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Pov: Freen Sarocha

Sentada na minha poltrona do escritório, estou bebendo meu velho Whisky e me lembrando de tudo que aconteceu em minha vida depois dos meus 18 anos. Eu era uma menina doce, perdida nas cores da arte e apaixonada por pincéis, eu amava pintar, mas a vida tem um jeito engraçado de foder com quem só quer paz.
Quando meu pai, um dos maiores chefe da máfia em Bangkok, descobriu uma doença que mais parecia uma sentença de morte, meu mundo virou de cabeça para baixo.

Em um curto período de tempo eu achei que iria me livrar dessa, pois meu pai me tratava como uma princesa, um pote de vidro que a qualquer momento podia se quebrar se tivesse contato com o mundo, ele era um pai incrível para todos nós, e sempre fazia tudo que a gente queria, principalmente para mim e a Jenna minha irmã mais nova.
Mas logo recebi a porra de um balde de água fria quando meu irmão, o galã de coração mole, quis dar o fora desse mundo e se recusou a assumir tudo. Então, lá estava eu, a garota das tintas, assumindo o trono da máfia. Meu velho, antes de partir, me passou o manual completo, e me treinou e me fez passar por coisas que achei que nunca ia aguentar, como se fosse um legado maldito. Em poucos meses após sua morte, eu sofri e fiquei totalmente destruída, eu o amava muito
Mas não podia deixar as obrigações de lado quando esse foi seu último pedido para mim, então virei a rainha insensível desse tabuleiro sujo.

A doçura virou cinzas, e a compaixão se perdeu na minha nova realidade de vida. Agora, o cheiro de tinta foi substituído pelo aroma amargo de sangue e negócios sujos. A arte que pintava minha vida transformou-se em um retrato cruel da máfia e de  cada pessoa que matei em tentar ir contra mim, onde sorrisos são falsos  e o amor é um luxo que não posso mais me dar.

À medida que o trono da máfia foi governado em minhas mãos, a compaixão se tornou um luxo que não podia mais pagar, pois senão eu me tornaria fraca e os inimigos do meu pai que agora são meus, nos destruiria em um único ataque. Cada pessoa que ousava desafiar minha posição sentia o peso disso, me lembro bem que no começo todos achavam que eu não era capaz por ser uma mulher e ser doce, confesso que até eu mesma duvidava disso, mas nunca demonstrei e com o tempo aprendi a reinar isso tudo.
Me lembro da primeira vez que deslizei a lâmina da faca no peito do primeiro a ir contra mim, uma pontada de desconforto e medo e piedade se instalou em mim! Mas logo esse desconforto passou, dando lugar a uma tranquilidade agora. Cada traidor, cada desafiante, era uma lição, uma aula sangrenta que ensinava a todos que a nova rainha não hesitava em apertar o gatilho e matar da forma mais dolorosa.

Aos poucos, o eco dos meus passos se tornou sinônimo de respeito e temor. Os olhares que antes duvidavam agora abaixavam diante da minha presença. Minhas ordens são leis que não ousam contestar. A compaixão que antes me definia desapareceu nas sombras das ruas que agora eu controlava.

No submundo que agora governava, a frieza tornou-se minha aliada. Cada gota de sangue derramada era um tijolo na construção do meu império sombrio. Eu não era apenas a nova rainha; eu era a sombra que todos aprendiam a respeitar e temer.
Não somente os moradores de Bangkok e meus homens, mas também meus inimigos.

Eu só guardo compaixão para meus irmãos e a governanta que me criou desde sempre. São os únicos pedaços de humanidade que restam no meu coração ainda.
Minha única regra nesse jogo sujo é clara: não mato e nem toco em mulheres e crianças, e ai de quem ousar desobedecer essa regra minha.
Além disso, por mais estranho que pareça, alguém do meu próprio sangue têm um passe livre, um selo de "não-morte" Prefiro a tortura, uma punição cruel, até que eles se ajoelhem e implorem perdão olhando nos meus próprios olhos, mas somente para os que tem meu próprio sangue.

No entanto apesar de amar meu irmão, ele seria o único que eu perderia o controle, caso houvesse uma traição da parte dele comigo
Porque? Ah, o meu irmãozinho, sempre foi um pé no saco para mim, ele sempre parecia ter inveja do meu pai comigo. Um idiota que prefere brincar de ser bonzinho e se embebedar em festas e brincar com as mulheres, nunca fez algo decente e um plano para sua vida, por isso o trono da máfia sempre foi o destino planejado do meu pai para ele. Que tipo de imbecil recusa o ultimo pedido do pai que sempre cuidou dele no seu ultimo momento de vida? Sim ele fez isso, e nem fez questão de aparecer no velório ou no funeral.

E eu que já tinha todo um plano para minha vida? Bem, tive que ser a desgraçada que assumiu a porcaria do trono. Ele, com sua moral fraca, preferiu a vida lá fora, como se fosse algum herói de merda por ele recusar e seguir sua vidinha como advogado. O velho sempre quis que ele fosse o grande chefão, mas ele só sabia ser um inútil.

Eu sinto raiva dele toda vez que olho para a porcaria do trono, Sim trono, porque todos aqui chamam assim, como se fossemos reis. E o que ele faz? Nada, só caga na chance de ter poder e respeito. Sou obrigada a liderar esse circo, enquanto ele fica por aí, vivendo sua vidinha de merda.

Não estou reclamando, porque já me acostumei com essa vida e confesso que as vezes é divertido torturar alguém e dar ordens.

A Mafiosa & A Assassina Donde viven las historias. Descúbrelo ahora