A Mulher Misteriosa

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Leandro sentou-se na cadeira do bar e pediu dois copos de cerveja, como fazia quase toda noite

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Leandro sentou-se na cadeira do bar e pediu dois copos de cerveja, como fazia quase toda noite. Pegou o primeiro copo e bebeu em uma só golada.

“O primeiro para refrescar, o segundo para apreciar.”

Era o que ele costumava dizer. Puxou para perto o pote de amendoins e começou a comer enquanto assistia ao jogo na televisão pendurada na parede. Não era o seu amado Fluminense que jogava, tampouco era o campeonato brasileiro, mas mesmo assim ele assistia a qualquer jogo que tivesse passando de forma quase hipnótica.

Só uma coisa era capaz de roubar sua atenção do jogo: mulher. Não havia nada mais que gostasse no mundo do que mulher. Era o seu maior vício, mais do que a cerveja. E foi o seu vício que o levou para a aventura que iria desfrutar naquela noite.

Ele deu uma olhada no bar, encontrou os mesmos rostos de sempre. Já conhecia tanto os clientes quanto o próprio dono do bar, o Seu Bira. Mas então, Leandro notou um rosto novo. Em uma mesa bem ao canto, coberto pelas sombras, mas iluminado pela luz que vinha das ruas, ele notou uma mulher. Uma mulher que nunca havia visto antes, e ali os seus olhos pararam.

Não era apenas a beleza da mulher que lhe chamava a atenção, mas sim a forma como ela parecia se destacar de todos ali. Ela não parecia ser daquele bairro, sequer parecia ser daquela cidade, ou até mesmo daquela época.

Se chutasse uma nacionalidade, diria ser francesa. Ele achava o longo e charmoso nariz dela, junto de seus cabelos pretos caindo pelos ombros em um corte chanel, com uma franja cobrindo a testa, e uma sútil pinta no canto direito da boca, uma combinação bastante ‘francesa’.

De fato, a beleza daquela mulher era algo que não se via todos os dias. Seus lábios eram grossos e desenhavam uma sensual curva, o pescoço alongado e seus ombros à mostra lhe davam uma elegância sui generis. Ela também estava vestida bem demais para aquele botequim pé rapado, usava um vestido preto rendado, que deixava à mostra suas belas e esguias pernas, em um corpo bastante atraente. Ela fumava um cigarro em uma piteira, o que fez Leandro pensar que essa mulher havia saído direto dos anos 20.

Ele ficou um bom tempo apreciando aquela mulher. Ficou tão fissurado nela que sequer notou que ela estava acompanhada. Na frente dela se sentava um homem, de uma aparência bem mais modesta, com uma barba falhada e sobrancelhas grossas. Sua aparência destoava tanto da mulher que Leandro sequer acreditou que a acompanhava, parecia estar apenas dividindo a mesa, sendo um completo estranho.

Até que um momento, os olhos de Leandro e a mulher se encontraram, e pareceram conversar por longos segundos. Ela tinha um olhar voraz, como o de uma leoa observando sua presa, o que fez Leandro sentir um calafrio que percorreu sua espinha.

A mulher cochichou algo no ouvido do homem que a acompanhava e então ele olhou para Leandro. Tentando disfarçar, ele voltou a olhar para a televisão. Notou que o jogo já estava 1 a 0 e ele sequer havia percebido o gol, tamanha atração hipnótica que aquela mulher lhe causou.

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