capítulo 12

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Capítulo Doze
O banho era um paraíso comparado com o frio do lago. Vivian não me deixava voltar para a cabana treze. Não confiavam em mim o suficiente para ser a única campista vagando pelo acampamento sem supervisão, então não somente não tive tempo para me preparar para o tempo a sós com a Vivian na floresta, como também estava presa em um lugar em que ficaríamos ambas peladas. Gwen estava certa. O destino tinha planos para nós e, dessa vez, ele não precisava da ajuda dela.

O banheiro dos conselheiros era um cômodo pequeno com chuveiros públicos e alguns privados. Nós duas fomos para a opção privada e o vapor preencheu o lugar quase imediatamente. A pressão era incrível, mas o gel de banho e o shampoo que me foram dados não cheirava a rosas.

“Vivian, que tipo de shampoo você está usando?”

“Você já sabe a resposta para essa pergunta.” Ela disse e me mostrou uma embalagem através do espaço aberto entre as cabines, puxando rapidamente quando tentei usar meu pé com o fim de derrubá-la para o meu lado. “Privilégios de conselheira. Desculpa.”

“Você tem duas escolhas. Um, deixe-me usar esse shampoo divino com cheiro de rosas, ou dois, encare as consequências.”

“Para mim, Emma, sua versão de vingança é resmungar a cada minuto de cada dia.”

“Então farei o oposto.” Espirrando o sabonete genérico na esponja, fiquei diretamente debaixo do chuveiro e uivei tão alto quanto minhas cordas vocais permitiam. A água batia no meu rosto fazendo minha voz trepidar. Quase ao mesmo tempo que minha voz saiu, Vivian brutalmente jogou seu vidro de shampoo no meu chuveiro. “Agora sou qualificada o suficiente para ser uma sereia?”

“Você definitivamente poderia matar alguém com essa sua voz.” Ela murmurou.

Escolhendo não levar isso como ofensa, mesmo que fosse muito fácil ceder, usei o shampoo, cantarolando silenciosamente de olhos fechados. A corrente carregou o cheiro de rosas ao meu redor, me transportando para uma floricultura. A porta da outra cabine rangeu e nem um segundo se passou antes que a toalha pendurada na minha porta fosse puxada.

Ousei abrir uma pequena fresta da cabine e espiei o lado de fora, onde Vivian não usava nada mais que uma toalha. O cabelo dela estava ensaboado e pingava no peito dela e então no chão. “Não tenho vergonha nenhuma de andar até aí, ao natural, e pegar essa toalha de volta de você.”

Ela hesitou. “Você não faria isso.”

“Abrindo a porta…” Blefei, fazendo-a largar minha toalha e levantar as mãos para cobrir os olhos. Ouvindo meus passos, ela apertou as mãos mais forte contra o rosto. Enrolei a toalha ao meu redor e cutuquei seu nariz. “Você realmente não pensou bem nisso.”

“Você queria ficar com o meu cheiro.” Ela disse como uma explicação.

“Sim, para lembrar de você quando não estiver comigo.” Provoquei.

“O único momento em que não estamos juntas, na maioria dos dias, é quando estamos na cama.”

“Uma pena, aparentemente, já que você queria me ver pelada.” Ri e fui em direção ao vestiário. “Vá se enxaguar. Me encontro com você lá fora, totalmente vestida. Sem reclamações!”

Assim que me sequei e me troquei, fiquei do lado de fora da cabana perto do lago e sequei meu cabelo, enrolando-o ao redor da cabeça e esfregando a toalha vigorosamente contra ele. Cheirava tão bem. Cantarolei conforme me inclinava contra a cabana, observando enquanto os campistas eram reunidos para a contagem. A porta da cabine abriu e Vivian saiu.

“Pronta?” Ela perguntou.

Andei para o lado e ela desceu dos degraus. “Tenho alguma escolha?”

“Não, não realmente.” Ela disse. “Ou arrumamos a caça ao tesouro agora, ou esperamos o Walter voltar, e não sei você, mas prefiro estar dentro da cabana durante a noite.”

night owls and summer SkiesWhere stories live. Discover now