Capítulo 7

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Pensei rápido e joguei um travesseiro no Dylan, fazendo-o parar de olhar a cena. Brenda me puxou e me colocou na frente dela, tampando a visão de Dylan.
— Dylan, sai daqui. – Falei.
— Uau. – Foi só o que ele disse, voltando a olhar para Brenda.
— Uau nada, sai. – Gritei e joguei outro travesseiro nele. Dylan percebeu que
eu não estava brincando e foi saindo lentamente, olhando para Brenda e
sorrindo.
Levantei, peguei a blusa de Brenda no chão e entreguei a ela.
— Se ele contar pra minha mãe, eu com certeza vou ficar de castigo, mas
dessa vez de verdade.
— Ele não vai contar. – Brenda sorriu. — Mas porque você disse que dessa
vez vai ficar de castigo de verdade?
— É que aconteceu uma coisa ontem, é uma longa história.
Brenda vestiu a blusa.
— Acho melhor eu ir embora, outro dia você me apresenta o meu cunhadinho.
– Brenda sorriu.
Dylan estava no sofá quando passamos, ele logo espichou os olhos para
Brenda. Ela deu uma piscadinha e depois deu tchau para o Dylan e ele ficou todo sem jeito e bem vermelho.
Levei Brenda até o elevador e nos despedimos com um beijo.
Voltei e me sentei no outro sofá, olhando para o Dylan.
— Você não vai contar pra mamãe não, né? – Perguntei.
— Não vou contar. – Ele me olhou e eu esperei ele falar mais. — Não devia ser
a outra? A do restaurante?
— Devia... Mas ela não quer saber de mim. – Fiz careta.
— Mas se fosse eu, iria atrás dela. Não arranjaria outra. – Pode uma coisa dessas? Recebendo conselho de um garoto de onze anos.
— É, eu sei. Foi errado o que eu fiz.
— Mas você vai atrás da mulher do restaurante? – Dylan perguntou. — Ela é mais bonita. – Ri do seu comentário.
— Ela é muito linda mesmo. Eu vou tentar falar com ela novamente.
— Quando eu crescer, eu quero ter muitas mulheres assim como você tem. – Ri mais ainda. Desde quando eu tinha tantas mulheres assim?
— Tudo bem Homem Cueca, você vai ser o rei das mulheres. – Levantei, dei
um beijo nele e voltei para o quarto.
Na hora do jantar, minha mãe logo se manifestou.
— Eu soube que veio uma moça aqui em casa, Alex. Quem era? – O tom dela
era de suspeita.
— Era uma amiga da faculdade, mãe. A Brenda. – Mamãe me analisou por um
momento.
— Eu vi ela. – Dylan entrou na conversa sorrindo.
— Sei. E o que ela queria? – Mamãe perguntou.
— Ela veio fazer um trabalho da faculdade.
— Hum, pelo menos bate com o que a Maria disse.
Tentei não olhar para mamãe, ela sabe quando estamos mentindo.
Depois que jantamos e depois de toda a louça lavada, eu fui saindo da cozinha
quando minha mãe me chamou.
— Alex? – Olhei para ela e esperei. — O que exatamente essa moça veio fazer
aqui?
— Ela... Nós... Ela veio me ver e acabamos encontrando a Lígia no elevador, mas a Brenda falou que éramos namoradas e agora eu tenho certeza que a Lígia não vai querer falar comigo tão cedo. – Falei cabisbaixa.
— E porque você não desmentiu? Ou você e essa moça são mesmo...
— Não, não somos. A Brenda acha que é um ótimo plano pra deixar a Lígia
com ciúmes.
— Meu Deus, Alex. Você está se enrolando cada vez mais nessa história. – Mamãe disse pasma.
— Eu sei mãe, eu vou consertar as coisas.
— Ah é, como? – Agora ela parecia brava. — Transando com essa moça e
depois dizendo que gosta da tal da Lígia?
— Eu não ia tran...
— Não? E o que o Dylan viu foi um filme pornô?
— Aquele fedelho... – Mamãe sabia arrancar confissões como ninguém, ela
tinha muitas artimanhas. Eu nem culpava o Dylan, sabia que ele não ia
aguentar muito tempo sendo pressionado por ela, logo abriria a boca.
— Seu irmão fez certo em contar. – Ela continuava brava. — Alex, e se ele
tivesse visto alguma coisa?
— Que coisa? Ele não viu nada. – Falei aborrecida.
— Não? Ele me deu detalhes. – Olhei para mamãe.
— O que ele disse? – Perguntei.
— Ele disse que você estava com as mãos nos peitos dela. – Caí na risada. — Isso não tem graça, Alex. – Mamãe ralhou. — Acha que eu tomo tanto cuidado com a internet aqui em casa por quê? Por causa do Dylan. Se depender de mim, ele só vai saber como são os “peitos” de uma mulher depois dos dezoito anos, e não vendo ao vivo no seu quarto.
— Mas na verdade ele não viu nada, a Brenda ainda estava de sutiã. – Mamãe
arregalou os olhos. — Foi sem querer, mãe. Não preciso contar os detalhes
né? – Dei um sorriso sem graça. — Eu esqueci de trancar a porta, prometo que da próxima vez eu vou ser mais cuidadosa.
— Tá bom, Alex. – Mamãe suspirou.
Saí da cozinha e fui direto no quarto do Dylan, ele estava de costas para a porta brincando com uns carrinhos e não me viu entrar. Peguei um ursinho na prateleira e joguei na cabeça dele, fazendo o barulho de POF.
— Ai. – Ele passou a mão na cabeça e olhou para mim.
— Isso foi por você ter me dedurado pra mamãe. – Falei ameaçadoramente.
— Mas ela disse que se eu não contasse o que tinha visto, eu ia ficar dois anos
sem vídeo game. – Dylan já estava de pé e assustado, pronto para correr se eu o agarrasse.
— Ah é, e só por isso você me dedurou? O seu vídeo game é mais importante
do que guardar o segredo que eu pedi? – Dylan pensou um pouco e confirmou
com a cabeça. — Seu...
Tentei pegar Dylan, mas ele escapou e saiu correndo e gritando pela casa, fui atrás dele. Dylan trombou com a mamãe na sala, fazendo-o cair de bunda no chão, eu caí na gargalhada.
— Dylan, para de escândalo. – Mamãe brigou, enquanto passava a mão onde
Dylan tinha trombado nela.
— A Alex quer me bater, mãe. – Dylan levantou fazendo careta, o que me fez
rir mais ainda.
— Eu não fiz nada, só queria dar boa noite pra ele. – Falei em meio à risada.
— Mentira. – Dylan gritou.
— Alex, vai para o seu quarto. Deixa o Dylan em paz. – Mamãe suspirou. — Os
dois nessa idade e ainda brigando? Será possível isso?
Fui para o meu quarto me preparar para dormir, já que no dia seguinte eu teria aula.
Hoje, quarta feira, aula com a Lígia. Eu tenho que tentar falar com ela de qualquer jeito, mesmo se ela me tratar mal.
Só teríamos aula com ela no segundo horário. Aproveitei o intervalo e fui
até a sala dos professores para falar com ela. Pedi que a chamassem e fiquei
esperando. Lígia chegou na porta e seu sorriso sumiu na hora em que me viu.
— O que você quer? Não podia esperar para falar comigo na aula?
— Não, não podia. Podemos conversar? – Perguntei, fazendo a carinha do gato do Shrek. Lígia suspirou.
— Me espera só um minuto. – Ela entrou na sala dos professores novamente.
— Vamos. – Ela voltou e foi andando na frente enquanto eu aproveitava a bela
visão do seu bumbum naquela saia.
Fomos para o estacionamento, estava meio vazio.
— Diz. – Ela parecia impaciente.
— Olha, eu... – Tentei falar, mas não saiu nada. Tudo o que eu tinha ensaiado para falar, acabou sumindo da cabeça.
— Sua namorada sabe que você está aqui? – É claro que Lígia não ia perder
tempo em jogar isso na conversa.
— Ela e eu não...
— Não vem com mentiras, Alex. Eu vi vocês duas de mãos dadas ontem.
— E qual o problema se estávamos de mãos dadas? Isso não deveria te aborrecer, já que você tem marido, não é? – Me estourei.
— Você só queria brincar comigo desde o começo. Eu sabia... – Ela estava com a face triste, magoada. — Eu acertei naquele dia quando disse que você
gosta de levar as mulheres para a cama, usa e abusa e depois larga o resto.
Esse era o seu plano desde o começo, não é Alex? – Lígia passava a mão no cabelo, jogando-o para trás. Aquele gesto a deixava tão linda e sexy. — Você é uma...
Calei Lígia com um beijo. Dessa vez ela não mostrou resistência, parecia tão desesperada por um beijo meu como eu pelo dela. Encostei Lígia em um carro do estacionamento. Minhas mãos agarraram sua cintura enquanto as dela se enroscavam em meu pescoço. Lígia me mordia lentamente, chupava a minha língua e depois sorria, me deixando cada vez mais louca. Ela segurou o me cabelo com força, interrompendo o beijo e me fazendo olhá-la.
— Acha que isso muda alguma coisa? – Ela estava com a respiração
acelerada.
— Porque voltou pra ele? – Perguntei. Lígia não respondeu, voltou a me beijar.
Meu celular tocou, fazendo Lígia interromper o beijo. Olhei no visor e vi o número da Kimi.
— Não vai atender? – Lígia perguntou desconfiada. — É a sua namorada? –
Fiz uma careta e atendi.
— Eu já estou subindo. – Respondi o que Kimi falava no celular. Desliguei e
olhei para Lígia.
— E então, era a sua namoradinha? – Ela perguntou irônica.
— Não, era a Kimi. O intervalo já terminou há vinte minutos. – Falei com um sorriso. – E a professora, por acaso, está atrasada vinte minutos. – Lígia
arregalou os olhos e olhou o relógio.
— Ai meu Deus. Eu tenho que correr. – Ela foi saindo, mas a puxei para um
último beijo. — Hum... chega Alex. – Lígia me olhou. — Eu tenho que dar aula,
e você já para a sala, anda.
Lígia praticamente correu para a sala dos professores para pegar seu
material e eu subi para a sala. Ela estava até mais doce depois desse beijo,
será se havia mudado alguma coisa? Será se eu poderia ter esperanças
novamente? Talvez tivéssemos nos acertando no final das contas.
— Nossa Alex, onde você se meteu? – Kimi perguntou.
— Eu estava na secretaria resolvendo uns problemas.
— Você não perdeu nada para falar a verdade, a professora nem chegou ainda. – Caio comentou.
— É, a Lígia ainda não chegou. Por um acaso você não topou com ela por aí
não, né Alex? – Brenda falou com ironia.
— Talvez eu tenha visto ela de relance. – Encarei Brenda.
— Oxe, o que deu em vocês duas? – Kimi perguntou, olhando para Brenda e para mim.
— Nada Kimi. – Brenda respondeu friamente e virou para frente com a cara emburrada. Com certeza ela não acreditou no que eu falei de ter ido à
secretaria.
Lígia chegou depois de uns cinco minutos, fez a chamada e começou a
aula. Nossos olhares se encontravam direto enquanto ela explicava a matéria.
Depois que a aula terminou, o pessoal foi saindo da sala e dando tchau
para a Lígia.
— Alex, eu posso falar com você um minutinho? – Lígia perguntou, quando eu estava saindo da sala com Caio, Brenda e Kimi ao meu lado.
— Claro. – Me virei para os meninos. — Podem ir na frente.
Brenda me olhou com a cara fechada e saiu, nem esperou os meninos.
— Tchau Alex, tchau professora. – Kimi se despediu.
— Tchau Kimi. – Lígia falou educadamente.
Esperamos eles saírem da sala. Lígia foi até a porta e a fechou.
— O que você quer comigo, Alex? – Não achei que ela perguntaria isso.
— Eu quero você, é tão difícil de ver? – Me aproximei dela e segurei sua cintura. — Eu nunca brinquei com você.
— E a sua namoradinha? – Lígia não me afastou.
— Ela não é minha namorada. Nós ficamos duas vezes e só. – Puxei Lígia
para mais perto e ela colocou seus braços ao redor do meu pescoço. Quem visse, ia dizer que já éramos namoradas.
— E porque ela falou aquilo? – Ela me analisava.
— Ela achou que ia ser legal falar aquilo. Esquece essa história, vai? – Pedi,
fazendo carinho em seu rosto. — Vamos ficar em paz? Sem brigas? – Mordi o
queixo dela e passei a beijar o seu pescoço, Lígia fechou os olhos e suspirou.
— Você me enlouquece, sabia? – Ela falou com a voz rouca.
— Não. – Encarei seus olhos. — Me mostra, o tanto que eu te enlouqueço.
Lígia não se fez de rogada, me beijou com vontade, como se fosse o último beijo que me daria. Minha mão direita pousou no seu bumbum e eu o apertei. Lígia suspirou novamente.
Empurrei Lígia delicadamente até a mesa do professor e fiz com que ela
sentasse. Ergui sua saia e coloquei a mão em seu sexo por cima da calcinha,
Lígia já estava totalmente excitada. Segurava meu cabelo com força e gemia enquanto eu beijava seu pescoço. Afastei a calcinha dela e passei a estimular
seu clítoris, Lígia arranhava as minhas costas com suas unhas grandes. Voltei
a beijá-la. Ela estava tão molhada, o que facilitou a entrada dos meus dois
dedos dentro dela.
— Alex... – Ela me beijava, tentando abafar os gemidos.
Meu Deus, que mulher é essa? Eu estava no céu. Aumentei o ritmo das estocadas e senti Lígia estremecendo em meus braços tendo um orgasmo.
Retirei meus dedos dela lentamente e os lambi, Lígia gemeu quando viu a cena.
Naquela hora eu nem lembrava que ainda estávamos na sala da faculdade. Sei que fomos imprudentes, alguém poderia ter visto e não ia ser
nada bom.
Escutamos o celular dela tocando, Lígia levantou da mesa, arrumou a roupa e foi atender.
— Alô! – Ela esperou um momento e respondeu. — Eu... Eu já estou descendo Júlio. – Lígia desligou o celular e foi arrumar seu material, sem olhar para mim.
Aquele idiota do Júlio conseguiu estragar o breve momento que tivemos, e por incrível que pareça, um momento sem brigas.
— Eu sei que você gosta de mim. – Falei, tentando acabar com aquele silêncio
mortal.
— Alex...
— Porque você não termina com ele? O que mais eu preciso fazer pra ter você?
— Eu preciso ir. – Lígia saiu apressada e me deixou sozinha na sala.
Saí da sala também, andando devagar. Por um lado eu ficava triste porque ainda tinha a sensação de que a Lígia não se separaria do Júlio, mas por outro lado, eu estava radiante de ter tido aquela mulher só para mim, mesmo que tivesse sido por meia horinha.

Entre o Céu e o InfernoWhere stories live. Discover now