se não, vou chamar os meus guardas, e isso não estará sob o meu controle - disse o menino calmamente enquanto colocava sua blusa.

Logo, a mulher saiu da cama e foi em direção à porta. O que mais a assustava era o fato de Ewan nunca ficar nervoso e sempre falar algo com tranquilidade, por pior que seja a situação. Quando abriu a porta do quarto, lá estava Ravi, ouvindo tudo através de um copo que colocava na parede. A mulher saiu correndo do quarto, e o amigo lhe lançou um olhar fulminante.

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Ailsa estava toda feliz, contando para Nessa que finalmente tinha encontrado o menino do bar.

- Ele foi gentil, e conversamos um pouco sobre a mãe dele. Parece que ela não está nada bem, então ele veio comprar algumas flores para ela e escolheu o lírio, que é uma das flores mais lindas - disse Ailsa, toda encantada, imaginando um turbilhão de coisas em sua cabeça.

- Achei bem fofo da parte dele. Só te digo uma coisa, não fique apegada a alguém que você mal conhece, amiga. Lembre-se de que as atitudes valem mais do que a aparência - Nessa dizia preocupada com sua amiga.

- Fica tranquila, Nessa. Nós só conversamos por um tempo, e provavelmente não iremos nos encontrar de novo - a amiga falou.

Nessa a beliscou e lembrou-a:

- Esqueceu que esse menino é seu stalker - disse a amiga, dando risada.

As duas deram risada e foram para suas camas dormir. No entanto, Nessa estava preocupada com sua amiga, tinha medo de que ela se frustrasse com o menino ou que ele a magoasse. Assim, a noite inteira, Nessa ficou pensando na amiga. Por outro lado, Ailsa só pensava em quão bonito Ewan era.

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Logo pela manhã as duas meninas tinham acabado de acordar, Ailsa sentou em sua cama e seu cabelo estava todo armado, já Nessa estava acordando com seus cabelos lisos e um pouco ondulado nas pontas.

- Como você consegue acordar com o cabelo impecável, o meu está igual de um leão - Ailsa fala um pouco sonolenta.

- Nem me pergunte, eu não faço a mínima ideia - dizia Nessa

As duas logo se levantaram da cama e foram arrumar a casa. Como de costume, Ailsa cuidou da floricultura logo pela manhã, e Nessa deu uma volta pela cidade. Novamente, havia muitos clientes em sua loja, mas nada de Ewan.

A menina já estava perdendo as esperanças de vê-lo novamente, até que avistou um jovem moreno entrando na loja. Ninguém o conhecia, e ele parecia bastante assustado. Ailsa, então, dirigiu-se a ele.

- Olá, boa tarde. Está tudo bem? Precisa de alguma ajuda? - disse Ailsa, colocando suas mãos para trás.

- Olá, tudo encontra-se bem, agradeço por indagar. Seria de meu interesse entregar-lhe esta correspondência destinada à Senhorita Ailsa. Poderia me informar-me acerca de sua localização? - perguntou o homem

- Eu sou a Ailsa, mas quem me entregou está carta? Normalmente nunca recebo cartas - a menina se questiona 

- O Senhor Ewan, ou melhor, Ewan, expressou o desejo de entregar-lhe este objeto pessoalmente. No entanto, lamentavelmente, não pôde comparecer pessoalmente. - o homem dizia 

O homem entrega a carta, e ela a abre imediatamente, ansiosa. O que mais a intriga é o fato de o homem se expressar de maneira totalmente formal. Na maioria das pessoas da camada em que ela vive, a habilidade de ler e escrever é escassa, e falar de forma tão elaborada é raro. No entanto, ela opta por deixar esse detalhe de lado e concentra-se na leitura da carta.

Ailsa não sabia o que dizer, ficou boquiaberta por um momento. Quando voltou a olhar para frente, percebeu que o homem que estava diante dela havia desaparecido. Ela olhou para os lados e não viu mais ninguém. Um tanto quanto estranho, ela guardou a carta em seu macacão de trabalho e retomou suas atividades.

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Ravi vinha correndo, subindo as escadas e tirando suas roupas. Ewan, que estava na frente da escada, conversando com os soldados, ficou olhando assustado para o amigo. Logo, Ravi o puxou pelo braço e o levou para o quarto correndo, fechando a porta.

- Nunca mais me diga para ir à camada mais baixa, aquele lugar é nojento - Ravi dizia enquanto tirava suas roupas.

- Ninguém disse que era para você ouvir a conversa dos outros atrás da porta. Não te deram educação? - perguntou o menino nervoso.

- Ah, que seja. Pelo menos consegui entregar a carta que você pediu para sua amada, e parece que ela ficou ansiosa e feliz com a carta - o menino dizia.

Ewan ficou feliz com a notícia, e agora a única coisa que ele tinha que fazer era aguardar a resposta da carta de Ailsa e esperar o momento de se encontrarem.