.10

26 6 3
                                    

Me sinto um violão sem corda
Outra hora me toca, outra mal sinto
Te olho e recinto
Resisto a vontade de fugir
De você, pra você
De me afogar e apagar minha mera existência
Por mais que me passe pela cabeça não digo
Não gasto saliva e nem tempo para além de beijar você
Sentimentos efêmeros, você diz que quer ser imortal
Eu digo que quero morrer
Você diz que tem medo do que vem após o fim
Rebato com um sorriso de dez mil más intenções
"Te conto quando descobrir"

Me sinto uma chave sem porta
Uma panela sem tampa
Um anjo sem asas
Uma corda sem nó, um nó sem seu suicída
Eu sou um

Sou um romântico incurável pena que tudo o que sinto me mata
Regurgito palavras sob a folha
Sobre você
Escrevo e escrevo, poemas e lindas palavras que você jamais lera
Recito poesias pensando em você
Lhe desenho para te eternizar além do meu coração

Ter seus lábios é como provar do mais doce veneno

E eu os provo com gosto e devoção

Provar do pecado que nós condena
Luxúria
Vejo nos seus olhos castanhos
Meu fim, meu bem aventurança
Como Beatriz, me guie pelo inferno
Como um demônio,
Me atormenta
Sussurra mil pecados ao pé do meu ouvido enquanto estamos rodiados de amigos
A sós
Invade minha boca
Explora meu corpo
Por debaixo da camisa
Me aperta, me degusta
Suprime um gemido na curva do meu pescoço
Enquanto riu
"Se controle, não estamos a sós"

Então se afasta, canalha
A falta de seu calor arde
"Não me peça controle enquanto está por perto"
Me apoio na grade a procura do ar que me roubou
"Porque?"
Doce risada
"Por que você é meu descontrole"
Me olha faminto
Eu vou sentir falta disso
Olho sobre os ombros, a câmera é a única que nós observa
Pouco me importo com ela quando sua boca explora meu pescoço
Deixando famintas marcas

Me pega no colo, o faz com maestria
Sem esforço
Como se eu pesa-se menos que nada
Sou vazia por dentro, não vê?
Então, me prensa contra a parede mais próxima
Pouco importa se formos pegos
Se nós descobrirem
Se as suspeitas passarem a ser um fato
Uma verdade inegável, seremos pra sempre amantes
Você é pura emoção, eu racionalidade
Você é sincero enquanto me afogo em mentiras
Bem me quer, mal me quer, bem te quero, mal te quero....
Porra, como quero nós

Poetisa Do CaosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora