Querido...

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Continuando...

Mond ficou bastante apreensivo com a resposta fria de Yoyo. Os dois estavam enxarcados, então Masao sugeriu que eles tirassem as roupas, pois poderiam ficar doentes, afinal a noite estava fria, ele deu seu terno a Yoyo e a camisa ao Mond, ficou com uma camiseta que usava por baixo de tudo, percebeu que o clima estava estranho entre os dois, mas ao perguntar, eles não quiseram responder, então os deixou em casa e lá fora ligou para Hoon.

— Senhor Hoon, aconteceu alguma coisa na festa da escola.

— Os meninos estão bem?

— Fisicamente sim, mas eles estavam molhados dos pés a cabeça e não me responderam quando perguntei o que houve,  Tem alguma errada. Yongha estava quieto e Mond estava quase chorando.

— De manhã eu falo com eles, não posso sair agora, só fique de olho neles para mim, Yoyo gosta de provocar e Mond entra na pilha com facilidade, eles vivem se bicando, vão acabar casando!

— Tudo bem...— Masao riu ao responder.

Masao é segurança do Hoon há muitos anos e ficou de olho na movimentação dos meninos. Yoyo tomou banho no banheiro do quarto do Zhan, se trocou e ficou por lá, Mond chorou durante o banho, ele estava se apaixonando, como ele ia voltar atrás com seus sentimentos? já não conseguia ficar um dia sem conversar com o menino e, entender que Yongha era diferente das outras pessoas num nível até perigoso o machucou bastante, ficou bem triste por entender porquê Yoyo quis tanto manter a distância, sabia bem que era provável que tudo que Yongha fez até agora foi para o envolver e que por mais que desse amor a ele, o menino não retribuiria da mesma forma.

— Yoyo, tá dormindo?

— Estou, vá embora...

— Yoyo...não consigo dormir sem você lá...

— Pois passe a conseguir,  apartir de hoje, quero que fique longe de mim, é para o seu bem Mond.

— Yoyo, só vem...eu não me importo com quem você é. — Mond falou um pouco inseguro e a resposta de Yoyo o deixou tentado a voltar imediatamente para o seu quarto. Yoyo se mantinha virado de costas para Mond, mas se virou para ele para responder.

— Não, você está inseguro e com medo disso que sou, não sabe se te manipulei para estar caídinho por mim. — Mond segurou o choro, pois Yoyo não demonstrava o mínimo de empatia ao dizer tais palavras.

— Yoyo...você se arriscou por Zhan, isso não mostra que sente algo por seu irmão? — Mond sentou na cama olhando nos olhos dele.

— Quer a verdade ou prefere que eu continue jogando com você até quebrar seu coração com atitudes que não controlo? — Mond respirou fundo e deixou as primeiras lágrimas caírem, mas quis continuar a conversa.

— Quero a verdade, toda ela...

— Eu preciso dele, Zhan me põe nos trilhos se não fosse por ele eu estaria na ala psiquiatra agora, internado com criaturas como eu, meu transtorno  não é moderado é grave, isso  quer dizer que não estou sentindo nada ao te ver chorar na minha frente por exemplo. — Mond até tentou parar de chorar, mas aquilo estava doendo, saber que Yoyo não tinha empatia alguma o machucou e muito.

— O que aconteceu com Sun? Você não pode amar, então é óbvio que era o contrário...— A voz dele saiu embargada pelo choro.

— Na verdade eu amava tê-lo em minhas mãos, disposto a aceitar tudo o que eu ordenava, amava quando largava tudo para ir atrás de mim, ele me amava tanto que morreu por isso, eu conto a versão que me convém contar, eu sou um monstro e a mãe dele tem razão de me odiar. Sun não morreu para me salvar, há quase dois anos não tentei suicídio, eu envolvi Sun num jogo de escravidão psicológica, então um dia eu terminei com ele, porque meu psiquiatra disse que eu não podia aprisionar as pessoas a mim... Que eu devia deixar ele viver sua vida longe da minha abrasividade, porque minha toxidade é como um disparo certeiro,  sou como um frasco de veneno e uma única gota é letal.  Sun se jogou na frente de um caminhão porque eu o fiz acreditar que ele não podia viver sem mim.

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