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| taína gonçalves fernandes |

Quando entrei no carro do André pra voltarmos pra casa já passava das quatro da manhã.

Cada parte do meu corpo doía, e eu ainda estava bêbada pra caralho.

Eu estava no banco da frente com André e atrás vinham Amanda e Lucas, que não paravam de se pegar.

Já tinha visto umas três mensagens do pai do Miguel pra mim me perguntando da Amanda, pois por mim ele ia morrer sem saber nada da minha prima.

Olho para André que dirigia com uma mão no volante e mordi os lábios involuntariamente. Que loiro gostoso. Vai se foder.

Ele pisa no acelerador chegando a 100km por hora, como gostava de fazer graça.

— Vai devagar — digo e ele sorri, acelerando mais.

Lucas do banco de trás gargalha.
— Mete marcha porra!!! — ele diz sendo repreendido por Amanda.

— Porra, André. Diminui isso aí — peço, sabia que ele já tinha bebido um pouco e também que ele gostava de fazer graça na estrada.

Ele me olha e diminui levemente a velocidade, colocando uma mão na minha perna.

Como o querido achava que tava na fórmula um chegamos super rápido na fazendo dos Lacerda e já tinha música tocando.

Os meninos comentaram de um after mas não achei que era sério.

Descemos do carro e um funk mineiro tocava no talo.
Mayara, que já usava uma roupa diferente da do show tinha uma garrafa de tequila em baixo do braço e dançava até o chão com Júnior atrás dela.

Sorri com a imagem, é, se eu estava planejando ficar sóbria não ia rolar.

— Vou trocar de roupa — disse e André colocou as mãos na minha cintura, me seguindo.

— Vou com você — ele sussurrou. Sabia que ele já tava meio alto também. Sorri pra ele que me pressionou mais contra ele.

Subimos juntos a escada ainda aos tropeços e aos risos.
Consegui abrir a porta do quarto de hóspedes com dificuldade e ele se jogou na cama onde estavam minhas coisas.

— Porra, tô bêbado — ele sussurrou com as mãos na cara.

— Também tô — concordei rindo, achando aquela situação muito engraçada.

Talvez pela quantidade de álcool no meu sangue ou só pela minha vontade de provocar o André comecei a me trocar ali no meio do quarto.

Assim que desabotoei os botões da minha saia curta de couro os olhos claros deles ficaram escuros ao olhar pra mim.
Ele sorriu de lado balançando a cabeça negativamente, se sentando na cama.

Tirei minha blusa decotada revelando o conjunto preto de lingerie que eu usava e olhei pro loiro enquanto procurava uma roupa na mochila que tinha trago.

— Vem aqui, vem — pediu com os lábios rosados, a voz arranhando de tão rouca. As mãos no colo. Minha barriga ganhou um frio incomum. Porra, isso ia acontecer?

Mas eu queria, não queria?
Sim, eu definitivamente queria muito!

Mas será que era assim que eu queria perder minha virgindade?
No final de uma festa e bêbada?

Olhei para André que entendeu que não íamos transar e tentou esconder a frustração, indo pro banheiro.

Coloquei um shorts jeans e um cropped rosa, e nesse tempo andré saiu do banheiro sem camisa.

— Você é cão, Tainá — ele brincou, colocando os dedos na minha nuca — Fiquei duro pra caralho — sussurrou, com os dedos no meu ouvido.
Sorri em resposta, gostando de como o deixava.

Deixei um beijo em sua nuca mordendo-a de leve e ele apertou minha cintura com força, provavelmente deixando alguma marca.
— Você é virgem? — me perguntou de supetão, não esperava mesmo. Não tinha um tom de julgamento, só parecia curioso.

A questão da minha virgindade não era um complexo pra mim.
Eu só nunca sai dessa cidadezinha e aqui ninguém nunca me chamou atenção o suficiente ou me deu vontade de transar.
Até agora.

Odiava admitir que em tão pouco tempo o André tinha causado tudo isso na minha vida. Tesão é uma porra mesmo.

André percebe minha hesitação em responder e entende a resposta.

— Caralho, Tainá — sussurrou ele, em resposta. Ainda olhando pra mim — Como? — perguntou ele e foi impossível não rir, dei de ombros.

— Sei lá, nunca fiquei com ninguém que me deu vontade o suficiente pra transar — fui sincera.

Nunca? — perguntou e eu sorri. Nunca até agora né.

Não respondi sua pergunta ele riu, me abraçando.

— Ê morena, cê vai me enlouquecer — sussurrou enquanto nos abraçávamos, dando um beijo na minha cabeça.

———

ENFEITIÇADO Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora